.
11/10/2014
A política econômica de Dilma, segundo Mercadante
A campanha de Dilma Rousseff encontrou seu melhor porta-voz econômico: o Ministro-Chefe da Casa Civil Aloizio Mercadante.
Em sua entrevista a O Valor, com alguns pontos já antecipados ao
Blog, Mercadante expõe os problemas do governo DIlma, desfaz alguns
mitos e avança nos pontos centrais da política econômica em caso de
reeleição.
Sobre eixo da política econômica
O ponto central da política econômica der Dilma é a ideia do social
como eixo estruturante do desenvolvimento econômico, diz ele. O emprego
não é uma variável de ajustes. Ou seja, emprego e renda são peças
centrais.
Sobre comparações entre crises
A crise que atravessamos desde 2008 é muito mais grave e atingiu o
centro da economia internacional. Ao contrário do passado, que eram
crises da periferia; na Rússia, na Tailândia, na Argentina, no México. E
o Brasil agora conseguiu ter um dos melhores desempenhos no emprego,
manteve as políticas sociais e a valorização dos salários. Fizemos uma
política econômica prudente, de acúmulo de reservas cambiais e de
melhora na solvência e saúde fiscal da sociedade brasileira.
Sobre a responsabilidade fiscal do governo e o tripé
A oposição recebeu a dívida pública em 28% do PIB, entregou em 60%
do PIB e nós reduzimos para 35% do PIB. Tivemos responsabilidade fiscal.
Temos uma política de câmbio flutuante em que o Banco Central tenta
evitar oscilações muito bruscas. É muito importante para o país ter um
câmbio que contribua com a estabilidade, mas sobretudo com a
competitividade da economia. Nós cumprimos a meta inflacionária,
melhoramos a contabilidade pública e estamos conseguindo manter as
menores taxas de juros dos últimos 20 anos. Então, de que tripé está se
falando?
Sobre responsabilidade fiscal e políticas anticíclicas
Quando faz um ajuste fiscal de uma visão ortodoxa, sem olhar o
conjunto da economia e da sociedade, é o mesmo que estar com um avião
pesado, com muita carga, e resolver jogar a turbina fora para reduzir o
peso. Você cai, o país cai. Nós temos que fazer ajustes fiscais
seletivos, inteligentes, que preservem os mais pobres e continuem o
esforço de distribuição de renda e inclusão social.
Sobre bancos públicos
A China é o país que mais cresce no mundo e tem o maior banco
público do mundo. A Alemanha tem o segundo maior banco público do mundo.
Deveríamos olhar esses dois países e verificar quais são os
instrumentos que eles utilizam para ganhar competitividade sistêmica e o
papel dos bancos públicos.
Em junho de 2002, o Valor publicou uma matéria sobre reunião do
Armínio em que defendeu na Merrill Lynch o programa de privatização do
Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, com base num estudo feito
pela consultoria Booz Allen.
Se nós não tivéssemos os bancos públicos na retração de liquidez em 2008, o Brasil não teria o desempenho que teve nessa crise.
Sobre capital privado e financiamento de longo prazo
Agora, se querem discutir novas formas de financiamento de longo
prazo e construir mecanismos de mercado para ajudar o financiamento de
longo prazo, eu estou inteiramente de acordo. Acho bom esse debate ficar
bem claro porque quando você pega os mesmos ingredientes, o mesmo
cozinheiro e a mesma receita, vai dizer que o prato será diferente? Não,
o prato é o mesmo.
Sobre preços administrados
Preço administrado não é preço livre. Existem regras de
reajustamento, contratos, procedimentos. Energia, por exemplo: tivemos
uma seca, um aumento forte do custo e os preços estão sendo reajustados
em função dos prazos contratuais com percentuais muito elevados. O que
nós dizemos é que não existe um represamento de preços que exija um
choque imediato. É isso que estamos dizendo o tempo inteiro.
O preço do petróleo em qualquer país que tem uma base industrial e
que tem o petróleo como uma fonte da matriz energética importante, não
pode estar indexado ao preço internacional, porque um acidente no
Oriente Médio causa uma oscilação e em seguida esse preço volta. Você
tem que ter critérios um pouco mais consistentes de reajuste de preços
porque a energia é um elemento estratégico em termos de competitividade
para a indústria. Os reajustes da gasolina têm sido feitos anualmente.
Houve aumento em dezembro de 2012, em janeiro de 2013. Os critérios [de
reajuste] têm que ser de política energética para o desenvolvimento do
país.
Sobre eleições e movimentos de bolsa
Em todas as eleições tivemos fortes movimentos especulativos e
fortes pressões. Em 2002, o terrorismo econômico foi muito superior ao
que se vê agora. Os que acreditaram naquilo, no dia seguinte, começaram a
perder muito dinheiro. É um movimento especulativo, próprio da natureza
desse mercado, que usa a eleição, que tenta interferir na eleição.
A íntegra da entrevista
http://www.valor.com.br/eleicoes2014/3729900/nova-equipe-restabelecera-confianca-diz-mercadante#ixzz3Flfuc3Im
.
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista