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25/07/2010
O medo invade a campanha:
PSDB recorre a velhos fantasmas e tenta assustar o eleitor ao vincular o PT a grupos terroristas e ao crime organizado
Amigos do Presidente - sábado, 24 de julho de 2010PSDB recorre a velhos fantasmas e tenta assustar o eleitor ao vincular o PT a grupos terroristas e ao crime organizado
O comando da campanha de José Serra (PSDB) colocou o medo no centro da disputa presidencial. Tudo começou com a surpreendente entrevista do vice de Serra, Indio da Costa (DEM), dizendo a um site do partido que o PT é ligado às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao narcotráfico. Num primeiro momento, lideranças partidárias passaram a ideia de que Indio era apenas uma voz isolada – além de descontrolada e inconsequente. Aos poucos, porém, foi ficando claro que ele cumpria um script previamente combinado. Muito bem orientado pelos caciques do PSDB e DEM, o vice de Serra servia de ponta de lança para uma estratégia de campanha: o uso da velha e surrada tática do medo. Ele procurava criar fantasmas na cabeça do eleitor para tirar votos da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.
A tática do medo, por definição, desqualifica o debate político. Quem a utiliza está disposto a trabalhar não com a razão, mas com sentimentos mais primários e difusos. Recorre a argumentos distantes de qualquer racionalidade para tentar encantar um público mais desinformado ou que já coleciona arraigados preconceitos. É um jogo perigoso: “Campanhas negativas podem até aumentar a rejeição ao candidato que as patrocina”, diz o cientista político José Paulo Martins Jr., da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Mas os tucanos resolveram arriscar.
Apesar das reações provocadas pelas declarações de Indio da Costa (o TSE já concedeu até direito de resposta ao PT), expoentes do PSDB e o próprio Serra não desautorizaram o deputado do DEM. Ao contrário, passaram a engrossar o vale-tudo eleitoral. Animado, Indio voltou à carga, insinuando uma relação entre o PT e uma facção criminosa do Rio. “Já há vários indícios de ligação do Comando Vermelho com as Farc.
A tentativa do PSDB de criar uma atmosfera de satanização do PT e de sua candidata ao Planalto, Dilma Rousseff, é inteiramente planejada, ao contrário do que poderia parecer. Segundo apurou ISTOÉ, pesquisas qualitativas em poder da coordenação da campanha tucana identificaram que setores do eleitorado brasileiro ainda teriam restrições à “turma ligada ao Lula”. Na enquete realizada pela coligação PSDB-DEM abrangendo as regiões Sul, Sudeste e Nordeste (70% do eleitorado nacional), chegou-se à conclusão de que a imagem de Lula é a mais próxima do chamado “político ideal”.
A constatação animou os tucanos a investir contra o PT. Nas próximas semanas, entre os novos temas a serem abordados estão a relação dos petistas com Hugo Chávez e a defesa que fazem do terrorista Cesare Battisti. Mas, no embalo, sobrará até para o próprio Lula, como demonstrou, na quarta-feira 21, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE): “Lula é chavista”, disse o líder tucano. “
Levando-se em conta a lógica controversa que vem sendo usada na campanha de Serra, o próprio líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), seria também ligado à guerrilha colombiana. Em 1999, Virgílio não apenas recebeu o então representante das Farc no Brasil, Hernán Ramirez, em seu gabinete, como foi considerado pelo grupo um dos principais interlocutores da guerrilha no País. À época, Virgílio era secretário-geral do PSDB e líder do governo FHC no Congresso. No mesmo ano, Ramirez visitou também o então governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT). Um dos objetivos dos encontros era abrir um escritório das Farc em Brasília. Mas a ideia não prosperou. Ela só voltou a prosperar agora no discurso atropelado do PSDB. Leia a matéria completa aqui na IstoÉ
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