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18/02/2015


Depois dos telefones, espionagem da NSA americana é detectada nos HD de computadores


Tijolaço - 18 de fevereiro de 2015 | 08:31 Autor: Fernando Brito

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Fernando Brito

Aquela história do “império do mal”, usada por Ronald Reagan para se referir à então União Soviética está, cada vez mais, se tornando uma auto definição para os Estados Unidos.

A revelação, pela Reuters, de que é verdadeira a descoberta, feita pelo Kaspersky Lab, um fabricante de softwares russo, de que os discos rígidos de computador fabricados pelas maiores indústrias do setor já vêm, “de fábrica” com programas espiões, que permitem ao Governo americano bisbilhotar seu conteúdo, é mais um capítulo revelado do imenso sistema de espionagem montado no mundo.

E que não provoca reação à altura da comunidade internacional, como não provocou a revelação da espionagem da NSA americana sobre as telecomunicações internacionais, que não poupava sequer chefes de Estado “amigos” dos EUA.

Tal como ocorre aqui com o argumento da corrupção “justificar” as tropelias cometidas pelo poder, também em escala mundial o “terrorismo” (boa parte dele produzido com a influência dos próprios americanos) serve de razão do lobo para invadir, ciberneticamente, os países que não agradam aos donos do mundo.

Afinal de contas, a maioria dos HD infectados é usada no Irã, na China,na Rússia, no Paquistão, no Afeganistão além do Mali, Síria, Iêmen e Argélia. E em computadores dos “governos, de uso  militares, companhias de telecomunicação e eletricidade, bancos, pesquisadores de energia nuclear, meios de comunicação e (ah, sim…)ativistas islâmicos” , diz a Reuters.

Mais grave, porém, que a espionagem eletrônica é a crescente convicção de que isto é normal e faz mesmo parte das relações de poder e cobiça no mundo, desde que nasce a história humana.
O que não está longe da verdade.

Assim como a corrupção, milagrosamente recém-descoberta, faz parte das relações econômicas do mundo, desde quando é possível olhar para trás.

O que não as faz, nem a uma nem a outra, “normais” ou aceitáveis.

Embora a indignação e a revolta ocorram de maneira convenientemente seletiva.

Imaginem, por exemplo, se os programas de espionagem fossem iranianos, russos ou chineses…Que crise mundial, não é?

Agora, se quiser transpor esse mesmo contraste para a corrupção, fique livre para imaginar.

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