sexta-feira, 30 de julho de 2010

Contraponto 2887 - Os últimos grunhidos de um serviçal do império

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30/07/2010

Lula ignora queixas de Uribe e prefere falar com Santos e Chávez

Uribe

O porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, disse nesta quinta-feira (29) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai responder às críticas do colombiano Álvaro Uribe. O presidente da Colômbia deplorou que Lula "se refira à crise como um caso pessoal e ignore a ameaça que representa a presença de guerrilheiros das Farc na Venezuela".
"O presidente Lula já tomou conhecimento dessas declarações e não considera apropriado que se responda a esse comunicado", afirmou Baumbach. "Lula já declarou em várias oportunidades que lamenta a situação que se criou entre a Colômbia e a Venezuela", acrescentou. O porta-voz também disse que o presidente diz acreditar que a estabilidade das relações entre os dois "países amigos" é fundamental para a "tranquilidade da região e para o avanço da integração regional".

Questionado sobre a simpatia do presidente brasileiro pelo venezuelano Hugo Chávez, Baumbach respondeu que Lula "já manifestou em várias oportunidades a sua disposição para contribuir para o diálogo e para a mediação desse impasse". Sobre a relutância do governo brasileiro em considerar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) um grupo terrorista, o porta-voz disse que "não é o presidente que tem que se pronunciar a respeito disso".

Há uma semana, a Venezuela rompeu oficialmente os laços diplomáticos com a Colômbia, após o governo do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, acusar o país vizinho de dar "abrigo" às Farc. Um dos fatores que desencadearam a ruptura foi a denúncia formal feita na OEA pela Colômbia de que guerrilheiros teriam livre-trânsito no país vizinho, apresentando fotografias e "provas" que são contestadas pela Venezuela.

Últimos grunhidos de um serviçal do império

Derrotado em suas pretensões de continuar governando a Colômbia e prestando serviços ao imperialismo norte-americano, o presidente Álvaro Uribe usa a crise diplomática com a Venezuela para soltar seus últimos grunhidos, já que deixará o poder no próximo dia 7 de agosto. Sem papel a desempenhar na solução da crise, só resta ao presidente colombiano esperar pelo fim melancólico de seu governo.

Por isso, as conversas que Lula e outras lideranças dispostas a colaborar para o distensionamento do conflito entre Colômbia e Venezuela serão travadas entre quem realmente importa: o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e Juan Manuel Santos, presidente eleito da Colômbia.

Na quarta-feira (28), o presidente Lula disse que "não há conflito" entre os vizinhos além do "verbal" e pediu "paciência e calma" até o início do governo Santos. Apesar de Juan Manuel Santos, ex-ministro da Defesa do governo Uribe, ser aliado do atual presidente, a expectativa é de que a relação de Chávez com o futuro colega seja melhor.

Lula garantiu ainda que participará, no dia 6 de agosto, de uma reunião bilateral com Hugo Chávez e que depois seguirá à Colômbia para a posse de Santos. "Temos de restabelecer a normalidade nas relações entre Venezuela e Colômbia, porque são dois países importantes para nós da América do Sul", afirmou Lula.

Nesta quinta-feira (29/7), o Conselho de Chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) está reunido em Quito, capital do Equador, para analisar medidas para promover o diálogo e a paz entre os dois países vizinhos. A reunião foi um pedido de Chávez ao atual presidente da entidade, Rafael Correa, do Equador.

Com agência
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