06/02/2010
prender Arruda
A Ordem dos Advogados do Brasil pretende pedir à Justiça que afaste do cargo ou mande prender temporariamente o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM), caso fique provado que ele comandou a tentativa de suborno do jornalista Edson Sombra, testemunha do mensalão do DEM. Por enquanto, a OAB entrou ontem com ação civil pública na Justiça Federal para que sejam bloqueados os bens de Arruda e de dez deputados distritais mensaleiros que a Polícia Federal está investigando.
“Esperamos que o governador se afaste voluntariamente ou que a Justiça determine seu afastamento”, afirmou o presidente do conselho federal da OAB, Ophir Cavalcante, ao revelar que “a Ordem já está estudando uma nova medida judicial para pleitear o afastamento do governador. Dependerá, obviamente, dos elementos probatórios. Já há um link maior que pode atribuir ao governador a condição de estar obstruindo as investigações”.
A tentativa de subornar testemunha, novamente negada ontem pelo governador Arruda, por meio de um advogado,foi flagrada na manhã de quinta-feira pela Polícia Federal. Avisada por Edson Sombra, a PF prendeu Antônio Bento da Silva, conselheiro fiscal da estatal Metrô, logo que ele entregou ao jornalista uma sacola com R$ 200 mil – primeira parcela da bolada que Sombra receberia para afirmar que os vídeos do mensalão do DEM haviam sido manipulados. Em depoimento à Polícia Federal, Bento disse que recebeu o dinheiro do secretário particular e sobrinho de Arruda, Rodrigo Arantes.
Ontem, Bento foi transferido da carceragem da PF para a Papuda, o presídio do Distrito Federal. Deixou com a polícia, além do depoimento, um bilhete manuscrito pelo governador Arruda e entregue ao jornalista Edson Sombra, no início de janeiro, pelo deputado distrital Geraldo Naves (DEM). A existência do bilhete, com anotações breves, foi revelada por Sombra na quinta-feira. Ele contou que, junto com a mensagem de Arruda, recebeu de Naves a oferta de R$ 3 milhões para dizer que os vídeos foram manipulados pelo delator do mensalão, Durval Barbosa.
O deputado Geraldo Naves confirmou que o bilhete que levou a Sombra foi mesmo escrito pelo governador Arruda, mas negou a tentativa de suborno. Depois, achou melhor abandonar a Câmara Legislativa. Primeiro, o deputado do DEM renunciou às presidências da Comissão de Constituição e Justiça e da CPI da Corrupção. No fim do dia, desistiu de continuar na Câmara, onde exercia mandato como suplente.
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