Frente pelo direito à comunicação sai do papel e vai à sociedade
Do Escrivinhador - publicada quinta-feira, 31/03/2011 às 11:52 e atualizada quinta-feira, 31/03/2011 às 11:58
por Juliana Sada
Desde o início de março um grupo de parlamentares se articula para debater mudanças na legislação das comunicações do Brasil e a construção de um novo marco regulatório para a área. A Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação está finalizando a fase de coleta de assinaturas no Congresso para sua instauração e será lançada no dia 19 de abril,em um ato público que pretende reunir militantes e movimentos da área, assim como apoiadores da causa.
Para dar impulso aos trabalhos da Frente, alguns deputados do grupo participarão de um debate em São Paulo, nesta sexta-feira (01). O tema em discussão será o papel da mídia na atualidade e também o novo marco regulatório das comunicações. Para os parlamentares é fundamental envolver a sociedade civil no debate e na luta por mudanças positivas no marco regulatório, já que a Frente enfrentará muitos obstáculos e opositores em seus trabalhos. Estão confirmados os deputados Emiliano José (PT/BA), Luiza Erundina (PSB/SP), Brizola Neto (PDT/RJ), Jandira Feghali (PCdoB/RJ) e Ivan Valente (PSOL).
Após o debate, ocorrerá o lançamento do livro “Jornalismo de campanha e a Constituição de 88”, de autoria do deputado Emiliano José, professor licenciado da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. A obra é baseada em sua tese de doutorado, onde o pesquisador analisou o papel da imprensa em desconstruir a Constituição de 88 e apoiar a implementação de um projeto neoliberal.
O debate ocorrerá amanhã, dia primeiro, às 19h, no Auditório do Sindicato dos Bancários, que que fica na rua São Bento, 413.
"Rebeldes fogem em debandada da cidade petrolífera de Ras Lanuf. Sem os ataques aéreos ocidentais, os rebeldes parecem incapazes de fazer progresso ou sequer manter suas posições" (Reuters, 30/03)
O que pode acontecer numa terra de ninguém, dotada de 44 bilhões de barris de petróleo, na qual o Estado foi desmantelado e a única referencia de poder real são os caças bombardeios dos EUA & Cia, atrás dos quais tribos insurgentes avançam e recuam como uma sanfona desgovernada? Respostas ao comando das forças ‘humanitárias', em Londres, onde se discute o futuro da nova meca dos direitos humanos banhados em óleo, tipo leve -uns US$ 105 o barril."
Jimmy Carter, a mulher Rosalyn e Fidel Castro, hoje, em Havana
Brizola Neto
O líder cubano Fidel castro distribuiu um comunicado sobre a visita que recebeu hoje do ex-presidente americano Jimmy Carter. Publico-a, como homenagem ao bom entendimento e á paz entre pessoas e nações que podem ser diferentes sem guerrear.
“Hoje eu tive o prazer de receber Jimmy Carter, que foi presidente dos EUA entre 1977 e 1981 e o único que teve, na minha opinião, serenidade e coragem suficiente para resolver a questão das relações dos EUA com Cuba.
Carter fez o que pôde para reduzir tensões internacionais e promover a criação dos gabinetes de interesse para Cuba e os Estados Unidos. Sua administração foi a única que tomou medidas para atenuar o criminoso bloqueio imposto ao nosso povo. A Revolução sempre apreciou o seu gesto corajoso. Em 2002, recebi-o calorosamente. Agora, lhe reitero meu respeito e apreço.
Será que realmente a oligarquia que rege a superpotência poderá renunciar ao seu insaciável desejo de impor sua vontade sobre o resto do mundo? Pode fazer isso um sistema que gera cada vez mais presidentes, como Nixon, Reagan e George W. Bush, cada vez com mais poder destrutivo e menos respeito pela soberania das nações?”
Mentiras, hipocrisias e agendas ocultas. Eis os temas dos quais o presidente Barack Obama não tratou, ao explicar aos EUA e ao mundo a sua doutrina para a Líbia. A mente se perde, vacila, ante tais e tantos buracos negros que cercam essa esplêndida guerrinha que não é guerra (é “ação militar com escopo limitado por prazo limitado”, nos termos da Casa Branca) – complicados pela inabilidade do pensamento progressista, que não consegue condenar, ao mesmo tempo, tanto a crueldade do governo de Muammar Gaddafi quanto o “bombardeio humanitário” dos exércitos de EUA-anglo-franceses.
A Resolução n. 1.973 do Conselho de Segurança da ONU operou como cavalo de Tróia: permitiu que o consórcio EUA-anglo-francês – e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – se convertesse em força aérea da ONU usada para apoiar um levante armado. Aparte nada ter a ver com proteger civis, esse arranjo é absoluta e completamente ilegal em termos da legislação internacional. O objetivo final aí ocultado, que até as crianças subnutridas da África já viram, mas que ninguém assume ou confessa, é mudar o governo na Líbia.
O tenente-general Charles Bouchard do Canadá, comandante da OTAN para a Líbia, que insista o quanto quiser, repetindo que a missão visa exclusivamente a proteger civis. Pois os “civis inocentes” lá estão, dirigindo tanques e disparando Kalashnikovs, brigada de farrapos que, de fato, são soldados em guerra civil. O problema é que, agora, a OTAN foi convertida em força aérea daquele exército, seguindo as pegadas do consórcio EUA-franco-inglês.
Ninguém diz que a “coalizão de vontades” que hoje combate o governo líbio é coalizão de apenas 12 vontades (das 28 vontades representadas na OTAN), mais o Qatar. Isso absolutamente nada tem a ver com a “comunidade internacional”.
O veredicto sobre a zona aérea de exclusão ordenada pela ONU só será conhecido depois que houver governo “rebelde” na Líbia e terminar a guerra civil (se terminar rapidamente). Só então se poderá saber se, algum dia, os Tomahawks e bombas-em-geral foram algum dia justificados; o porquê de os civis de Cyrenaica terem sido “protegidos”, ao mesmo tempo em que os civis em Trípoli foram Tomahawk-eados; quem, afinal eram os ditos “rebeldes” ditos “salvos”; se a coisa toda, desde o início, em algum momento deixou de ser ilegal; como aconteceu de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU ser usada para acobertar golpe de Estado (digo, “mudança de regime”); como o caso de amor entre “revolucionários” líbios e o Ocidente pode acabar em divórcio sangrento (lembrem o Afeganistão!); e quais os atores ‘ocidentais’ que lucrarão mais, imensamente, com a exploração de uma nova Líbia – seja unificada seja balkanizada.
Pelo menos por hora, é muito fácil identificar os que já estão lucrando.
O Pentágono
Roberto “O Supremo do Pentágono” Gates disse no fim-de-semana, na maior cara dura, que só há três regimes repressivos em todo o Oriente Médio: Irã, Síria e Líbia. O Pentágono se encarrega agora do elo mais fraco – a Líbia. Os outros dois sempre foram figuras chaves da lista dos neoconservadores, de governos a serem derrubados. Arábia Saudita, Iêmen, Bahrain etc. são exemplos de democracia.
Como nessa guerra de prestidigitação “agora se vê, agora não se vê”, o Pentágono obra para lutar não uma, mas duas guerras. Começou pelo AFRICOM – Comando dos EUA na África –, criado no governo George W Bush, reforçado no governo Obama, e rejeitado por legiões de governos, intelectuais, organizações de direitos humanos e especialistas africanos. Agora, a guerra está em transição, passando para as mãos da OTAN, que é o mesmo que a mão pesada do Pentágono sobre seus asseclas europeus.
É a primeira guerra africana do AFRICOM, comandada agora pelo general Carter Ham diretamente de seu quartel-general nada-africano em Stuttgart. O AFRICOM é fraude, como diz Horace Campbell, professor de estudos afro-norte-americanos e ciência política na Syracuse University: fundamentalmente, é uma frente de operação comercial, para que empresas contratadas pelos militares nos EUA – Dyncorp, MPRI e KBR possam fazer negócios na África. Os estrategistas dos EUA que muito se beneficiaram na porta giratória que se criou entre as privatizações e as guerras estão adorando a intervenção na Líbia, como magnífica oportunidade para dar credibilidade político-militar ao AFRICOM-business.”
Os Tomahawks do AFRICOM-EUA atingiram também – metaforicamente – a União Africana (UA) a qual, diferente da Liga Árabe, não se deixa facilmente comprar pelo ocidente. As petro-monarquias do Golfo, todas, festejaram o bombardeio; Egito e Tunísia, não.
Só cinco países africanos não são subordinados ao AFRICOM-EUA: Líbia, Sudão, Costa do Marfim, Eritreia e Zimbabwe.
A OTAN
O plano master da OTAN é dominar o Mediterrâneo, como lago da OTAN. Sob essa “ótica” (no jargão do Pentágono), o Mediterrâneo é infinitamente mais importante hoje, como teatro de guerra, que o “AfPak”.
Apenas três, das 20 nações do ou no Mediterrâneo não são da OTAN ou aliadas de seus programas “de parceria”: a Líbia, o Líbano e a Síria. O Líbano já está sob bloqueio da OTAN desde 2006. Atualmente, já há bloqueio também contra a Líbia. Os EUA – via OTAN – já praticamente conseguiram fazer do círculo, o quadrado. Que ninguém se engane: a Síria é o próximo alvo.
A Arábia Saudita
Excelente negócio! O rei Abdullah vê-se livre de Gaddafi, seu arqui-inimigo. A Casa de Saud – do modo abjeto que é sua marca registrada – rende-se ao atraso, para beneficiar o ocidente. A atenção da opinião pública ganha objeto alternativo, para distrair-se: os sauditas invadem o Bahrain, para esmagar movimento popular legítimo, pacífico, pró-democracia.
A Casa de Saud vendeu a ficção segundo a qual “a Liga Árabe” teria votado unanimemente a favor da zona aérea de exclusão. É mentira.
Dos 22 membros da Liga Árabe, só 11 estiveram presentes à sessão que aprovou a “no-fly zone”; seis desses são membros do Conselho de Cooperação do Golfo, gangue da qual a Arábia Saudita é o cão-chefe.
A Casa de Saud teve de aplicar uma chave-de-braço em três. A Síria e a Argélia estavam contra a no-fly zone contra a Líbia. Tradução: só nove, dentre 22 países árabes, votaram a favor de implantar-se a zona aérea de exclusão na Líbia.
Agora, a Arábia Saudita já pode até mandar que o presidente do Conselho de Cooperação do Golfo Abdulrahman al-Attiyah declare sem piscar que “o sistema líbio perdeu a legitimidade”. Sobre a Casa de Saud e os al-Khalifas do Bahrain… não faltará quem os indique para o Hall da Fama da Assistência Humanitária.
O Qatar
O país que hospedará a Copa do Mundo de Futebol de 2022 sabe, sim, amarrar negócios. Seus Mirages já ajudavam a bombardear a Líbia, enquanto Doha preparava-se para vender aos mercados ocidentais o petróleo da Líbia. O Qatar foi o primeiro país a reconhecer o governo dos “rebeldes” líbios como único governo legítimo; fê-lo um dia depois de ter fechado o negócio do varejão do petróleo líbio no ocidente.
Os “rebeldes”
Sem desrespeitar as importantes aspirações democráticas do movimento da juventude líbia, fato é que o grupo mais bem organizado da oposição a Gaddafi é a Frente Nacional de Salvação da Líbia – há anos financiada pela Casa de Saud, pela CIA e pela inteligência francesa. O “rebelde’ “Conselho Nacional do Governo de Transição” é praticamente a velha Frente Nacional, acrescida de alguns militares desertores. A “coalizão” “protege” essa “elite” de “civis inocentes”, hoje.
Nessa linha, o “Conselho Nacional do Governo de Transição” acaba de nomear novo ministro das finanças: Ali Tarhouni, economista formado nos EUA. Foi ele quem disse que vários países ocidentais há lhe haviam dado créditos, sob garantias do fundo soberano líbio; e que os britânicos lhe deram acesso a 1,1 bilhão de dólares do dinheiro de Gaddafi.
Significa que o consórcio EUA-anglo-francês – e agora a OTAN –, só terão de pagar a conta da compra das bombas. No que tenha a ver com histórias da imundície das guerras, essa é impagável: o ocidente está usando o dinheiro da Líbia para pagar um bando de líbios oportunistas interessados em derrubar o governo da Líbia. França e Inglaterra gozam, de tanto que amam as bombas. Nos EUA, os neoconservadores devem estar se estapeando, lá entre eles, de inveja: por que o vice-secretário de Defesa Paul Wolfowitz não teve a mesma ideia, para o Iraque, em 2003?
A França
Oh la la, a coisa bem poderia servir de substrato para romance proustiano. A coleção estrela da primavera francesa nas passarelas parisienses é o show de moda-fantasia de Nicolas Sarkozy: uma zona aérea de exclusão na Líbia, rebordada com ataques-acessórios pelos jatos Mirage/Rafale. Todo o show e pirotecnia foi concebido por Nouri Mesmari, chefe de protocolo de Gaddafi, que desertou e fugiu para a França em outubro de 2010. O serviço secreto italiano vazou para jornalistas e jornais selecionados os detalhes da deserção e da fuga. O papel do DGSE, serviço secreto francês, está mais ou menos explicado no e-jornal (só para assinantes) Maghreb Confidential.
A verdade é que o coq au vin da revolta de Benghazi já estava cozinhando em fogo baixo desde novembro de 2010. Os galos-estrelas foram Nouri Mesmari; Abdullah Gehani, coronel da Força Aérea da Líbia; e o serviço secreto francês. Mesmari era chamado “o WikiLeak líbio”, porque vazou quase todos os segredos militares de Gaddafi. Sarkozy adorou, furioso desde que Gaddafi cancelou gordos contratos para comprar aviões Rafales (para substituir os Mirages líbios que, hoje, estão sendo bombardeados por Mirages franceses) e usinas nucleares francesas.
Isso explica por que Sarkozy, que estava tão animadinho, posando de neoliberador de árabes, foi o primeiro líder europeu a reconhecer “os rebeldes” (para tristeza de muitos, na União Europeia) e o primeiro a bombardear as forças de Gaddafi.
Vê-se aí também exposto o papel do desavergonhado filósofo e autopropagandista Bernard Henri-Levy, que se esfalfou enchendo a mídia mundial com notícias de que ele telefonara a Sarkozy, de Benghazi, e assim despertou o filão humanitário no coração do presidente. Ou Levy é o otário da hora, ou é uma conveniente cereja “intelectual” acrescentada ao já assado bolo-bomba contra Gaddafi.
Ninguém detém Sarkozy, o Terminator. Já avisou todos os governos árabes que estão na mira para serem bombardeados ao estilo Líbia se espancarem manifestantes. Até já avisou que a Costa do Marfim seria “a próxima”. Bahrain e Iêmen, claro, não têm com o que se preocuparem. Quanto aos EUA, mais uma vez os EUA apoiam golpe militar (não deu certo com o Omar “Sheikh al-Tortura” Suleiman no Egito. Talvez funcione na Líbia).
Al-Qaeda
O coringa sempre conveniente renasce. O consórcio EUA-franco-inglês – e agora também a OTAN – outra vez combatem aliados à al-Qaeda, dessa vez representada pela al-Qaeda no Maghreb (AQM).
Abdel-Hakim al-Hasidi, líder dos “rebeldes” líbios – que combateu ao lado dos Talibã no Afeganistão – confirmou, com detalhes, para a mídia italiana, que recrutara pessoalmente “cerca de 25” jihadistas na região de Derna no leste da Líbia para combater os EUA no Iraque; e que agora “eles estão na linha de frente em Adjabiya”.
Isso, depois de o presidente do Chad Idriss Deby ter dito que a al-Qaeda no Maghreb assaltou arsenais militares na Cyrenaica e provavelmente já têm alguns mísseis terra-ar. No início de março, a al-Qaeda no Mahgreb apoiou publicamente os “rebeldes”. O fantasma de Osama bin Laden deve estar rindo como o gato Cheshire de Alice; mais uma vez, conseguiu por o Pentágono a trabalhar para ele.
Os privatizadores da água
Poucos no ocidente sabem que a Líbia – como o Egito – repousa sobre o Sistema Aquífero do Arenito Núbio [ing. Nubian Sandstone Aquifer]: é um oceano de extremamente valiosíssima água doce. Ah, sim, sim, essa guerra de prestidigitação “agora se vê, agora não se vê”, é crucial guerra pela crucial água.
O controle do aquífero é patrimônio sem preço: além da água para beber, o prestígio para dominar: a EUA-França-Inglaterra “resgatando” valiosos recursos naturais, das mãos dos árabes “selvagens”.
É um Aquedutostão – enterrado fundo no coração do deserto. São 4.000 quilômetros de dutos. É o Maior Projeto de Rio Criado pelo Homem [ing. Great Man-Made River Project (GMMRP)], que Gaddafi construiu por 25 bilhões de dólares sem tomar emprestado nem um centavo nem do FMI nem do Banco Mundial (mais um exemplo de barbárie de Gaddafi, que não se deve deixar vazar para o resto do mundo subdesenvolvido).
O sistema GMMRP fornece água para Trípoli, Benghazi e todo o litoral da Líbia. A quantidade de água disponível, estimada por especialistas, é o equivalente à toda a água que corre pelo Nilo por 200 anos. Comparem-se esses números os números das chamadas “Três Irmãs” – empresas Veolia (ex-Vivendi), Suez Ondeo (ex-Generale des Eaux) e Saur – as empresas francesas que controlam mais de 40% do mercado global de água.
Todos os olhos devem-se focar, atentos, para ver se algum dos aquedutos da GMMRP serão bombardeados. Cenário altamente possível, caso sejam bombardeados, é que imediatamente comecem a ser negociados os gordos contratos de “reconstrução” – que beneficiarão a França. Será o passo final para privatizar toda aquela – até o momento gratuita – água. Da doutrina do choque, chegamos à doutrina da água.
Essa lista dos que ganham com a guerra está longe de ser completa – ainda não se sabe quem ficará nem com o petróleo nem com o gás natural da Líbia. Enquanto isso, o show (das bombas) tem de continuar. Não há business como o guerra-business.
Quem ainda não conhecia Jair Bolsonaro (PP-RJ), ficou conhecendo depois que ele se desnudou na entrevista ao CQC. A pergunta da Preta Gil era muito clara: “se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria?”. Ficou evidente pela resposta que, se ele vê relações entre brancos e negros como “promiscuidade”, ele é racista. Ou seja, além de perseguir gays, de defender a ditadura militar e a tortura, ele poderia muito bem integrar a Ku Klux Klan. Claro que para tentar se livrar de futuros processos, ele sai pela tangente com o velho discurso homofóbico.
Esse sujeito já é deputado há 20 anos, mas só agora o “país do futuro” acordou para mais uma realidade do passado… Brasil-sil-sil!Do Estado
____________________________. . PITACO DO ContrapontoPIG.
Este tal Jair Bostanaro já está "afinando". Está "peidando na rabichola" (como se diz aqui no Ceará), tentando desdizer o que todo o Brasil ouviu. Covardão! . ___________________________ .
Ivan Richard, Mariana Jungmann e Iolando LourençoRepórteres da Agência Brasil
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva irão juntos amanhã (31) a Belo Horizonte para o velório e a cerimônia de cremação do corpo do ex-vice-presidente José Alencar. Ao lado de alguns ministros, os dois partirão de Brasília por volta das 10h30.
O corpo de Alencar sairá do Palácio do Planalto, onde está sendo velado desde o início da manhã, por volta das 6h. Na capital mineira, o corpo será recebido pelo governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, na Base Aérea. Em cortejo, seguirá para o Palácio da Liberdade, antiga sede do governo mineiro, onde será velado das 9h às 13h.
Praticamente três meses depois de deixar a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva voltou hoje (30) ao Palácio do Planalto para o velório do seu vice José Alencar. Bastante emocionado, Lula chorou várias vezes durante a cerimônia religiosa celebrada pelo secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara.
Ao chegar ao Salão Nobre do Palácio do Planalto, acompanhando a presidenta Dilma Rousseff, Lula prestou condolências a Josué da Silva, filho de Alencar, e dona Mariza Gomes da Silva, viúva do ex-vice presidente. Ao se aproximar do caixão, Lula não conteve as lágrimas e beijou a testa do seu companheiro dos últimos oito anos no comando do país.
A presidenta da República, Dilma Rousseff, ficou durante todo o tempo ao lado de dona Mariza Gomes da Silva. Por diversas vezes, acariciou o rosto da viúva do ex-vice-presidente. Pouco antes da celebração de encomendação do corpo, Dilma se aproximou do caixão e ficou durante alguns minutos observando o corpo de José Alencar.
A cerimônia religiosa durou cerca de 50 minutos. Ao fim, Dilma, Lula, Josué, dona Mariza, e dona Marisa Letícia, esposa de Lula, conversaram próximos ao caixão. Em seguida, todos receberam os cumprimentos de ministros, parlamentares e autoridades presentes. Lula voltou a se emocionar ao receber o abraço dos ex-ministros.
Estiveram no velório os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluzzo, da Câmara dos Deputados, Marco Maia, e do Senado, José Sarney, além de governadores, ex-minstros, parlamentares e amigos da família. A visitação pública não foi interrompida durante a cerimônia religiosa.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que durante os últimos oito anos, Alencar foi mais do que um vice, foi um companheiro de Lula “nas horas mais difíceis”.
“Aqui nesse palácio vocês sabem que passamos por muita dificuldades, quem vê o balanço do governo, não pode imaginar as dores que tivemos aqui e o Zé foi a pessoa que estava mais perto do Lula”, disse Carvalho.
O velório foi fechado ao público por volta das 23h. Durante todo o dia, mais de 8 mil pessoas passaram em frente ao caixão com o corpo de José Alencar.
Sou estudante do mestrado em Economia e Finanças da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e hoje presenciei a titulação 'honoris causa' do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, um dos maiores estadistas do Brasil.
O discurso de Lula foi bem afinado, retratou a evolução dos 8 anos que esteve a frente do Brasil, destacando a assaz relevante revolução social e os maciços investimentos em educação. Em traço geral, o ex-presidente asseverou que a missão de Dilma é investir 7% do PIB em educação e dar continuidade ao processo de mudança social no Brasil, não se esquecendo da pujança econômica tupiniquim e do fortalecimento do mercado interno em seu mandato. Ademais, Lula ressaltou que o povo brasileiro recuperou a auto-estima e voltou a acreditar em seu potencial, os diversos estudantes brasileiros que presenciavam a cerimônia aplaudiam o grande homenageado, quebrando qualquer protocolo acadêmico da tradicional instituição e o silêncio profundo que reina na sala dos Capelos.
“Porta-voz do país africano oferece asilo político para o ditador da Líbia; cujo chanceler renunciou. EUA, num acordo secreto, oferecem armamentos aos rebeldes
Brasil 247
Está confirmada a possibilidade de o ditador da Líbia, Muamar Kadafi, conseguir asilo político, como vem apontando o noticiário de Brasil 247. Nesta quarta-feira 30, um porta-voz do governo de Uganda anunciou a proposta de receber no país o ditador líbio e sua família, caso ele peça asilo político. Fontes ouvidas pelas agências internacionais acreditam que a oferta tem a ver, diretamente, com os movimentos do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, que tem atuado como uma espécie de aliado de Kadafi, de quem é amigo pessoal. Berlusconi ordenou a retirada de equipamentos militares italianos da coalizão internacional que bombardeia a Líbia e afirmou "ter pena" do coronel. O porta-voz do presidente Yoweri Museveni, de Uganda, registrou que o país tem uma ampla política de aceitar exilados em razão do fato de milhares de ugandenses terem sido obrigados a deixar o país durante a ditadura de Idi Amin Dada. Em tempo: Museveni está no poder há 25 anos.
Há poucos instantes, a agência de notícias Reuters informou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou uma autorização secreta para que seu governo forneça armas aos exércitos rebeldes. A notícia pode causar enorme constrangimento ao governo americano. No passado, a administração de Ronald Reagan sofreu abalos com o escândalo "Irã-Contra", quando se descobriu que os Estados Unidos financiavam tentativas de golpes no Oriente Médio. O mesmo ocorreu em El Salvador.( Grifo do ContrapontoPIG)
Na Líbia, o dia foi de intensos combates. Kadafi recuperou o controle de Ras Lanuf, o principal enclave petrolífero da Líbia. No entanto, seu chanceler, Moussa Koussa, renunciou ao cargo e partiu para Londres. Nos Estados Unidos, em entrevista à rede NBC, Obama admitiu que o objetivo da intervenção militar na Líbia é "retirar Kadafi do poder".
A Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês) também infiltrou agentes na Líbia para levantar informações a serem usadas em ataques aéreos e para fazer contato com os rebeldes que lutam contra as forças leais ao coronel Muamar Kadafi, informa o jornal norte-americano New York Times.
O jornal baseia-se em fontes no serviço de espionagem internacional dos EUA para informar que os espiões presentes na Líbia incluem agentes que já trabalhavam na sucursal da CIA em Trípoli e outros que chegaram recentemente ao país. A Grã-Bretanha também mantém dezenas de agentes secretos em atividade na Líbia no momento, prossegue o jornal, citando fontes britânicas.” .
A luz do sol estica-se devagar no pátio da Universidade de Coimbra. Ainda não são nove da manhã. Um grupo de jovens conversa nas escadas que dão acesso à Sala dos Capelos, onde mais tarde vai ser atribuído o grau de Doutoramento Honoris Causa a Lula da Silva. Nas mãos têm máquinas fotográficas. Às costas, a bandeira do Brasil. “Isto é muito importante para nós, por tudo o que Lula fez em oito anos, por todas as mensagens que passou ao mundo em língua portuguesa”. Denise tem 20 anos, é de Caxias do Sul. Está em Coimbra desde janeiro, a estudar Direito. Faz parte da comunidade de quase mil alunos brasileiros que estudam na academia de Coimbra. À entrada do pátio, lê-se: “Em defesa da Amazônia, Dilma pare a barragem de Belo Monte”. Os sinos tocam. Os batedores da polícia aproximam-se. Os jornalistas apontam as máquinas. Centenas de pessoas gritam num português cantado: “Lula! Lula!”. Destaca-se uma voz: “Tira uma foto com o gaúcho, Lula!”. O ex-presidente levanta a mão, como quem pede desculpa: “Estamos atrasados…”. Ainda assim, Fernanda Esteves consegue uma foto: “Eu nem acredito! Consegui…ai…”, diz com a voz entregue à emoção e os olhos castanhos a encherem-se de água. “Estou tremendo!”. E Lula ainda nem era doutor.
Doutoramento para poucos
Faltava pouco. Ao final da manhã, Lula da Silva haveria de sair da mais antiga universidade de Portugal e uma das mais velhas da Europa, com o título de doutor Honoris Causa. Uma distinção que só chega a quatro ou cinco pessoas por ano. Mas antes, havia ainda que cumprir um rigoroso e tradicional protocolo. Já dentro da Biblioteca Joanina, Lula aguardava pela formação do cortejo acadêmico. À entrada da Universidade, ninguém arredava pé. Improvisava-se a voz. Cantava-se o hino brasileiro misturado com saltos e gritos de “sou brasileiro, com muito orgulho, sou brasileiro!”. A manhã ia crescendo. “Isto havia de ser sempre assim”, confidenciavam três empregadas de limpeza da biblioteca onde estava Lula. “Ganhamos o dia e não fazemos nada!”, riam. Mais um carro a chegar. Sai o primeiro-ministro demissionário de Portugal, José Sócrates. “Não sei se ele é bom politico, mas sei que ele é um gato…!”, riam duas amigas de olhos azuis. Agora sim, Dilma Rousseff. “ Eu quero vê-la!”, gritava Maria da Conceição, uma portuguesa de cabelos brancos, no alto dos seus sessenta anos. Entre seguranças, Maria viu Dilma, casaco vermelho escuro, sorriso rasgado: “Estou muito feliz. Ela é uma grande mulher!”.
Homenagem ao povo brasileiro
Seguiu-se o cortejo. Palmas, muitas palmas, para o quase doutor. Um quinteto de metais marcava o ritmo solene da ocasião. Lula seguia de capa preta e um capelo – pequena capa – sob os ombros. Distinguia-se dos outros elementos do cortejo, cerca de cem doutores de Coimbra, por não usar ainda a borla, uma espécie de chapéu. A luxuosa Sala dos Capelos, datada do sec. XVI, repleta de retratos dos reis de Portugal, aguardava Lula da Silva. “Mais do que um reconhecimento pessoal, acredito que esta láurea é uma homenagem ao povo brasileiro, que nos últimos oito anos realizou, de modo pacifico e democrático, uma verdadeira revolução econômica e social, dando um enorme salto qualitativo no rumo da prosperidade e da justiça”. A voz fugia-lhe, emocionado. “Nada disto seria possível, igualmente, sem a colaboração generosa e leal daquele que foi o meu parceiro de todas as horas, um dos homens mais íntegros que conheci”. Lula referia-se ao seu sempre vice-presidente, José Alencar, falecido na passada terça-feira. A regra dos doutoramento impõe silêncio, mas na Sala dos Capelos ouviram-se palmas no final do discurso de Lula da Silva. E foi ao catedrático jurista português Gomes Canotilho, que coube fazer o discurso de elogio do doutorando Honoris Causa Luiz Inácio Lula da Silva. Antes do ex-presidente do Brasil receber o anel de senhor doutor.
Lula, o homem de mãos grandes
“Foi o maior anel de doutoramento que fizemos, devido à mão robusta de Lula!”, conta sorridente o joalheiro António Cruz. “ O anel é feito no melhor ouro português, rematado com um rubi com cerca de cinco quilates, elevado por 12 garras”. O preço? “Não posso dizer. Mas não é económico”, ri. “Vimos várias fotos de Lula para lhe fazermos um anel personalizado. Foi muito especial para nós…!”. Por esta joalharia que vive paredes meias com a muralha de Coimbra, já nasceram anéis de doutoramentos honoris causa para os dedos dos prêmios Nobel José Saramago e Amartya Sen, para Jorge Amado, entre muitos outros. Apesar de tantos anéis, este foi a primeira cerimônia de doutoramento a que António foi assistir: “Admiro muito Lula da Silva!”. Uma hora antes, na sala onde são homenageados os maiores doutores entre os doutores, Canotilho Gomes justificava a atribuição deste título ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”. Emocionado, de sorriso triste, sem prestar declarações, Lula saiu rápido para apanhar o avião para o velório de José Alencar. Ainda assim, uma jornalista brasileira, atirou uma pergunta sem ponto de interrogação: “Ei, presidente, você agora é doutor!”
* A nossa colunista portuguesa Eduarda Freitas, de Coimbra, acompanhou o emocionante doutoramento do ex-presidente Lula na tradicional Universidade da cidade. .
Fonte: O POVO Online/OPOVO/Opinião - 30.03.2011| 01:30
Sérgio Machado - Presidente da Transpetro
A instabilidade política no Oriente Médio gerou novas preocupações que reforçam antigos temores relacionados ao fornecimento internacional de petróleo. Historicamente, a exploração e comercialização deste produto, vital para o desenvolvimento das nações, está ligado àquilo que os estudiosos denominam de “maldição do petróleo”, que significa concentração de poder e renda e, não raro, sustenta ditaduras, como as que são alvo das recentes contestações populares.
A cada nova convulsão, o mundo corre à procura de fornecedores confiáveis, ou seja, países produtores importantes que ofereçam um quadro de normalidade institucional, estabilidade econômica e boas perspectivas de desenvolvimento. A entrada do Brasil na era do pré-sal vai nos conferir uma nova dimensão estratégica como um dos maiores produtores internacionais.
Não é por outra razão que os Estados Unidos mostram-se, mais do que nunca, interessados no potencial energético brasileiro. Também é por isso que o nosso ilustre visitante recente, o presidente Barack Obama, incluiu o país entre os futuros supridores confiáveis de petróleo ao mercado americano.
Com o pré-sal teremos a quinta maior reserva petrolífera mundial. Mais do que isso: nossa democracia é consolidada e a nossa economia cresce com justiça social, fatores que representam uma enorme vantagem comparativa. São chaves para a confiança dos investidores e futuros compradores internacionais e garantem a segurança necessária para o cumprimento de contratos e obrigações.
Costumo dizer e repetir que este é o século do Brasil. Temos, praticamente, todas as riquezas de que o mundo precisa. Somos uma potência energética. Além da energia fóssil, temos um amplo potencial de combustíveis renováveis, energia hidráulica, eólica e solar.
Como demonstram os exemplos do passado, países vencedores são os que dispõem da energia do momento.
Quando se fala em bens essenciais, temos também que citar nossa formidável extensão de terras para produzir alimentos, o que nos dá uma enorme vantagem em relação a outros emergentes, como a Índia e a China, dependentes de importações. Além disso, dispomos de outro bem vital para este século: aqui estão 14% das reservas de água doce do mundo. O nosso cacife é alto.
A tragédia japonesa pôs, novamente, em evidência, a polêmica que envolve a utilização da energia nuclear. A dolorosa lição é que, também na área da energia, não existe um mundo ideal. Aqui no Brasil, temos uma matriz energética diversificada, limpa e com quase 50% de energias renováveis.
O pré-sal, aliado ao nosso enorme potencial para a produção de etanol e outros biocombustíveis, são algumas das fantásticas alternativas que temos para oferecer ao mundo. E é isso que transforma o Brasil em um ator importante no novo cenário geopolítico. .
A mineradora Vale está com sérios problemas de compatibilidade com os interesses da nação brasileira.
Primeiro está sendo cobrada em R$ 4 bilhões de royalties de mineração pelo DNPM (Departamento Nacional da Produção Mineral), em favor dos estados de Minas Gerais e do Pará, e entra com recurso na justiça para não pagar.
Agora faz o mesmo para não pagar impostos sobre os lucros ganhos a partir do dinheiro investido no exterior.
A própria Vale informou, com outras palavras:
- que havia entrado com mandado de segurança contra a tributação no Brasil dos lucros das filiais e subsidiárias no exterior.
- que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) julgou que a empresa tem que pagar, sim.
- que recorrerá aos tribunais superiores (STJ e STF) para não pagar, alegando que no tribunal onde Gilmar Mendes dá batente, há julgamento de causa semelhante que permanece empatado.
A ação vem desde 2003, quando a Vale entrou com um processo questionando a validade do artigo 74 da Medida Provisória 2.158-34 de 2001, que determinava o pagamento do imposto de renda no Brasil sobre a receita líquida das subsidiárias estrangeiras.
- A Vale alega "bitributação", dizendo que já paga impostos no estrangeiro.
Então cabe a pergunta: por que ela não entre na justiça estrangeira, alegando bitributação lá, dizendo que tem que pagar impostos aqui? (Com informações do Valor)
Brasil está se tornando uma potência científica, diz relatório
Estudo afirma que há avanços em áreas específicas da ciência em alguns países, como a de biocombustíveis no Brasil
BBC Brasil | 29/03/2011 16:36
Um relatório divulgado na Grã-Bretanha indica que o Brasil e outros países emergentes, liderados pela China, estão despontando como grandes potências na área de produção de estudos científicos, capazes de rivalizar com países que têm tradição nessa área, como os Estados Unidos, nações da Europa Ocidental e o Japão.
De acordo com o estudo feito pela Royal Society, a academia nacional de ciência britânica,São Paulo subiu para do 38º para o 17º lugar na lista de cidades com mais publicações científicas no mundo, o que “reflete o rápido crescimento da atividade científica brasileira”.
A representatividade dos estudos brasileiros teve leve aumento: entre 1999 e 2003, eles equivaliam a 1,3% do total de pesquisas científicas globais. Entre 2004 e 2008, essa porcentagem subiu para 1,6.
Mas “as reduções significativas no orçamento de ciência em 2011 levantam preocupações”, diz o relatório. Em meio aos cortes de R$ 50 bilhões anunciados pelo governo no orçamento federal, o Ministério de Ciência e Tecnologia deve perder R$ 1,7 bilhão.
China O relatório, chamado Conhecimento, Redes e Nações: A Colaboração Científica no Século 21, analisa a publicação de trabalhos científicos por país no período entre 1996 e 2008.
Segundo o levantamento, o desempenho da China é ''particularmente notável'' - a publicação de documentos científicos do país superou as do Japão e da Europa nos últimos anos.
O país asiático só é ultrapassado pelos Estados Unidos, mas deve superá-los antes de 2020, se a atual tendência continuar.
Em 1996, os Estados Unidos tinham produção científica dez vezes maior que a chinesa; hoje, sua produção, com crescimento menor, não chega a ser o dobro da do país asiático.
No entanto, o relatório diz que ''ainda demorará algum tempo para que a produção dessas nações emergentes esteja à altura de ser uma referência para a comunidade científica internacional'', ressalta a pesquisa.
Áreas específicas O estudo diz que há avanços em áreas específicas da ciência em alguns países, entre eles o Brasil. ''Existe diversificação de alguns países demonstrando lideranças em setores específicos, como a China em nanotecnolgia, e o Brasil em biocombustíveis, mas as nações avançadas do ponto de vista científico continuam a dominar a contagem de citações.''
A pesquisa também identificou nações emergentes no campo da ciência que não costumam ser associadas a uma base científica forte, como o Irã, a Tunísia e a Turquia.
As projeções feitas pelo relatório “sugerem que o sistema científico global está se desvencilhando de seu padrão anterior”.
“China e Coreia do Sul cumprem com suas ambiciosas metas de investimento em pesquisa e desenvolvimento, enquanto economias como Brasil e Rússia também prometem recursos substancialmente maiores para pesquisas.”
Com isso, é possível que nações emergentes – Brasil incluído – superem os investimentos de países como Japão e França no setor. .
Brasília - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou ontem (29) que há a possibilidade de fornecer armas à oposição na Líbia. Ele optou, no entanto, por um tom de cautela no discurso, informando que os conflitos na região estão sendo avaliados.
Obama disse também que o presidente líbio, Muammar Khadafi, deverá ceder e deixar o poder que ocupa há quase 42 anos. Segundo ele, a comunidade internacional agiu bem ao adotar a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia.
“O que nos ensinaram as guerras que não foram impedidas é que vidas inocentes não puderam ser salvas e que basta que as pessoas e os países responsáveis fiquem à margem e não façam nada para que o mal triunfe”, afirmou Obama. “Hoje, na Líbia, mostramos o que é possível quando encontramos coragem, quando cumprimos as nossas obrigações, quando nos unimos”, acrescentou.
Ontem (29), líderes políticos que compõem entidades como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Liga Árabe, além de representantes de 40 países, se reuniram extraordinariamente em Londres para discutir o agravamento da crise. Ao final, decidiram manter a pressão sobre Khadafi.
Desde o último dia 19, forças aliadas – lideradas pelos Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha – atacam a Líbia sob o argumento de que protegem o país. .
Posto aí em cima o vídeo da fala que proferi, agora há pouco no plenário da Câmara, tornando pública a vergonha que, a partir da informação de Paulo Henrique Amorim, tive a sorte de encontrar documentada: a Vale paga salários de R$ 1 milhão por mês – isso mesmo, R$ 1 milhão – a seus executivos e, como isso é uma média, certamente o sr. Roger Agnelli embola bem mais que isso, para adotar uma política de sangria desatada de exportação de minérios que pertencem ao povo, não investir em siderurgia e encomendar lá na China os navios que vão transportar, mundo afora, nosso ferro.
Onde está a mídia moralista, que faz escândalos – e alguns justos – quando uma empresa estatal tem salários mais elevados e não vê estes, 30, 40, 50, cem vezes maiores?
Quem vai escrever colunas sobre os marajás de Carajás? .
O presidente francês passou cinco anos como ministro do Interior construindo a imagem de um combatente radical da criminalidade e da imigração (em áreas relacionadas às pessoas de origem muçulmana). Ao que tudo indica Sarkozy quer repetir a estratégia política da campanha de 2007 quando procurou seguir o conselho de Karl Rove (estrategista de Bush). Em vez de tentar construir uma maioria é mais eficaz promover questões polêmicas como imigração, identidade, criminalidade e islamismo que podem provocar a fragmentação das oposições. O artigo é de Reginaldo Nasser.
Reginaldo Nasser*
Além do petróleo (85% das exportações) e da importação de armas (1 bilhão de dólares) o tema da imigração aparece com uma das principais preocupações da Comunidade Européia em relação aos recentes acontecimentos na Líbia e norte da África.
Uma das palavras mais utilizadas pelos diplomatas europeus, nos últimos dias, para se referir à ação de Kadafi é "inaceitável". No entanto, nos últimos anos, tem sido perfeitamente aceitável para os governos da Comunidade Europeia terceirizar a proteção de suas fronteiras a esse mesmo ditador. Há mais de três anos o aparato policial da Líbia é usado para manter os imigrantes longe do sagrado solo europeu. “Estamos extremamente preocupados com a evolução da situação no Norte de África” - disse a porta-voz do Comissariado Europeu para Assuntos Internos -, Michele Cercone, que visitou a Líbia ano passado para a realização de acordos de cooperação, com a promessa de uma ajuda de 5 bilhões de euros anuais em troca da colaboração do coronel Kadafi que alertou: “Amanhã, talvez a Europa não seja mais europeia, mas sim negra”.
Há dois anos foi celebrado um acordo entre a Itália e Líbia que permitiu à marinha italiana interceptar os "boat people" e devolvê-los para a Líbia, uma das principais rotas de entrada na Europa por sua proximidade com o sul da Itália. Assim, estima-se que, enquanto em 2008, mais de 32 mil imigrantes ilegais entraram na Itália via Líbia, em 2009, após o acordo, apenas 7 mil imigrantes chegaram ao seu destino. Aqueles que não conseguiram entrar na Europa ficaram detidos em campos de refugiados na Líbia que apresenta casos graves de discriminação e xenofobia em relação a imigrantes africanos. De acordo com o governo italiano, a Líbia já interceptou mais de 2,5 milhões de imigrantes, nos últimos cinco anos. Os refugiados que não têm a possibilidade de pedido de asilo ou acesso a qualquer recurso efetivo correm o risco de serem forçados a regressar aos países de origem onde eles podem enfrentar a perseguição ou tortura.
Em contraste com a sua resposta inepta às revoltas na Tunísia e no Egito, Sarkozy, não apenas condenou o regime de Kadafi, mas foi o primeiro a reconhecer o provisório Conselho Nacional de Transição, em Benghazi, e tomar a iniciativa de aprovar a resolução na ONU dando inicio aos ataques aéreos. Avaliou que seria uma excelente oportunidade para se mostrar como alguém superior às politicagens nacionais, ser arrojado internacionalmente e colocar a França no “panteão das grandes nações”. com objetivo de aumentar sua popularidade. Além disso, a intervenção na Líbia é uma forma de reafirmar sua posição na Europa e, sobretudo, como contrapeso ao poder econômico e político da Alemanha na União Européia. É uma mensagem que diz que se a Europa pretende ser levada a sério como uma potência mundial o poder militar francês é um de seus esteios.
Em mensagens no rádio e televisão o presidente francês tenta, desesperadamente, melhorar sua imagem manchada por sua proximidade com regimes ditatoriais e corruptos ( Marrocos, Egito, Tunísia e Líbia), saudando a "grande esperança" trazida pelas revoltas árabes. Dominique Paille, Presidente do Serviço francês de Imigração e Integração, observou “Há semanas estávamos assistindo o trem passar pela história, já estava na hora de tornarmo-nos uma das locomotivas”. Por sua vez, Claude Guéant, ministro do Interior e da Imigração, homem de confiança do presidente, querendo competir no terreno ideológico da extrema direita (a nova líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, aparece em primeiro lugar nas pesquisas) declarou que “por causa da imigração descontrolada, os franceses, por vezes, têm a sensação de que não estão mais em casa.”
Não podemos esquecer que Sarkozy passou cinco anos como ministro do Interior construindo a imagem de um combatente radical da criminalidade e da imigração (em áreas relacionadas às pessoas de origem muçulmana). Ao que tudo indica Sarkozy quer repetir a estratégia política da campanha de 2007 quando procurou seguir o conselho de Karl Rove (estrategista de Bush). Em vez de tentar construir uma maioria é mais eficaz promover questões polêmicas como imigração, identidade, criminalidade e islamismo que podem provocar a fragmentação das oposições. O resultado, no longo prazo, é um maior nível de dissenso social ou de violência. A diferença, e isso é muito mais grave, é que agora esse foco da lei e da ordem doméstica está intimamente conectado à política externa francesa e européia. Em certo sentido, a França quer repetir seu papel do século XIX, quando as potências coloniais européias estavam à procura de projetar poder e proteger seus interesses fora do continente europeu. *Reginaldo Naser. Professor de Relações Internacionais da PUC (SP) e do Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP). .
Em entrevista na noite da segunda-feira, 28, ao programa CQC, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) deu declarações que tiveram grande repercussão nas mídias sociais e devem gerar reações de diversas entidades e militantes, como os movimentos gay e negro.
Entre outras coisas, o parlamentar disse que, se pegasse filho fumando maconha, o torturava. Quando indagado o que faria se tivesse um filho gay, respondeu: “Isso nem passa pela minha cabeça, eu dei uma boa educação, fui pai presente, não corro este risco.”
Questionado sobre cotas raciais, disse: “Eu não entraria em um avião pilotado por um cotista nem aceitaria ser operado por um médico cotista.”
Por fim, a cantora Preta Gil, filha do ex-ministro e músico Gilberto Gil, perguntou o que ele faria se o filho se apaixonasse por uma negra. “Ô Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu”, respondeu.Estado
A cada ano, quando nos aproximamos da data do golpe de 1964, uma sensação incômoda se apossa da direita – dos partidos, políticos e dos seus meios de comunicação. O que fazer? Que atitude tomar? Fingir que não acontece nada, abordar de maneira “objetiva”, como se eles não tivessem estado comprometidos com a brutal ruptura da democracia no momento mais negativo da história brasileira ou abordar como se tivessem sido vítimas do regime que ajudaram a criar?
Difícil e incômoda a situação, porque a imprensa participou ativamente, como militância politica, da preparação do golpe, ajudando a criar um falso clima tanto de que o Brasil estivesse sob risco iminente de uma ruptura da democracia por parte da esquerda, como do falso isolamento do governo Jango. Pregaram o golpe, mobilizaram para as Marchas da Família, com Deus, pela Liberdade, convocadas pela Igreja, tentaram passar a ideia de que se tratava de um movimento democrático contra riscos de ditadura e promoveram a maior ruptura da democracia que o Brasil conheceu e a chegada ao poder da pior ditadura que conhecemos.
Na guerra fria, a imprensa brasileira esteve plenamente alinhada com a politica norteamericana da luta contra a “subversão” contra o “comunismo”, isto é, com o radicalismo de direita, com as posições obscurantistas e contrárias à democracia, estabelecida com grande esforço no Brasil. Estiveram em todas as tentativas de golpe contra Getúlio e contra JK. Em suma, a posição golpista da imprensa brasileira em 1964 não foi um erro ocasional, um acidente de percurso, mas a decorrência natural do alinhamento na guerra fria com as forças pró-EUA e que se opuseram com todo empenho ao processo de democratização que o Brasil viveu na década de 1950.
Deve prevalecer um misto de atitude envergonhada de não dar muito destaque ao tema, com matérias que pretendam renovar a ideia equivocada de que a imprensa foi vitima da ditadura – quando foi algoz, aliado, fator no desencadeamento do golpe e da ditadura. (O livro de Beatriz Kushnir, Cães de guarda, da Boitempo, continua a ser leitura indispensável para uma visão real do papel da mídia no golpe e na ditadura.) Promoveu o golpe, saudou a instalação da ditadura e a ruptura da democracia, tratou de acobertar isso como se tivesse sido um movimento democrático, encobriu a repressão fazendo circular as versões falsas da ditadura, elogiou os ditadores, escondeu a resistência democrática, classificou as ações desta resistência como terroristas – em suma, foi instrumento do regime de terror contra a democracia.
Por isso a data é incômoda para a direita, mas especialmente para a imprensa, que quer passar por arauto da democracia, por ombudsman das liberdades politicas. Quem são os Mesquitas, os Frias, os Marinhos, os Civitas, para falar em nome da democracia?
Por isso escondem, envergonhados, seu passado, buscam a falta de memória do povo, para que não saibam seu papel a favor da ditadura e contra a democracia, no momento mais importante da história brasileira. Por isso tem que ressoar sempre nos ouvidos de todos a pergunta: Onde você estava no golpe de 1964?
O ex-presidente Lula disse ontem que a presidente Dilma Rousseff "tem todo direito e liberdade de agir da forma que julgar conveniente agir", e enfatizou que "não há hipótese de haver divergências entre eu e a Dilma". Indagado pelo Valor porque não, Lula retrucou: "Porque, quando houver divergências, ela estará certa", e riu.
Lula deu em Lisboa sua mais longa entrevista, desde que deixou o governo, após uma certa hesitação que parece ter sido quebrada pela vontade de dona Marisa, ao ser procurado no elegante Hotel Ritz por dois repórteres.
Ao voltar de almoço no restaurante Tia Mariana, perto da embaixada brasileira, Lula quis escapar dos jornalistas que o esperavam, mas dona Marisa já no elevador tomou a iniciativa de dizer que falaria com ele para "responder umas duas questões" mais tarde.
Após reunião de quase duas horas com o ex-presidente português Mário Soares e o sociólogo Boaventura de Sousa Santos (que tem currículo de 80 páginas na internet), presenciada pelo embaixador brasileiro em Lisboa Mário Vilalba, Lula perguntou bem humorado aos dois repórteres: "Então, o que queres de mim?"
Indagado se via mudança na política externa brasileira no governo de Dilma, ilustrada com o voto contra o Irã recentemente, Lula respondeu que Dilma tinha o " direito e liberdade" de agir como quisesse, mas completou sério: "Eu não acredito que haja muitas mudanças, porque a companheira Dilma era governo quando nós fazíamos a política que fazíamos."
E foi adiante: "A presidente Dilma tem total liberdade. Já disse e vou repetir. Não há hipótese de haver divergências entre eu a Dilma", completando depois que se houver divergências, a presidente é que "estará certa".
"Sou um homem realizado por ter contribuído para eleger a Dilma presidente do país", acrescentou. "Ela tem caráter suficiente, habilidade suficiente, força politica e moral suficientes para levar o país a conquistar coisas extraordinárias e só estou torcendo."
Enquanto alguns analistas veem uma dura herança de Lula para Dilma, como um certo peso nas finanças públicas, a visão do ex-presidente é obviamente outra ao avaliar a situação global: "Se tem um país sem problema é o Brasil. Continua crescendo, a inflação está controlada, e a companheira Dilma já disse que fará todo o esforço possível para não permitir a volta da inflação."
Embora dando entrevista, Lula observou que "tenho me pautado em ficar em silêncio algum tempo, até junho, acho que é normal, desencarnando e deixando ela criar a cara dela".
Ao seu ver, "é preciso que o país tenha a cara dela, o governo tenha a cara dela, a política tenha a cara dela. Meu tempo passou, agora é o tempo dela e quero contribuir para ela ter todo o sucesso do mundo".
Ele apoiou o voto favorável do Brasil, e contra o Irã, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, para o envio de um relator especial para examinar eventuais violações pelo regime de Teerã. Lula ficou com a posição do novo governo e contra seu ex-ministro Celso Amorim, que desenhara grande parte da política de seu governo em relação ao Irã. "Foi correto o voto do Brasil, de que [um relator] vá ao Irã investigar se há atrocidades contra os direitos humanos."
Para ele, quem tem de mudar de posição sobre o Irã é a Europa e os Estados Unidos, mencionando a questão nuclear. "O que fizemos foi fazer o Irã aceitar uma proposta de acordo proposta pelos EUA, que o Ahmadinejad aceitou, mas os EUA e UE voltaram atrás para castigar o Irã. Defendo para o Irã o mesmo que defendo para o Brasil, a liberdade de ter o domínio da energia para fins pacíficos."
Mas, afinal, Dilma ligou ou não para Lula convidando-o para o almoço a Barack Obama, que ele recusou ir no Itamaraty? Rindo, Lula saiu pela tangente, respondendo porém de uma maneira que alguns julgarão pretensiosa: "Eu não poderia voltar ao Itamaraty dois meses e meio depois de deixar o governo, senão seria eu competindo com nossa presidente, não teria sentido, não teria lógica."
Para Lula, "depois de eu desencarnar posso fazer qualquer coisa, mas é muito pouco tempo para voltar ao Palácio, foi a única razão". Em direção de Obama, acrescentou: "Eu torço mais para o Obama do que ele próprio. Não tenho divergências com Obama. Agora, o dado concreto é que eu esperava que anunciasse algumas coisas mais importantes para o Brasil, como apoiar a entrada no Conselho de Segurança da ONU, cumprir decisão do algodão, cortar tarifa do etanol e retomar a Rodada Doha."
Indagado se é verdade que está ganhando R$ 200 mil por palestra a empresas, ele retrucou bem humorado: "Quem quiser saber quanto eu ganho que me convide." Seus planos incluem viagens a Washington, México, Londres, Madri para palestras. A partir da segunda quinzena do abril, diz que fará agenda "mais forte" dentro do Brasil para ajudar a fortalecer o PT e o movimento social.
"Vou voltar à porta de fábrica em São Bernardo do Campo, na porta da Mercedes-Benz, da Ford e da Volkswagen. Apenas deixei de ser presidente da República, mas jamais serei um ex-militante político e social. Faz parte da minha vida, eu gosto e preciso."
A presidente Dilma Rousseff chegará hoje a Lisboa e irá direto a Coimbra, onde na quarta-feira acompanhará a cerimônia na qual Lula receberá o título de doutor honoris causa dessa que é uma das mais antigas universidades da Europa. Lula receberá mais dois outros prêmios hoje, em Lisboa. Depois retornará em avião de carreira a São Paulo, tal como chegou ontem na capital portuguesa. Acha que só depois de "desencanar" do antigo papel de presidente é que poderá pegar carona no Aerolula hoje usado por Dilma.
A propaganda da Vale S/A para chinês ver, em 2009 (extraído do canal ValeBraZil com "Z"):
Ronaldo: Eu sou o Ronaldo e eu sou do Brasil. E a Vale é a maior mineradora do meu país e é também a ponte de estímulo o comércio Brasil-China. Locutor: O minério de ferro da Vale contribui há muito tempo para o desenvolvimento da China. Ronaldo: A Vale investe na China... Locutor: A Vale tem minas de carvão e de níquel na China e investiu US$ 1.6 bilhão na construção de 12 navios chineses. Ronaldo: A Vale gera empregos na China Locutor: A Vale ajuda na criação de milhares de empregos no país através de suas parcerias com empresas chinesas. Ronaldo: A Vale compra equipamentos da China Locutor: Só em 2008, a Vale comprou US$ 1,9 bilhão da China em equipamentos. E este ano vai continuar comprando ainda mais da China. Ronaldo: A Vale valoriza seus negócios na China. Locutor: A Vale valoriza as relações de longo prazo com os principais produtores de ferro do país e se importa ainda mais pelo desenvolvimento futuro da China. Ronaldo: Vale, a ponte que estimula para o comércio Brasil-China
A propaganda da Vale S/A para brasileiro ver, em 2007:
A vale é um negócio da China, para os banqueiros acionistas e para a China: Investe lá. Gera empregos na indústria naval da China. Compra equipamentos da China... e ao Brasil só cabe vender minério de ferro para a China?
Em 2007/2008 a Vale andou fazendo uns anúncios na TV brasileira, entre eles o video acima, dizendo que era uma empresa brasileira: "é possível fazer sucesso no mundo, sem nunca deixar de ser brasileiro", diz o anúncio, quase no fim.
Agora, no sítio dela na internet, diz que não é bem assim. Diz que uma empresa "GLOBAL com sede no Brasil". Não diz que é uma empresa BRASILEIRA.
É por isso que a Vale precisa ficar com maior controle dos maiores acionistas, o governo brasileiro através do BNDESpar e a PREVI.
A Maria Cristina certamente já viu um posto da Petrobras
Amigo navegante sugere a republicação de entrevista com o professor Wanderley Guilherme dos Santos, de Maria Cristina Fernandes, no jornal Valor de 25 deste mês:
“A outra Era Vargas”, por Wanderley Guilherme
Maria Cristina Fernandes Dois anos antes do golpe de 1964, quando a esquerda embarcava na onda da revolução, Wanderley Guilherme dos Santos alertava num livro lendário (Quem dará o Golpe no Brasil, Civilização Brasileira, 1962) sobre a quartelada que estava em curso e que acabaria por sufocá-la.
Meio século depois, quando a análise política predominante situa o governo Luiz Inácio Lula da Silva como continuador da herança varguista e já trata de delinear os atritos deste legado com o governo Dilma Rousseff, lá vem Wanderley Guilherme novamente na mão contrária. Aos 75 anos, continua com um facho na mão.
Foi Lula, diz, quem, na verdade, encerrou a Era Vargas. Não fala a partir da Casa Rui Barbosa para cuja presidência ainda não foi oficializado. “A outra Era Vargas” é o tema da aula magna que profere hoje (25/III) no início das atividades do Iesp, o instituto que, encampado pela Uerj, abriga os pesquisadores do antigo Iuperj fundado por Wanderley Guilherme no final dos anos 60.
Recorre ao seu conceito de cidadania regulada, que se tornou um dos mais influentes da ciência política nacional, ao advogar para Lula a condição de coveiro da Era Vargas.
Cunhado no final da década de 70 (Cidadania e Justiça, Campus, 1979), o conceito define a cidadania não por um conjunto de valores políticos mas pela inserção formal no mercado de trabalho. Com Vargas, passou a ser cidadão quem tinha uma profissão regulamentada e pertencia a um sindicato. A carteira de trabalho, na comparação de Wanderley Guilherme, passou a ser, de fato, a certidão de nascimento cívico e acabou controlando a expansão da cidadania no Brasil.
O primeiro ato de rompimento com a cidadania regulada, diz, aconteceu sob Médici, com a criação do Funrural. A abertura política ampliou o rompimento dessa regulação, mas foi apenas no governo Lula que seus pressupostos teriam sido sepultados.
Sem desmerecer o Bolsa Família, prefere lançar mão de um outro programa social, o Brasil Sorridente, para sustentar a tese de que não é preciso mais ser um torneiro mecânico para alcançar a cidadania. Segundo dados do Ministério da Saúde, as 18.650 equipes do programa haviam atendido, até 2009, 87 milhões de brasileiros que, até então, engrossavam os contingentes de desdentados que tanto envergonham a identidade nacional.
Wanderley Guilherme saúda a desregulação da cidadania mas não acolhe com o mesmo entusiasmo o fim de um dos instrumentos de sua promoção, o imposto sindical. Seus opositores estariam filiados à interpretação de que Vargas domesticou o movimento sindical – “Não havia nada a ser domesticado, os sindicatos eram fracos; o que o imposto fez foi resolver o problema da ação coletiva num momento em que a esquerda era revolucionária, não queria fazer política nem se expor ao degredo pela ação sindical”.
Enquanto a cidadania era regulada pelo Estado, o imposto sindical, era, e continua sendo, privado. Ao contrário do fundo partidário, que é estatal, o imposto sindical é recolhido junto aos trabalhadores. Acredita que o sistema possa ser aperfeiçoado mas indaga o que aconteceria se caísse a compulsoriedade: “Os ganhos obtidos pelos sindicatos apenas serão usufruídos pelos filiados?”.
Diz que a oligarquização atinge tanto as organizações sindicais trabalhistas quanto as patronais, mas não acredita que o meio para combatê-la seja o fim do imposto sindical. Credita o engajamento da CUT e do PT na campanha pela sua extinção a uma compreensão enviezada da Era Vargas que pode jogar por terra um estímulo à ação política dos trabalhadores.
Não acredita que o governo Dilma esteja contaminado pelo que chama de sentimento antivarguista conservador que hoje abriga CUT e PT. Cita a participação de empregados no conselho de administração das estatais, promulgada por Lula e regulamentada por Dilma, como um sinal eloquente de continuidade. “É um ato histórico porque tem a ver com a participação de trabalhadores no destino da mais valia e na definição dos investimentos que vão garantir empregos no futuro; é uma participação política crucial”.
Os limites da continuidade, diz, serão dados pela necessidade – mais premente agora do que o foi sob Lula – de se arbitrarem perdas.
É isso que está em questão na discussão da política antiinflacionária. A desregulação da cidadania só foi possível pelo rompimento com o preceito de que não era possível crescer sem inflação e desigualdade. Crescimento exige mais poupança interna e isso não rimava com distribuição de renda. Wanderley Guilherme diz que esta foi uma das mais espetaculares rupturas dos últimos oitenta anos visto que os dois antecessores que o superaram em avanço do PIB, Juscelino Kubitschek e Ernesto Geisel, não conseguiram domar a inflação nem evitaram que a desigualdade aumentasse.
“Os radicais dizem que os bancos ganharam mais. É claro que os ricos ficaram mais ricos, mas os pobres ficaram menos pobres em maior proporção. Isso se deu porque o bolo cresceu e é possível que não o faça no mesmo ritmo neste governo. Dilma terá que impor perdas a alguns segmentos se quiser que a desigualdade continue a ser reduzida”, diz.
Terá ainda que se ver com o crescimento do potencial do eleitorado conservador – tema de seu mais recente artigo no Valor (30/09/2010) – decorrente da percepção da nova classe média de que, dados os limites à mobilidade social, solavancos sociais podem acabar por desalojá-la.
Pelas medidas até agora tomadas, em relação ao salário mínimo, ao aumento do valor do bolsa família, ao programa de combate à miséria e às medidas antiinflacionárias, não vê uma arbitragem que rompa com o padrão de governo que a antecedeu.
O que ainda está por ver, na arbitragem das perdas, é o que Dilma fará para manter os pressupostos da competitividade internacional do país, o investimento em tecnologia e inovação. A ausência desse esforço sacrificaria um crescimento sustentado do país sem o qual todo o resto, desta e de outras eras, ficaria comprometido.
Navalha
Este ansioso blogueiro não entende por aí que o professor Wanderley considere Lula o “coveiro” de Vargas.
Lula ampliou Vargas, aprofundou Vargas, foi além de Vargas.
Mas Vargas não acabou.
Maria Cristina, por exemplo, deve ter uma Carteira do Trabalho.
Férias de 30 dias
Deve votar.
E comprar gasolina num posto da Petrobras.
Não fosse Vargas …
A análise de Wanderley parece a este ansioso blogueiro muito diferente daquela que o Farol de Alexandria prometeu: enterrar a Era de Vargas.
O que ele enterrou foi o Brasil.
Para entender melhor o que Wanderley pensa de Lula talvez valha a pena recorrer ao imperdível artigo que escreveu na Carta Capital, onde mostra como Lula mexeu com a estrutura, os paradigmas do Brasil. Paulo Henrique Amorim .
Cearense, engenheiro agrônomo, servidor público federal aposentado,casado, quatro filhos e onze netos. Um brasileiro comum, profundamente indignado com a manipulação vergonhosa e canalha feita pela mídia golpista e pela direita brasileira, representantes que são de uma elite egoísta, escravista, entreguista, preconceituosa e perversa.
Um brasileiro que sonha um Brasil para todos e não apenas para alguns, como tem sido desde o seu descobrimento até os nossos dias.
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O QUE É PIG ?
"Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista." (Paulo Henrique Amorim.) Dentre os componentes do PIG, os principais e mais perigosos veículos de comunicação são: a Rede Globo, O Estado de São Paulo, a Folha de São Paulo e a revista Veja.
O PIG - um instrumento de dominação usado pela plutocracia - atua visando formar uma legião de milhões de alienados políticos manipuláveis, conforme os seus interesses.
Estes parvos políticos - na maioria das vezes, pobres de direta - são denominados na blogosfera progressista como 'midiotas'.
O estudo Os Donos da Mídia, do Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação (Epcom), mostra que de 1990 a 2002 o número de grupos que controlam a mídia no Brasil reduziu-se de nove para seis.A eles estão ligados 668 veículos em todo o país: 309 canais de televisão, 308 canais de rádio e 50 jornais diários. http://www.cartacapital.com.br/sociedade/em-encontro-da-une-profissionais-defendem-democratizacao-da-midia/
MENSALÕES
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OS "MENSALÕES" NÃO JULGADOS
PGR e o STF – terão que se debruçar sobre outros casos e julgá-los de acordo com os mesmos critérios, para comprovar isonomia e para explicitar para os operadores de direito que a jurisprudência, de fato, mudou e não é seletiva.
É bonito ouvir um Ministro do STF afirmar que a condenação do “mensalão” (do PT) mostra que não apenas pés-de-chinelo que são condenados. Mas e os demais?
Alguns desses episódios:
1 - O mensalão tucano, de Minas Gerais, berço da tecnologia apropriada, mais tarde, pelo PT.
2 - A compra de votos para a reeleição de FHC. Na época houve pagamento através da aprovação, pelo Executivo, de emendas parlamentares em favor dos governadores, para que acertassem as contas com seus parlamentares.
3 - Troca de favores entre beneficiários da privatização e membros do governo diretamente envolvidos com elas. O caso mais explícito é o do ex-Ministro do Planejamento José Serra com o banqueiro Daniel Dantas. Dantas foi beneficiado por Ricardo Sérgio – notoriamente ligado a Serra.
4 - O próprio episódio Satiagraha, que Dantas conseguiu trancar no STJ (Superior Tribunal de Justiça), por meio de sentenças que conflitam com a nova compreensão do STF sobre matéria penal.
5 - O envolvimento do Opportunity com o esquema de financiamento do “mensalão”. Ao desmembrar do processo principal e remetê-lo para a primeira instância, a PGR praticamente livrou o banqueiro das mesmas penas aplicadas aos demais réus.
6 - Os dados levantados pela CPI do Banestado, de autorização indevida para bancos da fronteira operarem com contas de não-residentes. Os levantamento atingem muitos políticos proeminentes.
........................................................... Luis Nassif