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12/02/2015
Globo blinda imagem de FHC, o da P-36, e pensa que seu jornalismo tucano é sério
Palavra Livre 12/02/2015
Sílvia Faria, diretora da Central Globo de Jornalismo, enviou o seguinte email a todos os chefes de núcleo da emissora:
“Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato
Atenção para a orientação
Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”.
Por Davis Sena Filho
Este
é o jornalismo manipulado quando não mentiroso praticado há muito tempo
pelos magnatas bilionários de imprensa e seus empregados, cúmplices de
um mesmo propósito, que é o de desgastar a imagem e a moral do Governo
Trabalhista de Dilma Rousseff, bem como incluir nesse bojo de
conspirações e infâmias o ex-presidente Lula, possível candidato do PT à
Presidência da República em 2018.
Todo
mundo que tem um pouco de discernimento e noção do que é justo ou
injusto, do que é certo ou errado, compreende que os piores e mais
fortes inimigos do desenvolvimento do Brasil e da emancipação do povo
brasileiro são, sem sombra de dúvidas, os magnatas bilionários de todas
as mídias cruzadas, que atualmente tentam destruir a Petrobras, com o
objetivo de privatizá-la e, posteriormente, entregar o pré-sal a
empresas estrangeiras, com a mudança do modelo de partilha para o de
concessão.
Além
disso, querem, inacreditavelmente, manter o financiamento privado para
as campanhas eleitorais e, por sua vez, ferir de morte a reforma
política, bem como apostam no impeachment, por via jurídica, conforme
aconteceu no Paraguai, contra uma presidenta eleita legitimamente, e que
chefia um Governo que está a prender ladrões de colarinhos brancos,
corruptos e corruptores pela primeira vez neste País.
A
verdade é que o impeachment contra a Dilma é uma bazófia ou bravata do
PSDB, que está a disputar um virtual terceiro turno das eleições de
outubro passado, pois até agora não conseguiu digerir a sua quarta
derrota, sendo que muitos de seus membros se mostram revoltados e
rancorosos, ao ponto de defender o que não pode ser defendido, porque
não se justifica o injustificável, que é a quebra da ordem democrática e
da estabilidade institucional.
Entretanto,
trata-se de uma direita irresponsável e demagoga, como exemplifica,
sobretudo, o e-mail de Sílvia Faria aos editores subordinados, quando
exige deles “atenção” para não repercutir na tela da Globo o nome de
Fernando Henrique Cardoso — o Príncipe da Privataria —, cujo governo não
investigou, não puniu e muito menos prendeu os bandidos de carreira e
os empresários e executivos corruptores das construtoras, que assaltaram
os cofres da Nação, notadamente os da Petrobras.
Hoje
essas pessoas estão a responder por seus malfeitos, exatamente nos
governos petistas, apesar de a imprensa de caráter golpista inverter os
fatos, distorcer as realidades, manipular as notícias e esconder do
público os nomes de seus aliados políticos, a exemplo de FHC e de outros
protagonistas das privatizações e escândalos da era tucana, que sempre
foram convenientemente blindados pelas famílias midiáticas, que desejam,
sofregamente, a queda de Dilma Rousseff do poder, assim como a
criminalização do PT e a judicialização da política.
Não
restam dúvidas que grande parte do povo brasileiro tem consciência de
que esta imprensa imperialista que está aí, a abusar de seu poder e a se
aproveitar de seus mecanismos de lobotomia, que deixam parte da
sociedade cega para as realidades que se apresentam, não é séria e nunca
o foi, como comprovam inúmeros episódios de sua história contrários aos
interesses do Brasil. O problema é que os setores mais reacionários e
direitistas da sociedade brasileira não se importam com a legalidade
democrática e, se possível, estão dispostos a rasgar a Constituição.
Eles
são radicais, extremados, e não se preocupam, de forma alguma, se
partidos como o PSDB, o DEM e o PPS resolveram partir para a ilegalidade
constitucional, bem como também não interessa a eles se a imprensa dos
magnatas bilionários é mentirosa e manipuladora. O que interessa a essa
gente, e somente isto, é a queda de uma presidenta trabalhista, que está
a prender criminosos de colarinhos brancos, além de realizar a inclusão
social de milhões de brasileiros.
É
evidente que um escândalo de bilhões na Petrobras, que está a ser
apurado pela Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, e
também pela Justiça Federal e Procuradoria Geral da República, dentre
outros órgãos e instituições, é um problema grave, complexo e que está a
ser, indevidamente e matreiramente, colocado nas costas do PT e do
Governo Trabalhista, quando a verdade é que esses fatos ocorrem desde as
décadas passadas e que somente agora estão a ser apurados para que haja
a punição dos envolvidos e a devolução do dinheiro público roubado.
Afinal,
como todo mundo já está cansado de saber, mesmo os recém-nascidos, os
saídos de um coma profundo, os extraterrestres, e, inacreditavelmente,
até os coxinhas udenistas compreendem, mesmo os mais afoitos e
reacionários por princípio, que a bandalheira cometida por servidores de
carreira da Petrobras remonta à década de 1990, exatamente o período do
auge neoliberal no Brasil e no mundo.
Por
seu turno, há de se compreender também que os executivos da petrolífera
presos, juntamente com os corruptores das grandes empreiteiras, agiam
praticamente livres, porque foi exatamente no governo tucano, privatista
e entreguista que foi assinado o Decreto 2.745/98, que trata da
prerrogativa de a estatal contratar serviços à margem da Lei de
Licitações.
Por
sua vez, tal decreto foi editado pelo Governo FHC para atender a
abertura do mercado nacional de petróleo e gás às empresas estrangeiras,
por intermédio da Lei 9.478/97 — a Lei do Petróleo. A verdade é que o
decreto 2.745/98 assinado por FHC — o Neoliberal I — se sobrepôs à lei
8.666/93 — a Lei de Licitações. Outrossim, o processo licitatório passou
a ser inexigível, a Petrobras vendeu empresas de seu complexo, além de
ser quebrado o monopólio estatal sobre o petróleo, bem como aconteceu a
venda de suas ações na Bolsa de Nova Iorque.
Todo
esse processo de alienação e entrega do patrimônio público começou a
partir do Governo Itamar Franco, em 1992, pois foi quando os tucanos
chegaram ao poder e se tornaram hegemônicos na Era Itamar, com o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no cargo de ministro da Fazenda,
sem entender patavinas de economia. Quando o Plano Real foi lançado,
FHC não era mais ministro e, mesmo assim, teve a ousadia de assinar a
nota do real, sendo que o titular da pasta da Fazenda era Rubens
Ricúpero.
De
qualquer forma, o verdadeiro responsável pelo Plano Real é o presidente
Itamar Franco, que o autorizou sob os ditames constitucionais de sua
presidência, de seu governo — inclusive assumindo os riscos políticos,
que não eram poucos. O Neoliberal I foi nomeado ministro da Fazenda,
porque Itamar, que saiu do poder com altos índices de aprovação popular,
sofria oposição da imprensa familiar, principalmente do baronato
paulista e das Organizações(?) Globo. Por isso, o político de Minas
Gerais necessitava de um nome palatável para a imprensa familiar, bem
como para os setores empresarial e financeiro, principalmente os de São
Paulo, que historicamente sempre sabotaram governos que não os
atendessem em seus interesses.
Por
sua vez, os tucanos conseguiram firmar no imaginário popular, com a
cooperação sistemática das mídias privadas, que o Plano Real foi obra do
PSDB, quando a verdade é que Itamar Franco estabeleceu as condições
favoráveis para que o real desse certo, bem como Rubens Ricúpero era o
ministro da Fazenda, no lançamento da nova moeda, e não o FHC, que já
tinha saído do Governo Itamar, mas, espertamente, assinou as notas do
real.
Disse
certa vez Itamar Franco sobre Fernando Henrique: “De repente até parece
que foi o doutor Cardoso, que nem ministro mais era, porque tinha
deixado o cargo em março, e nós lançamos o Plano Real em 1º de julho.
Parece até que foi o doutor Cardoso que assinou a medida provisória (do
Plano Real)” — afirmou Itamar, em 2000, para logo completar: “Ele
entende menos de matemática do que eu; e entende tanto de economia
quanto eu. Talvez eu até entenda mais do que ele” — concluiu.
Ciro
Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda, afirmou: “O FHC
foi ministro de Itamar, mas ele saiu antes de o real ter sido lançado e
deixou as notas assinadas. Isso tudo é uma sequência de uma fraude” —
ressalta o político do Estado do Ceará.
A
verdade é que a paternidade do Plano Real é de Itamar Franco, e o
ministro da Fazenda que o lançou foi o Rubens Ricúpero e não o FHC.
Itamar morreu em 2011, mas sempre que pôde falar e ser ouvido contestou
as afirmativas do PSDB e da imprensa de negócios privados de que o Plano
Real é de autoria dos tucanos. Acontece que não é. Ponto.
O
ex-presidente e político histórico morreu, magoado com relação a essa
questão e jamais perdoou as bravatas, as fanfarronices, os engodos e as
mentiras do PSDB, à frente o Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I
—, que depois venceu duas eleições presidenciais, a ter como mote
publicitário o Plano Real. Exatamente o FHC, aquele que entregou o País,
traiu o Brasil e mesmo assim foi ao FMI três vezes, de joelhos,
humilhado, com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes.
Agora
Fernando Henrique Cardoso aposta no impeachment presidencial, e o
derrotado Aécio Neves, juntamente com Agripino Maia, Rodrigo Maia,
Álvaro Dias, Carlos Sampaio e Ronaldo Caiado, dentre outros políticos de
direita, repercute no Congresso o desejo de se efetivar um golpe, que
os tucanos e a imprensa empresarial cinicamente o chamam de “jurídico”,
contra uma presidenta constituída, eleita legalmente e a respeitar o
jogo democrático e os ditames do Estado Democrático de Direito.
A
verdade é que a direita brasileira quer criminalizar as contas de
campanha do PT, abrir o pré-sal para as petroleiras estrangeiras, barrar
a reforma política, que dispõe sobre o fim do financiamento privado às
campanhas, bem como atribuir às prisões de executivos da Petrobras e das
construtoras, como se fossem corrupção do Governo Trabalhista, que na
verdade é o maior responsável pelas investigações, denúncias e prisões
de ladrões de colarinhos brancos, dos corruptos e dos corruptores, que
pela primeira vez no País estão a ser presos e punidos, e no Governo do
PT. Este é o fato.
Todavia,
FHC — o Neoliberal I —, ainda como senador, já tinha anunciado suas
intenções privatistas antes de disputar o pleito eleitoral para
presidente da República, em 1994. Em um discurso liberal, o príncipe da
imprensa corporativa alardeou, de forma arrogante e divorciada da
história, o fim da Era Getúlio Vargas. Seu pronunciamento soou como se
fosse uma senha para o que depois viria acontecer com o Brasil e seu
rico e diversificado patrimônio público.
Um
patrimônio construído através do trabalho de gerações de brasileiros,
que se dedicaram com conhecimento, trabalho árduo e competência para
criar estatais dos portes de Rede Ferroviária, Telebras, Embratel, Vale
do Rio Doce, Petrobras e portos, além de empresas ligadas à
petroquímica, fertilizantes, saneamento, gás, seguros, bancos,
siderúrgicas e mineração, dentre outros segmentos empresariais da
poderosa economia brasileira.
Somente
para constar, de 1992, ainda no Governo Itamar, até 2000, o
ex-presidente Fernando Henrique, e seus chicagos boys, venderam 125
empresas estatais e mesmo assim não amortizaram as dívidas públicas,
além de jogarem o Brasil nas garras do FMI. Chamar de incompetentes e
entreguistas os governos tucanos é pouco.
A
verdade é que o Fernando Henrique, o PSDB e os seus aliados traíram o
Brasil e o povo brasileiro, e hoje ainda tem o desplante de falar em
moralidade, como se fossem os arautos em defesa do Brasil, quando se
sabe que esses grupos econômicos e políticos porta-vozes dos interesses
da plutocracia, controladora do establishment em termos mundiais.
Porém,
e para o bem do Brasil, FHC é um péssimo vidente e um “historiador”
sofrível. A Era Vargas não foi “sepultada”, como o tucano
equivocadamente anunciou nos idos dos anos 1990, o que seria um sonho
dos neoliberais, dos direitistas e dos empresários que apostam em um
capitalismo selvagem e de exploração e pirataria. Com a ascensão do PT
ao poder, o trabalhismo foi retomado, pois destituído do poder em 1964,
com a queda de Jango.
O
Brasil voltou a crescer economicamente, milhões de cidadãos brasileiros
foram inseridos no mercado de trabalho e no sistema educacional e a
democracia brasileira se consolidou, apesar do golpismo barato e
irresponsável de certos setores da sociedade inconformados com os
avanços sociais, a garantia dos direitos trabalhistas e a recusa de os
governos de Lula e de Dilma não se alinharem automaticamente aos
interesses dos Estados Unidos e da União Europeia, bem como não serem
pautados pelas mídias dos magnatas bilionários.
Não
vai haver golpes de estado, militar ou jurídico. Seria uma aventura
muito perigosa, ainda mais quando se trata do PT, um partido que
continua socialmente orgânico e que está no poder. Seria muita
imprudência da direita brasileira, que — é verdade — sempre foi
irresponsável, porque só se preocupa com seus negócios e lucros, com seu
mundinho redoma de cristal e provinciano feito para poucos se darem
bem, usufruir das riquezas do País e manter seus privilégios e
benefícios para o todo e sempre, como se fosse seu destino de opulência,
perversidade e leviandade determinado por Deus. A Globo blinda a imagem
de FHC, o da P-36, e pensa que seu jornalismo tucano é sério. Durma-se
com um barulho desses. É isso aí.
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