sábado, 7 de fevereiro de 2015

Contraponto 15.985 - "Cunha, Moro, Gilmar, FHC e Globo querem a queda de Dilma, o fim do PT e jamais preservar a Petrobras"

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07/02/2015

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Palavra Livre 07/02/2015
 

CHARGE DE BESSINHA
Por Davis Sena Filho
 
O Partido dos Trabalhadores (PT) está na situação de um boxeador, que, em certo momento, desloca-se estrategicamente para o córner do ringue à espera do soar do gongo, porque sua intenção é tentar respirar e se defender dos socos de seu adversário, que está prestes a conquistar a vitória, se possível por intermédio de um nocaute contundente — inapelável.

Contudo, o partido que venceu as eleições presidenciais de 2014 é exatamente o PT, que deveria colocar as cartas na mesa, mas desaprendeu a revidar os “socos” ou a se defender, de maneira clara, objetiva e sistemática, porque, mesmo vitorioso nas urnas, perdeu a presidência da Câmara e vai ter de enfrentar mais uma CPI da Petrobras, organizada pela oposição conservadora, capitaneada pelo PSDB e seus aliados, a exemplo do DEM, PPS e parcela dissidente do PMDB, que tem em suas fileiras políticos de almas tucanas e que detestam ver os trabalhistas no poder.

É inacreditável e até mesmo surreal o governo popular de Dilma Rousseff não conseguir se mobilizar de modo que seus interesses políticos e partidários sejam resguardados, principalmente na Câmara dos Deputados, a ter como finalidade a aprovação de projetos e de programas que interessam à Presidência da República e a seus ministérios, que são responsáveis por milhares de obras e projetos de interesses nacionais, que contrariam o sistema de capitais controlado pelo mercado financeiro internacional.

As questões sobre as realidades que ora se apresentam podem se resumir nesta longa pergunta: “Será que o PT e o Governo Trabalhista desaprenderam a fazer política, e por isto se encolheram perante as adversidades, os ataques de uma oposição feroz, bem como dobrou os joelhos ao ponto de não conseguir se comunicar com o povo brasileiro, além de permitir, equivocadamente, que a imprensa corporativa fale sozinha”?

Eis as questões que o PT não consegue resolver por estar paralisado, como se estivesse em um estado letárgico e, com efeito, esvair-se em timidez e pusilanimidade. É um absurdo, quase um deboche, verificar que a direita deste País, uma das mais perversas, violentas e entreguistas do mundo, criar uma nova CPI da Petrobras, que tem, sem sombra de dúvida, como alvo a presidenta Dilma Rousseff e até mesmo o presidente Lula, porque os reacionários só de pensar na volta do líder petista ao poder sentem calafrios ao tempo que febres terçãs, pois sabem muito bem que o Lula é um líder de massas, além de ser o político brasileiro mais conhecido internacionalmente.

O líder que tem força política e popular para dar continuidade aos projetos do Governo Dilma, e, obviamente, manter a política fiscal, cambial e o projeto nacionalista de independência e emancipação, que implementadas no País desde sua posse como presidente, em 2003. Essas realidades realmente incomodam o establishment, principalmente o brasileiro, que é subordinado aos interesses internacionais, pois deles dependem seus imensos lucros provenientes de negócios que prejudicam o Brasil, ou simplesmente “adquiridos” por intermédio do rentismo ou da jogatina de capital especulativo, que não tem pátria e se movimenta pelas bolsas de valores, pelo sistema financeiro oficial, bem como por meio dos paraísos fiscais, que lavam também dinheiro sujo proveniente da corrupção, da prostituição, do tráfico de armas e de drogas.

A resumir: os banqueiros são os maiores criminosos do mundo, e seu círculo é composto pelos grandes conglomerados privados de comunicação, fabricantes de armas, grandes traficantes de drogas, petroleiras exploradoras de riqueza alheia, negociantes de ouro e pedras preciosas, além dos grandes latifundiários do mercado imobiliário urbano e rural. Não foi à toa que o sistema imobiliário, juntamente com o bancário, quebrou, em 2008, grande parte dos países europeus, bem como prejudicou fortemente a economia estadunidense, que, apesar de ter melhorado, ainda luta para resgatar sua pujança.
   

Enfim, é com esse tipo de gente que governos populares tem de lidar. Contudo, esses fatores somados permitem que o ex-presidente trabalhista tenha enormes chances de vencer o pleito eleitoral de 2018, a despeito dos escândalos, politicamente manipulados ou não pelas mídias de negócios privados e seletivamente preparados, tais quais a pratos feitos, pelos políticos de oposição e por setores do Judiciário e do Ministério Público, que, apesar da consolidação do regime democrático, ainda representam as classes dominantes, que historicamente se contrapõem aos interesses nacionais.

Considero um acinte à história do Brasil e uma falta de respeito à inteligência da sociedade brasileira, políticos, jornalistas e empresários, que sempre combateram as empresas estatais, notadamente a Petrobras por causa de seu valor econômico e cívico, além de suas estratégias de independência nacional, arvorarem-se agora como os arautos da dignidade, da moral e dos bons costumes, como se tivessem dispostos a proteger a Petrobras.

Essas pessoas são tão verdadeiras e sinceras tais quais aos mentirosos. Exemplifico um caso emblemático, mas falso, no que tange ao episódio do “varão de Plutarco”, Demóstenes Torres, admirado pela imprensa familiar e pelos coxinhas, o senador cassado e associado ao bicheiro Carlinhos Cachoeira. É dessa forma que se apresenta a moral udenista, que na verdade escamoteia e manipula seus verdadeiros interesses, como no caso da Petrobras, e, enquanto não conseguem concretizar seus objetivos inconfessáveis, dissimulam ao máximo para terem apoio de parte da população, geralmente de perfil conservador, reacionário e rancoroso, que é encontrada no seio da classe média de caráter lacerdista e moralista até a página três.

O show do circo midiático está nas ruas, e delegados “aecistas”, promotores e juízes que atuam politicamente e no “limite de suas responsabilidades”, tais quais a um dos vendilhões da era FHC, aproveitam-se de suas condições de protagonistas do caso Petrobras e selecionam fatos e acontecimentos pertencentes a um contexto maior para manter o fogo da fogueira acesa retratado nos meios de comunicação privados.

Os governos republicanos de Lula e de Dilma Rousseff são exatamente os que determinaram e efetivaram as investigações, buscas e apreensões para que a Polícia Federal combatesse, de fato, a corrupção na máquina governamental e na iniciativa privada. A mesma PF de delegados “aecistas” titulares de delegacias importantes no Paraná, e que alimenta, sistematicamente, as mídias privadas e oposicionistas com notícias vazadas de processos que estão em segredo de justiça.

A mesma PF da Operação Lava Jato, de delegados ligados ao juiz Sérgio Moro, que determinou que o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, fosse conduzido coercitivamente para depor, sendo que o petista já tinha realizado um depoimento na extinta CPI da Petrobras, comissão que foi esvaziada e abandonada matreiramente pelos tucanos antes das eleições de 2014, porque eles perceberam que naquele momento não haveria o que fazer contra o Governo Trabalhista, por falta de provas, como acontece agora, quando, de forma irresponsável, humilham Vaccari Neto sem comprovar nada e se baseiam em acusações infundadas para criminalizar o PT e o Governo Trabalhista, como já o fizera o servidor da Petrobras, Pedro Barusco, ladrão confesso, que acusa, mas não apresenta provas, já que o presidente do PT, Rui Falcão, além de processar o criminoso milionário de colarinho branco, afirmou, categoricamente, que todas as contas de campanha eleitoral do PT estão em dia e apresentadas à Justiça Eleitoral. Vaccari Neto também fez as mesmas assertivas do presidente do partido.

E é dessa forma que a banda toca no Judiciário, na Polícia Federal e no Ministério Público. A PF subsidia com informações o Ministério Público cujos promotores envolvidos no caso Petrobras se incumbem, despidos de quaisquer constrangimentos, de retroalimentar a mesma imprensa corporativa, que, por sua vez, pauta as lideranças do PSDB (o partido entreguista e traidor da Pátria), do DEM (o pior partido nanico escravocrata do mundo) e do PPS (a degeneração do socialismo) no Congresso Nacional.

As notícias são praticamente as mesmas e replicadas de forma exaustiva, como as águas reaproveitadas dos chafarizes. Trata-se do modus operandi de uma imprensa empresarial, que faz política, a liderar os partidos conservadores, sem medir consequências, porque não é regulada e sabe muito bem que pode repercutir o que quiser e ficar tudo como dantes no quartel de Abrantes.

É de se considerar absurdamente incrível que os governos que mais investigaram, prenderam e combateram a corrupção são taxados pela oposição de direita e por sua mídia hegemônica de corruptos, quando a verdade, e a história vai comprovar esta realidade, quem sempre foi leniente, cúmplice e se favoreceu com a compra de mandato presidencial e vendeu o País a estrangeiros, além de se recusar a investigar e punir a corrupção foram as autoridades dos governos tucanos. Afinal, não é à toa que o procurador-geral da República de FHC, Geraldo Brindeiro, era chamado de engavetador-geral.

Outra fator que chama a atenção é que o juiz do Supremo, Gilmar Mendes, segura há mais de dez meses o projeto de reforma política, que teve seu processo de votação interrompido, porque o condestável juiz pediu vistas do processo. Tempo suficiente para que o presidente eleito da Câmara, Eduardo Cunha, reapresente projeto de reforma política que favorece os partidos conservadores, que não conseguem vencer as eleições presidenciais há 12 anos.

Eles querem o voto distrital, o financiamento privado de campanhas eleitorais e agora são contrários à reeleição. Porém, malandramente foram favoráveis à reeleição de FHC, que, inclusive, foi acusado de comprar os votos de centenas de parlamentares para aprovarem a emenda da reeleição. Inacreditável, mas é isto mesmo. Gilmar Mendes, derrotado por seus pares, “segura” o processo de votação da reforma política no STF, enquanto seu aliado, o atual presidente da Câmara, a despeito de estar careca de saber que o financiamento privado é o maior responsável por todo tipo de corrupção e crimes, ainda tem o desplante, a insensatez e o autoritarismo de contrariar a sociedade brasileira.

O Brasil deseja a reforma política por meio de um plebiscito e não diretamente votada por um Congresso conservador, que está a se preparar para usar a CPI da Petrobras para iniciar um processo de cassação do mandato da presidenta constitucional Dilma Rousseff. Os atos e ações de Gilmar e Cunha tem de ser urgentemente denunciados à Nação. Golpe, não! A verdade é que os golpistas têm de ser punidos e destituídos de seus maus afazeres. Toda vigilância é pouca.

Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Renato Duque e Pedro Barusco estão a roubar a empresa mais brasileira e emblemática das empresas há décadas. A maioria é ré e confessou seus crimes, segundo a polícia e o MP, que vazam notícias, muitas delas de conotações políticas e pinçadas de um contexto maior, nitidamente com o propósito de causar dúvidas e confusões à população, no mínimo.

Todos os executivos da Petrobras envolvidos no escândalo de propinas são servidores de carreira, aprovados em concurso nos idos das décadas de 1970 e 1980, sendo que a maioria declarou que começou a roubar na década de 1990, exatamente a década governada pelos neoliberais do PSDB e aliados, liderados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Sobre essa importante questão a imprensa de negócios privados faz vista grossa e ouvidos moucos. A verdade é que os tucanos não investigaram e não puniram e hoje se aproveitam da promessa de Dilma Rousseff de que “não vai ficar pedra sobre pedra”.

Então é assim: a polícia comandada pelo Governo Trabalhista prende os corruptos e a imprensa dos magnatas bilionários, a oposição de direita e os setores conservadores do STF e do MP chamam o Governo de corrupto e, consequentemente, acenam com um impeachment contra a presidenta eleita Dilma Rousseff, além de, evidentemente, terem ainda na alça de mira o presidente Lula, possível candidato às eleições presidenciais de 2018.

A criminalização do PT, do Governo Trabalhista e a judicialização da política é a tônica praticada por instituições republicanas ainda controladas pelos filhos da burguesia, a exemplo do STF, do MP, de setores importantes da máquina do Congresso, a despeito de o PT estar há 12 anos no poder e ter vencido as eleições de 2014.

Então tá. Pedro Barusco e o doleiro Alverto Youssef, este conhecidíssimo repassador de “bola” às campanhas de todos os partidos, inclusive do PSDB, afirmam o que querem e não apresentam quaisquer provas, mas cientes de que suas assertivas dúbias e questionáveis vão, indubitavelmente, favorecer a criação de um carnaval por parte da imprensa operadora de uma verdadeira lobotomia em certos segmentos da sociedade de caráter udenista.

Lula e Dilma têm razão quando aponta para as ruas e os movimentos sociais, além das bases do PT, para enfrentar certa máquina do estado, aliada às mídias privadas e partidos direitistas, que não querem políticos trabalhistas no poder e muito menos desejam a emancipação do povo e a independência do Brasil.

E é exatamente essas estratégias que eu defendo desde sempre. Por seu turno, considero essencial que o Governo Trabalhista dê uma guinada à esquerda, porque a direita não quer dialogar e muito menos negociar pontos de caráter governamental e parlamentar para que o Brasil avance em direção ao seu desenvolvimento.

A verdade é que a direita quer engessar, paralisar o Governo, de forma que ele não consiga administrar as demandas do País e, por sua vez, chegue enfraquecido para a disputa das eleições de 2018. A casa grande aposta no impeachment, e o Governo tem de apostar nas ruas junto ao povo. A Petrobras é a força motriz do crescimento do Brasil como Nação. Cunha, Moro, Gilmar, FHC e Globo querem a queda de Dilma, o fim do PT e jamais preservar a Petrobras. Golpe, não! É isso aí.  
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