12/06/2017
Janio e o Brasil de Temer: uma ruína ainda em “construção”
Do Tijolaço · 11/06/2017
Fernando Brito
Janio de Freitas, em sua coluna de hoje na Folha, diz o que precisava ser dito: “o julgamento da chapa Dilma-Temer e a decisão do TSE não têm importância alguma.”, exceto para dar-lhe a “bênção de quatro juízes de um tribunal que se mostrou, não em todos mas em tudo, bem à altura do que julgava”.
A verdade é que o Brasil, há anos, vem sendo destruído por interesses políticos e econômicos que não guardam qualquer ligação com a existência de um país como o que somos, transformando o Brasil em um chiqueiro, onde porcos refocilam em busca de vermes.
Separo um trecho, logo após definir a presidência de Temer ” literalmente [como] um caso de polícia”:
O país não é parte desse enredo. Desde meados de 2014, quando a campanha eleitoral se intensificou com acirramentos e baixarias, são exatos três anos em que tudo nos níveis de condução do país consistiu em ações por interesses pessoais ou grupais. Aí incluída a reviravolta de Dilma para a política econômica “do mercado”, que o impeachment buscou por outros meios. E incluído também o dirigismo da Lava Jato, até que as delações da Odebrecht, por iniciativa sua, abrissem um pouco o leque.
Tudo no Brasil se agravou na cadência, dia a dia, desses três anos. Nenhuma força, política ou econômica, pôs os olhos e a voz para além dos seus interesses. Seu contato com o restante do país se fez apenas por intermédio das PMs, na repressão a segmentos de povo mobilizado por direitos seus ameaçados ou já mutilados.
Os Estados desabam, mesmo o rico São Paulo faz pedaladas fiscais e estatísticas para esconder as perdas da educação. No rastro dos Estados, vão os municípios. O desemprego e seus reflexos, sociais e urbanos, crescem como epidemia de desesperos e inseguranças. O Brasil está no mapa mas não está no mundo, carente de ação externa e sucumbido à humilhação de país carcomido pela corrupção.
Esse seria o Brasil que Temer, se o TSE o derrotasse, teria apoios poderosos para manter, desde que comprasse ao Congresso as medidas desejadas pelo “mercado”. Esse será o Brasil que Temer, favorecido pelo TSE, terá apoio para manter, se proporcionar a transformação de direitos trabalhistas e sociais em maiores ganhos empresariais. E se não for interrompido pela polícia
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