06/03/2016
Globo aprende que não há golpe na democracia
Brasil 247 - 6 de Março de 2016 às 18:51
Este domingo histórico mostrou aos irmãos José Roberto,
Roberto Irineu e João Roberto Marinho que é impossível, numa sociedade
complexa e aberta como a brasileira, perpetrar um golpe branco dentro de
uma democracia; se a Globo quiser mesmo levar adiante seu plano de
derrubada da presidente Dilma Rousseff, prisão do ex-presidente Lula e
extinção do PT, ela terá que contar, assim como em 1964, com todos os
elementos de uma ditadura formal: censura aos meios de comunicação
independentes, repressão policial, prisões, torturas e assassinatos;
neste domingo, ao ser identificada pela população como artífice do
golpe, a Globo viu uma megamanifestação diante de sua sede no Rio, a
invasão do triplex dos Marinho em Paraty e ainda a hashtag
#ForaRedeEsgoto se tornar um dos temas mais comentados do mundo;
assustada, Globo pediu socorro aos militares, mas eles não virão
247 – Este domingo 6
de março de 2016 foi um dia de aprendizado para os irmãos José Roberto,
João Roberto e Roberto Irineu Marinho. Donos da Globo e de uma fortuna
de US$ 20 bilhões, eles aprenderam que o mundo no qual seu pai, o velho
Roberto Marinho, trafegou como um mestre não existe mais.
Em 1964, como todos sabem, a Globo
foi um dos principais instrumentos de um golpe que fez com que o Brasil
enfrentasse uma longa noite ditatorial de 21 anos. Cassaram-se as
liberdades civis e muitos brasileiros foram presos, mortos e torturados.
Enquanto isso, lado a lado com os militares, a Globo construía seu
império de comunicação.
Agora, em 2016, a Globo decidiu
testar uma nova modalidade de golpe: o "golpe branco", via Poder
Judiciário, com três objetivos bem definidos. O primeiro, a prisão do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sob o discurso de que não há
mais "intocáveis" no País. O segundo, a deposição da presidente Dilma
Rousseff. O terceiro, a cassação do registro do Partido dos
Trabalhadores.
Golpe, só com ditadura
O domingo serviu para demonstrar aos Marinho que, se quiserem mesmo levar adiante o roteiro de golpe traçado com a oposição, terão que buscar todos os instrumentos de uma ditadura formal: atos institucionais, toques de recolher, torturas, assassinatos e a imposição do terror. Além, é claro, da censura aos meios de comunicação independentes. Coincidência ou não, neste fim de semana, o repórter Rodrigo Vianna denunciou que a Globo pediu à Lava Jato uma ação policial contra sites independentes (leia aqui).
Ainda há tempo para que os Marinho reflitam sobre a quase guerra civil que criaram no Brasil. A esse respeito, 247 publica um comentário lúcido de um de seus leitores:
Brazilino Nunes De Sá Neto ·
A hora tinha que ser de busca do
diálogo, de serenidade, de acalmar os ânimos. Mas a Globo não quer. O
tom dos seus colunistas e apresentadores é de confronto. Se ela espera
um grand finale vai ser um amargo começo de uma luta com graves
consequências. Não vai existir nenhum local, pode ser no mais profundo
abismo que um profissional da Globo não vai se sentir seguro para
trabalhar. Serão perseguidos e caçados onde quer que forem. Tristes
tempos esses. Só um aviso a Rede Globo: não estamos em 1964. Não paguem
pra ver.
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