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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Contraponto 6292 - Manipulação sutil da Folha

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19/09/2011
A notícia está no "pé"

Do Tijolaço - 19/09/2011


Postado por Fernando Brito

Os nossos jornais são, realmente, o máximo. Fizeram uma “revolução silenciosa” e aboliram o padrão mundial de jornalismo que se implantou pelo mundo – aqui, pelas mãos de Pompeu de Souza e Luis Paulistano, dois marcos do jornalismo. Os nossos velhos “narizes de cera” deram lugar ao “lead” e à ideia da pirâmide invertida na informação: o mais importante vem primeiro.

Hoje, por exemplo, a reportagem “Com alta de imposto, governo compensou extinção da CPMF“, da Folha, tem de ser lida até o último parágrafo para que você saiba sobre quem incidiu a tal “alta de imposto”.

E descobrir que não foi sobre você, amigo leitor.

A matéria está correta no conteúdo, mas é construída dentro da linha de pensamento dominante de explorar a famosa “carga tributária” que faz a União arrecadar cada vez mais impostos.

Mas, se você olhar bem, a matéria só tem dados que contém mudanças sadias na estrutura dos impostos e das receitas da União.

A primeira é a de que as estatais passaram, como deve ser, a dar melhores resultados financeiros para seu dono: o Governo brasileiro.

A segunda é que o Imposto sobre Operações Financeiras passou a arrecadar mais não tanto em função da elevação das alíquotas, simplesmente, mas sobre a expansão do crédito no país – e sem contar o imobiliário, que é isento de imposto, para pessoas físicas. O estoque das operações de crédito no Brasil, desde 2006, mais do que dobrou, passando de R$ 733 bilhões em dezembro daquele ano, para R$ 1,7 trilhão, em dezembro de 2010.

Logo, a arrecadação do imposto ter também mais do que dobrado não é essencialmente resultado da elevação da alíquota em 0,38% para compensar a CPMF, mas da expansão imensa sofrida pela base da tributação.

Por último, ficamos sabendo que este aumento da carga tributária está incidindo – vejam que coisa absurda – sobre o lucro dos bancos, que tiveram elevada de 9% para 15% a alíquota de sua Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a CSLL. Como os bancos v~em registrando lucros recordes balanço após balanço, também é lógico que a arrecadação suba e, como se vê, sem comprometer em nada a invejável saúde financeira de que desfrutam.

A matéria, repito, contém todos os dados verdadeiros, inclusive o de que a expansão da arrecadação se deve ao nível mais elevado de atividade econômica.

Mas dá um trabalho danado para a gente poder entender uma coisa básica quando se trata de imposto: quem o está pagando.


domingo, 18 de setembro de 2011

Contraponto 6282 - "Jornal da ditabranda também cria um disque-delação"

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18/09/2011

Jornal da ditabranda também cria um disque-delação


Do Naufagros da Utopia - domingo, 18 de setembro de 2011

O estado policial se torna realidade.

Além de toda a espionagem e monitoramento eletrônicos, invadindo e devassando de todo modo nossa intimidade, está sendo cada vez mais incentivada a deduragem anônima.

É tudo de que precisam os covardes e os vis para lançarem suspeitas infundadas sobre seus desafetos, causando-lhes transtornos e aborrecimentos.

Esta prática infame foi introduzida pela Polícia, com seu disque-delação, que evidentemente deve ter colocado as otoridade no encalço de muitos cidadãos inocentes.

Agora, a Folha de S. Paulo cria um serviço congênere. Trata-se de uma vergonha para o jornalismo, que passa a ser confundido com mera bisbilhotice, ao designar profissionais para escarafuncharem mentiras e boatos. Algo tão repulsivo só poderia mesmo provir do jornal da ditabranda.


Eis o novo monstro engendrado pelos doutores Frankensteins da alameda Barão de Limeira:

"A Folha lança neste domingo o programa Folhaleaks, um canal na Folha.com (folha.com/folhaleaks) para receber informações e documentos que possam merecer uma investigação jornalística.

Trata-se de uma ferramenta que permitirá ao leitor enviar sugestões, informações e documentos inéditos capazes de gerar reportagens investigativas elaboradas pela equipe do jornal.

O internauta poderá fazer isso de forma anônima --o jornal preservará o anonimato das fontes que não queiram se identificar..."

Lá vai o PIG, descendo a ladeira.
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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Contraponto 6021 - "A Folha (*) vai quebrar 2 vezes. A Globo, uma"

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17/08/2011
A Folha(*) vai quebrar 2 vezes. A Globo, uma

Seu Frias e Roberto Marinho vão ter que contratar o Dr. Bermudes

Saiu na Folha, pág B1:

Congresso libera tevê a cabo para telefônicas

Elas vão poder controlar empresas de televisão por assinatura.

Os canais vão ter três horas e meia de programação nacional em horário nobre.

Metade do conteúdo nacional terá de ser de produtor independente.

O Slim assume de vez a Net, que era da Globo, antes da concordata.

E a Telefônica assume a TVA, que era da Abril.

(A propósito, a Abril é a maior contribuição à Historia do Capitalismo, desde O Capital, de Karl Marx. Ela acabou de fazer um lançamento de ações, um IPO, que o Conversa Afiada desconfiou que se tratava de um mico. Pois não é que o Valor, hoje, assegura que, logo após o IPO, a Abril exibe fulgurante prejuízo com as despesas financeiras? Esse Robert(o) Civita é um jenio.)

NAVALHA


O princípio básico da nova lei do cabo é saudável e simples:

Quem distribui (telefônica) não produz conteúdo (Globo).

Quem produz conteúdo (Globo) não distribui (telefônica).

A lei transforma tudo em empresa de Comunicação.

Onde se encaixam também os provedores de acesso à internet (UOL).

Assim, teremos a seguinte situação, muito interessante.

A Globo vai ter que fechar o Globo.com e o G1.

Porque não pode distribuir e produzir conteúdo ao mesmo tempo.

O UOL – que sustenta os jenios da Folha (*) – também vai.

Porque ele ou é provedor de acesso ou de conteúdo.

E, na pág. B4, da mesma Folha, o Ministro Paulo Bernardo avisa que as telefônicas poderão dar acesso à internet, sem precisar de provedor.

Ou seja, o UOL perde do novo.

Duas vezes.

Os colonistas da Folha vão ficar impossíveis.

O projeto que o Senado aprovou vai à sanção da Presidenta.

Os filhos do Roberto Marinho e do seu Frias só têm uma saída.

Contratar o escritório do Dr. Sergio Bermudes e sua consultora, Elena Landau.

O Dr. Bermudes não perde uma !




Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
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domingo, 24 de julho de 2011

Contraponto 5853 - "Noruega: jornalista da Folha 'apontou' para islâmicos"

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Autor:

Nos anos 80, nós, estudantes de Comunicação, víamos alguns jornalistas da Folha de São Paulo como ícones da imprensa nacional. Tempos bons aqueles que a Folha se caracterizava, apesar de um passado nebuloso durante a ditadura, como o símbolo de um jornalismo plural, que apontava para a possibilidade recém conquistada de termos um país com ampla liberdade de opinião, pronto para discutir, de forma democrática, o seu presente e o seu futuro.

Hoje, além da decadência da Folha como espaço de pluralidade, algumas das referências profissionais daquele períodico, como foi Clóvis Rossi, colecionam verdadeiros tropeços jornalísticos.

Se precisássemos definir hoje, em poucos palavras, "o que é jornalismo", diríamos, todos nós que um dia lemos o simpático livrinho no primeiro período de nossas faculdades, que "jornalismo", pelo menos o ideal, é exatamente "o contrário do que tem sido praticado pelo autor"

Recentemente, precipitou-se em acusar de criminosos os argumentos e ideias de professores sérios, responsáveis por um livro didático, hoje, sabidamente, correto em seus princípios e sua execução.

Agora, na maior tragédia vivida por um país nórdico, desde a Segunda Guerra, Clóvis Rossi se apressa para insinuar, num podcast, que os ataques foram desferidos por islâmicos, quando poucas horas depois já se sabia que a autoria dos atentados contra a Noruega fora de um louco ultradireitista.

Ainda que em forma de pergunta e disfarçada de hipótese, a frase soou como preconceito e como mais um palpite infeliz: "Terá sido uma resposta à participação da Noruega na guerra do Afeganistão? Ou ao envolvimento do país nas operações militares na Líbia?".

Não Clóvis Rossi, não foram grupos radicais islâmicos que entristeceram os noruegueses! As referências à participação de forças do país na Líbia ou no Afeganistão não cabem no contexto da tragédia.

E a precipitação e a incapacidade de pedir desculpas (desta vez, à comunidade islâmica) pelas falhas não cabem no contexto do bom jornalismo.

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Contraponto 5767 - "Na Inglaterra, a Folha estaria em apuros"


Eduardo Guimarães

O brasileiro já se acostumou à cantilena de que qualquer questionamento aos métodos cada vez mais desesperados da mídia local em busca de audiência ou de influir no jogo do poder seria “tentativa de censura”. Em países “marxistas” como a Inglaterra, porém, liberdade de imprensa não se confunde com liberdade para delinqüir.

O Comitê de Cultura, Mídia e Esportes do Parlamento britânico “convidou” Rupert Murdoch, uma espécie de Roberto Marinho gringo, seu filho James Murdoch e a diretora do império de mídia deles, Rebekah Brooks, para darem explicações sobre grampos ilegais utilizados pelo tablóide “The News of the World” para obter informações.

Mas a “fúria censora” inglesa não pára por aí. Novos documentos e gravações apontam que os jornais “Sunday Times” e ”The Sun”, do mesmo Murdoch, teriam tido acesso a dados financeiros privados do ex-premiê Gordon Brown e ao histórico médico do seu filho.

Como a Grã Bretanha entende que não se pode confundir liberdade de imprensa com práticas criminosas, o governo, pressionado pela sociedade, passou a impor obstáculos a Rupert Murdoch para adquirir a plataforma televisiva “BSkyB”. Por conta disso, aliás, é provável que a operação nem saia.

Alguém imagina coisa similar acontecendo no Brasil?

Em sua edição de 25 abril de 2009, o jornal “Folha de S. Paulo” reconheceu que publicou em sua primeira página, sem checar a veracidade, uma reprodução de ficha policial da então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que recebera por e-mail (!!) de um site de ultra-direita.

A reportagem que acompanhava a falsificação acusava Dilma de ter participado de complô para seqüestrar o ministro da ditadura militar Delfim Neto. A ficha continha informações forjadas. E, apesar dos laudos mostrando a falsidade do “documento”, alguns dias depois o jornal manteve a mentira dizendo que não poderia confirmá-la ou desmenti-la.

As razões da “Folha” eram óbvias. O Brasil estava às portas da campanha eleitoral que escolheria o sucessor – ou a sucessora – de Lula e o jornal, partidário da candidatura de José Serra, tratava de tentar destruir a imagem da principal adversária do tucano.

Se tivéssemos a sorte de viver em um país civilizado em que o conceito “liberdade de imprensa” não serve de desculpa para a prática de falcatruas “jornalísticas” desse porte, e que entende que denunciá-las e puni-las não é censura coisa nenhuma, hoje o filho do baba-ovo da ditadura Otavio Frias de Oliveira, estaria frito.
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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Contraponto 5652 - "Folha quer 'desacelerar' a economia"

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30/06/2011

Folha quer “desacelerar” a economia

Por Altamiro Borges

A mídia nativa não esconde seus vínculos orgânicos com o capital financeiro. Mesmo com as medidas do governo Dilma Rousseff de restrição ao crédito, de aumento recorrente das taxas de juros e de drásticos cortes no orçamento, ela não está satisfeita e exige mais arrocho monetário e fiscal. Na prática, a mídia rentista serve como porta-voz da oligarquia financeira.

Em seu editorial de ontem (29), intitulado “desaceleração inconclusa”, a Folha mais uma vez explícita esta posição. Para ela, “a diminuição do crédito ajuda no combate à inflação, mas o Banco Central precisa estar atento para a retomada da alta dos preços no futuro próximo”. Com esse discurso terrorista, o jornal neoliberal clama por medidas mais duras de restrição ao consumo.

Efeitos danosos da retração do crédito

O BC divulgou, nesta semana, novos dados sobre a redução do crédito. Eles apontam para a inevitável retração da economia. Em maio último, a velocidade dos empréstimos para pessoas físicas caiu para 8% - até dezembro último o volume da liberação crescia ao ritmo anualizado de 30%. No Brasil, o consumo das famílias representa mais de 60% da formação do Produto Interno Bruto (PIB). Um corte tão drástico no crédito tem reflexos no consumo e, como efeito, na geração de emprego e renda.

Mas apesar destas conseqüências danosas, a mídia rentista quer mais arrocho. Para a Folha, a política aplicada no governo Lula, “da concessão de crédito com regras frouxas e juros menores, estimulava o consumo e aumentava a pressão sobre a inflação”. A sua receita, tipicamente neoliberal, é por mais aperto monetário e fiscal. Dane-se o emprego e a renda dos brasileiros!

Torcida pelo desemprego

A Folha não vacila sequer em dizer que o desemprego ajuda a conter a inflação. Para ele, “o emprego formal continua crescendo ao ritmo de quase 2 milhões de vagas ao ano em um contexto de escassez de mão de obra e salários pressionados” – o que seria preocupante para o “deus-mercado”. Diante deste cenário, o jornal repete o discurso dos rentistas e agiotas financeiros: “A trégua atual no campo da inflação é passageira e novas medidas de restrição ao crédito podem se tornar necessárias”.
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terça-feira, 21 de junho de 2011

Contraponto 5589 - "RDC para toda obra. Empreiteiros, Sarney e a Folha choram"

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21/06/2011

RDC para toda obra.
Empreiteiros, Sarney e a Folha choram

Do Conversa Afiada - Publicado em 21/06/2011

Saiu no Valor, pág. A7:

“PDT tenta ampliar mudança na lei (o Regime Diferenciado de Contratações, RDC) para todas as licitações”

“Líder governista – Miro Teixeira, do PDT do Rio – diz que regime de contratações da Copa é um teste a ser estendido”.

“O Regime Diferenciado de Contratações não pode ficar restrito à construção de estádio. Tem que ser estendido para a saúde, educação, todo tipo de obra”, diz Miro.

“Ou vale para todas as obras, ou não vale para nenhuma”.

“Se o Governo não quiser ampliar, é porque considera o projeto ruim”, diz Miro.

Clique aqui para ver o que Miro disse recentemente sobre o eterno sigilo do Sarney e do Collor.

NAVALHA


Como se sabe, formou-se um trio poderoso de resistência ao RDC.

A Folha (*), Sarney, que defende o eterno sigilo, e as empreiteiras.

As empreiteiras defendem qualquer coisa, como se sabe.

Especialmente a preservação do cartel.

E o eterno sigilo, desde que só elas saibam o que está sob sigilo.

As empreiteiras são um mega-Daniel Dantas.

Elas estão depositadas em todos os escaninhos da administração pública.

No Legislativo – como diz este ansioso blogueiro, atrás de muito político há sempre o jatinho da empreiteira.

No Judiciário – clique aqui para ler “STJ toma decisão espantosa e decide que empreiteiros da Camargo Corrêa não podem ser, sequer, investigados, quanto mais presos”.

E no Executivo.

José Sarney, por exemplo.

Enquanto organizava a moratória da divida externa, Sarney quis nomear um empreiteiro, da Mendes Jr, Ministro das Relações Exteriores.

Me contou o empreiteiro, entre atônito e perplexo, no saguão do Palácio do Planalto.

Clique aqui para ler “RDC quer acabar com o cartel das empreiteiras”.

É muito simples, amigo navegante.

O Tribunal de Contas sempre saberá por quanto o Governo quer licitar a obra.

Concluída a licitação, os dados são públicos.

Mas, as empreiteiras não saberão, antes, quanto o Governo quer gastar.

Como é que o Zé Mané pede uma pinga no botequim do Gilmar ?

Ele diz quanto tem para pagar e o Gilmar, ao saber quanto o Zé Mané tem no bolso, diz por quanto vende a dose de pinga …

Ou o Zé Mané pergunta por quanto o Gilmar vende a dose de pinga ?

E se achar caro o Zé Mané vai para o botequim da outra esquina ?

A Folha e o Sarney querem que o Zé Mané diga ao Gilmar quanto tem no bolso.

E eles pensam que você, amigo navegante, é parvo.




Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Contraponto 4852 - "A Folha e o neocolonialismo petroleiro"

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27/02/2011

A Folha e o neocolonialismo petroleiro

Da Carta Maior - 27/02/2011

Com o título de “TV Companheira”, a Folha de São Paulo publicou artigo de Eliane Cantanhede tentando atingir a credibilidade jornalística da Telesur, em seu esforço de cobrir a crise na Líbia. A Folha integra o leque de conglomerados midiáticos que, durante décadas, protegeu os "ditadores amigos" no Oriente Médio. Assim é que durante mais de 30 anos protegeu Mubarak, tratando-o como o árabe moderado, porque transformou o Egito em cúmplice do massacre do povo palestino por Israel, com o apoio de Washington. O artigo é de Beto Almeida.

Beto Almeida
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Com o título de “TV Companheira”, o jornal Folha de São Paulo – que tem o nome marcado por ter defendido e colaborado com operações da ditadura em torturas e mortes de prisioneiros políticos - publicou artigo de Eliane Cantanhede tentando atingir, sem o lograr, a credibilidade jornalística da Telesur, "La nueva televisión del sur", em seu esforço de cobrir a crise na Líbia.

Há muitas lições a partir da precária nota da jornalista. Primeiramente, está escancarado que a grande mídia comercial brasileira, seguindo orientações dos conglomerados internacionais midiáticos, editorialmente controlados pelas indústrias bélicas, petroleiras e a ditadura financeira, sempre protegeram os ditadores do Oriente Médio que serviram e ainda servem a estes interesses. A Folha de São Paulo está dentro deste leque de proteção aos “ditadores amigos”. Assim é que durante mais de 30 anos protegeu Mubarak, tratando-o como o árabe moderado, porque transformou o Egito em cúmplice do massacre do povo palestino por Israel, com o apoio de Washington.

Durante 30 anos a Folha de São Paulo jamais cobrou eleições diretas ou democracia no Egito, mas, revelando a imensa hipocrisia da sua linha editorial de dois pesos, duas medidas, engajou-se na campanha dos oligopólios midiáticos mundiais contra o governo da Venezuela que, em 12 anos, eleito pelo voto, realizou mais de 15 eleições, plebiscitos e referendos livres, vencendo 14 deles e respeitando democraticamente o único resultado eleitoral adverso registrado.

“Ditaduras amigas” foram protegidas
A reportagem de Telesur está sim na Líbia, como esteve no Egito e na Tunísia, para oferecer uma cobertura com linha editorial diferenciada, sem qualquer influência do poder petroleiro comandado pelos países imperialistas. Telesur não descobriu somente agora que Mubarak era um ditador e que saqueou recursos do povo egípcio, bem como seu comparsa Ben Ali, tunisino, sempre protegidos pelos grandes países imperiais como EUA, França, Inglaterra etc., por se transformarem em peões da política que facilita a intervenção militar imperialista no mundo árabe, com o óbvio objetivo de rapina sobre suas imensas riquezas energéticas, da qual são tão dependentes.

A linha editorial que protegia Mubarak, era a mesma que sempre condenou Kadafi. Não supreende. Kadafi nacionalizou a riqueza petroleira da Líbia e usou esta extraordinária receita para transformar o país , hoje possuidor do mais elevado IDH da África e dos mais elevados no mundo árabe. Este exemplo se chocava com os interesses imperialistas. Preferiam que Kadafi fosse como a oligarquia que reina sobre a Arábia Saudita, a mais maquiavélica das ditaduras da região, sob a proteção da mídia comercial internacional, inclusive a Folha de São Paulo. E sem uma linha sequer da articulista que esboce qualquer reivindicação democrática para este país, cujo petróleo é rigorosamente controlado por empresas dos EUA. Portanto, rigorosamente diferente da Líbia, onde o petróleo foi estatizado permitindo uma elevação do padrão de vida do povo, com progressos reconhecidos internacionalmente nos serviços públicos e gratuitos de educação e saúde, com uma renda per capta e um salário mínimo que superam em muito os registrados no Brasil e na Argentina. Estas informações nunca circularam nem no fluxo internacional da mídia comandada pelos poderes do petróleo, das armas ou do dinheiro, muito menos aqui na submissa Folha de São Paulo.

Ao contrário desta linha editorial complacente com os crimes que se comentem contra os povos árabes, em particular contra o povo palestino, Telesur , em sua curta existência, pouco mais de 5 anos de vida, procura revelar, com critérios jornalísticos, a falsidade e hipocrisia dos discursos “democráticos” que servem sempre de parâmetros para as coberturas que tentam esconder sob o palavreado democrático, o objetivo fundamental que esta mídia cumpre: dar suporte e favorecer o controle total das riquezas energéticas do Oriente Médio pelos trustes imperialistas.

É por esta razão que a Folha de São Paulo tenta, inutilmente, atacar a Telesur, porque questiona e se diferencia do jornalismo obediente ao poder bélico-petroleiro que tantas vidas ceifa na região, inclusive na própria Líbia, tantas vezes bombardeada, agredida e boicotada pelos países membros da Otan. É a subserviência a esta política imperial que leva a Folha e sua articulista a afrontarem as políticas externas soberanas que os países do eixo sul-sul estão desenhando, com o objetivo de libertarem-se das algemas da OTAN, inclusive postulando a criação de uma Organização do Tratado do Atlântico Sul, proposta defendida por vários países sistematicamente enfrentados pela linha editorial da Folha, inclusive por Kadafi, certamente, uma das tantas razões que o leva a ter sido sempre condenado pelos imperialistas, pela ONU, pela OTAN. Vale lembrar que Kadafi teve sua residência destruída por um bombardeio ordenado por Bill Clinton, no qual morreu sua filha recém-nascida. A articulista escreveu algum protesto na época? Ou lamentou que a pontaria poderia ter sido mais certeira?

Hipocrisia editorial
Mubarai foi protegido e elogiado por este jornalismo tipo Folha de São Paulo - que, aliás, não chamava Pinochet de ditador, mas de presidente - porque comandou o retrocesso das conquistas socioeconômicas que o Egito havia alcançado durante a Era Nasser. Tal como aqui a Folha serve aos interesses estrangeiros e de seus prepostos internos que operaram para demolir as conquistas da Era Vargas; o elogio e a tolerância para com a ditadura de Mubarak deve-se ao fato dele desconstruir o nacionalismo revolucionário de Nasser, aliado da Líbia e da Síria, colocando o Egito na posição de ser um vergonhoso coadjuvante da macabra política israelense na região, a serviço da indústria petroleira imperial. Mas, os milhões de egípcios nas praças estão escrevendo outra história para aquele país!

Telesur conta esta história. Faz jornalismo para revelar o direito histórico da luta dos povos árabes por sua independência, por sua soberania. É por isso que incomoda tanto. É por isso que agressão da Folha não surpreende, faz parte da blitz midiática internacional que sustenta o intervencionismo militar dos grandes países imperialistas. Esta mídia atua como os clarins que anunciam e clamam pela guerra!

Independente do desfecho que esta crise na Líbia produzirá, a esta altura imprevisível, não há como não perceber a imensa hipocrisia jornalística dos que se calam diante dos sanguinários bombardeios que estão caindo agora mesmo sobre a população civil no Afeganistão, ilegalmente ocupado pelos EUA, ou no Iraque, onde mais de um milhão de vidas foram dizimadas a partir de uma guerra iniciada por meio de grosseiras falsificações de notícias sobre a existência de armas químicas naquele país, fraude jornalística que a Folha de São Paulo endossou, o que lhe retira qualquer moral, juntamente à assessoria que prestou à ditadura militar no Brasil, para reivindicar democracia ou clamar por direitos humanos.

Colônia petroleira
Provavelmente, a crise atual na Líbia tenha também explicação pelos erros cometidos pelo seu governo, entre eles, provavelmente o mais grave, o de ter realizado inesperados e improdutivos acordos com os EUA, com a Inglaterra, com o FMI, inclusive dando início a medidas de privatização injustificáveis e abrindo mão, unilateralmente, do programa de energia nuclear, bobagem que o Irã e o Brasil, mesmo sob pressão, indicam não estarem dispostos a cometer. As concessões de Kadafi aos patrocinadores da morte e de opressão contra os povos iraquiano, afegão, palestino, entre eles Bush e Blair, aprofundou, certamente, os conflitos internos, agravando as disputas tribais, facilitando a infiltração dos que nunca aceitaram a nacionalização do petróleo líbio. Agora, a Folha de São Paulo, que se crê tão moderna, apresenta-se aliada aos que levantam novamente a bandeira da Líbia do Rei Idris, demonstrando preferir operar para o retrocesso histórico da república à monarquia, o que faria da Líbia uma colônia petroleira controlada pelos conglomerados anglo-saxões.

Enquanto as grandes redes oligopólicas de tvs comerciais operam para justificar, auxiliar e assessorar a pilhagem dos recursos energéticos dos povos, - por isso assumiram editorialmente as mentiras que justificaram a guerra de rapina contra o Iraque - Telesur coloca seu jornalismo a serviço do direito dos povos de conhecerem na íntegra a versão objetiva dos fatos, inclusive dando voz aos povos que lutam, que buscam construir modelos de sociedade em que a soberania sobre seus recursos e o seu uso em benefício da população sejam sagrados. Telesur tem consciência de quão árdua é a meta de fazer um jornalismo não controlado pelos oligopólios da guerra, do dinheiro e do petróleo. Mas, desta meta não se afastará, pois foi como expressão dos povos que se rebelam na América Latina contra a dominação imperial que nasceu e que assumiu como bandeira o princípio “ O nosso Norte, é o Sul”

(*) Beto Almeida é membro da Junta Diretiva da Telesur
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Contraponto 4414 - "Jornal com saudades da ditadura?"

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10/01/2011
Jornal com saudades da ditadura?



A manchete da Folha:"Exército equipou forte onde Lula passa férias com secador de cabelo"

Para o jornal, secador de cabelo e frizer deve ser coisas que poucos no Brasil tem acesso.Deve ser por isso que a Folha está denunciando a "regalia" para o ex presidente

A Folha está sentindo saudades dos "bons tempos" que colaborava com os quartéis emprestando seus carros,do tempo em que os quartéis do exército eram usados para prender e torturar, e não hospedar

Que tal o jornal se preocupar com os desabrigados da enchente paulista e com o cunhado corrupto do governador?.

Aliás, sobre o assunto do cunhado do governador tucano Geraldo Alckmin, metendo a mão na merenda das criancinhas, até agora a Folha não publicou uma única palavra. Por que?
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Contraponto 4182 - "Celso Lungaretti: A Folha e a liberdade de expressão"

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10/12/2010

Celso Lungaretti: A Folha e a liberdade de expressão

Do Vermelho - 10/12/2010

Diz o editorial da Folha de S. Paulo desta 6ª feira, 10:

Por Celso Lungaretti*

"Está em curso uma cruzada de governos e empresas internacionais contra o WikiLeaks...

A perseguição parece relacionada ao intuito de silenciar um novo meio de divulgar informações que ganhou uma inesperada projeção internacional e tornou-se um incômodo para governos de diversos países...

O caráter ambíguo do WikiLeaks, aliado à sua inexistente tradição — não há histórico consolidado de seus valores e comportamentos —, gera desconfiança sobre a possibilidade de o site vir a colocar em risco a segurança internacional e a vida de pessoas.

Essas incertezas possivelmente contribuem para as hesitações que se observam em setores que deveriam defender com vigor a liberdade de expressão e o direito da mídia, tradicional ou não, de divulgar informações reservadas...

Num mundo em que governos democráticos inventam mentiras para invadir países, vazamentos como os do WikiLeaks prestam um serviço ao esclarecimento e à verdade. Se a diplomacia exige sigilo, que seus responsáveis o mantenham com eficiência".

Diz o editorial do CMI Brasil que está no ar desde 4ª feira, 8:

"...surgiu em setembro um blog chamado Falha de S. Paulo, uma paródia ao maior jornal brasileiro, a Folha de S. Paulo. (...) Era um blog recheado de fotomontagens, brincadeiras e críticas ácidas ao noticiário da Folha. Eram críticas sempre bem-humoradas, porém duras.

Para se ter uma ideia, uma das montagens de maior sucesso (e mais irônica) punha o rosto do dono do jornal, Otavio Frias Filho, no corpo de Darth Vader. Pois bem: após um mês no ar o jornal entrou na Justiça para censurar o blog. Pior: conseguiu. Ainda pior: além de conseguir cassar o endereço, a Folha abriu um processo de 88 páginas contra os criadores do site, pedindo indenização em dinheiro por danos morais.

O jornal alega 'uso indevido de marca', por causa da semelhança entre os nomes Folha e Falha e porque o logotipo do site era inspirado no do jornal. A paródia foi criada por dois irmãos (Lino e Mário Ito Bocchini) que não têm ligação com nenhum partido político ou qualquer outra entidade. São duas pessoas 'avulsas', o primeiro jornalista e o segundo, designer.

E agora os irmãos estão tendo uma dificuldade brutal (e gastando bastante dinheiro) para se defender na Justiça de uma ação volumosa do maior jornal do país. E a previsão dos advogados e professores de direito ouvidos pela dupla é a de que a Folha deve ganhar a ação, mais por ser uma companhia grande e poderosa e menos pelo mérito da questão em si.

Aqui entra o motivo pelo qual os irmãos Bocchini resolveram levar a questão para além das fronteiras do país: no Brasil, menos de 10 famílias dominam os grandes meios de comunicação. E uma dessas famílias é justamente a Frias, que ficou incomodada com a Falha de S.Paulo e suas brincadeiras como a do Darth Vader.

Por corporativismo, nunca um órgão de uma família noticia algo relacionado à outra. É uma espécie de tradição brasileira. A censura de um blog, ainda mais seguida de um pedido de indenização, é uma ação judicial inédita no Brasil.

Por conta disso, os irmãos Bocchini estão sendo chamados a diversos eventos de comunicação, convidados a dar palestras etc. Estão recebendo muita solidariedade de blogueiros e ativistas por liberdade de expressão de todo país, e figuras públicas como o ex-ministro Gilberto Gil gravaram depoimentos condenando a censura e o processo da Folha. Mesmo assim jornais rádios, TVs e revistas seguem ignorando completamente o assunto.

A preocupação geral é que, se o jornal ganhar essa ação inédita (como tudo indica que vá acontecer), um recado claro estará dado às demais grandes corporações brasileiras, sejam de comunicação ou não: se alguém incomodar você na Internet, invente uma desculpa como essa do 'uso indevido de marca'. A Justiça irá tirar o site do ar e ainda lhe conseguir uma indenização em dinheiro.

Ou seja, está nascendo um novo tipo de censura em nosso país, justamente pelas mãos de quem vive da liberdade de expressão. E não estamos conseguindo furar o bloqueio da mídia convencional, dominada pelas tais poucas famílias que já dissemos. Por isso só nos resta agora apelar para o exterior".

Só me resta manifestar total solidariedade aos irmãos Bocchini, colocando-me ao seu dispor para ajudá-los nessa luta pela liberdade de expressão que nada fica a dever à travada por Julian Assange.

E lembrar que a ação contra mim movida pelo Boris Casoy é mais um marco dessa escalada de intimidações.

*Celso Lungaretti é jornalista e escritor

Fonte: Náufrago da Utopia
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Contraponto 4140 - "Mídia faz lobby para americanos na compra de caças"

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06/12/2010

Mídia faz lobby para americanos na compra de caças


Do Blog Cidadania - 06/12/10

Eduardo Guimarães

Na semana que passou, enquanto estive na Argentina a trabalho, tive a excelente oportunidade de conhecer um jornalista local amigo de um cliente. Ele quis me conhecer ao saber, através daquele cliente, de minhas atividades jornalísticas neste blog. Reunimo-nos em um café em Puerto Madero, pois.

Durante a conversa, abordamos a questão da compra de três dezenas de aviões de guerra que o Brasil vem ensaiando fazer desde o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso. Uma compra de bilhões de dólares que, para esse mundo rico e afundado em problemas econômicos, torna-se da maior importância.

Além de ser três chic o Brasil ser protagonista de um negócio que aguça a ganância das nações mais industrializadas da Terra, essa negociação nos coloca em condições de força para darmos um salto que ultrapassa em muito as meras condições financeiras do negócio. O salto em questão, vale ressaltar, seria em nossa indústria aeronáutica – e talvez, mais do que isso, em nossa capacidade defesa do território nacional e dos interesses geopolíticos do Brasil.

Até um argentino sabe o que está por trás da opção sabidamente mais ao gosto do grupo político que governa o Brasil e sabe que o que está por trás desse gosto é o melhor interesse nacional. Isso é evidente. Ao menos partindo do princípio, de difícil negação, de que os americanos não transigem em questões militares.

Os três finalistas para a compra que permitirá ao Brasil desenvolver o projeto FX-2 – de um caça legitimamente nacional, com domínio de tecnologia nacional – são o caça americano F-18 Super Hornet, o sueco Gripen NG e o francês Rafale – C.

O Brasil firmou há anos um acordo de cooperação estratégico-militar-financeira-cultural com a França, o que desagrada aos americanos porque querem ter o controle não só do seu “quintal” (as três Américas), mas do mundo inteiro – ou queriam ter, mas vão descobrindo que não podem. Esse acordo nos permitirá dominar o ciclo de produção cem por cento autônoma de aviões de guerra, sobretudo em situações de conflito.

O que interessa a nós, porém, é que esse acordo nos permite um nível de autonomia compatível com pretensões do Brasil de se tornar aquilo que Delfim Neto definiu antes de todo mundo, por aqui, como “player global”, ou jogador global, nação capaz de participar das grandes decisões definidas pelo grupo de nações mais influentes, decisões que as outras acabam tendo que aceitar.

Enfim, o fato é que toda a comunidade internacional sabe que a imprensa brasileira está fazendo o jogo dos americanos. E, para que isso não fique muito evidente, essa imprensa – Folha, Estadão, Globo e Veja, sobretudo – diz que o avião americano é o “melhor”, mas que o avião sueco seria a solução de consenso por o negócio oferecer maior transferência de tecnologia, apesar de o Gripen ser inferior ao avião americano, mas superior ao francês.

Não é verdade. O Gripen leva componentes americanos essenciais que delegariam a eles (aos americanos) a decisão de fornecer peças de reposição em caso de ser necessário, em um conflito – ou mesmo se houvesse essa possibilidade de conflito real –, o uso dessas máquinas de guerra que estamos adquirindo, em vez de podermos produzir aqui o que precisarmos.

Suponhamos que os Estados Unidos decidissem apoiar uma ação militar de seu braço colombiano contra seu desafeto venezuelano. Digamos, por exemplo, que Hugo Chávez decida interromper a venda de petróleo para os americanos. Em retaliação, seria buscado um pretexto pela aliada militar americana Colômbia para atacar a Venezuela e derrubar Chávez.

Nessa situação, haveria uma reação da Unasul contra a Colômbia – talvez uma reação militar. Nessa hipótese improvável, mas nada descartável, em havendo um conflito a necessidade de peças de reposição para sistemas vitais dos aviões – ou até a compra de aviões substitutos – seria decidida por uma das partes nesse conflito, a parte que seria nossa adversária.

Esse é o resumo da ópera. A imprensa de direita faz coro com Washington sobre governos sul-americanos que os Estados Unidos consideram hostis aos seus interesses, por isso quer fazer prevalecer os interesses de seus apoiados. Só não se sabe sob que expectativa de recompensa, mas imagina-se.
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domingo, 21 de novembro de 2010

Contraponto 4016 - "Inexorável controle social da mídia"

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21/11/2010

Inexorável controle social da mídia

Blog Cidadania - 21/11/2010

Eduardo Guimarães

“A discussão sobre controle social da mídia será em clima de entendimento ou de confrontação; não adiantará tentar interditar este debate”, disse, recentemente, Franklin Martins. Entendido como ameaça, o pensamento desencadeou uma onda destemperada de “reações” dos quatro grandes conglomerados de comunicação (Abril, Estado, Folha e Globo).

As “reações” foram do único tipo que essas organizações oligopolistas sabem empreender, através da massificação de críticas, criação de factóides e supressão do contraditório.

Enem, processo da ditadura contra Dilma Rousseff, caso Celso Daniel foram alguns dos factóides criados por essas organizações midiáticas para tentarem intimidar o novo governo. Foi como se dissessem à futura presidente: “Veja bem o que você terá que enfrentar em seu governo se insistir na discussão do papel da mídia e em limites a ela”.

A mídia é conservadora justamente nesse sentido. Enganam-se os que a julgam ideológica. A indisposição principal contra um governo que permitiu aos mais ricos ganharem muito mais do que ganhavam com a direita tucano-pefelê no poder reside na desconfiança de que por aqui se fará o que se faz hoje em países como Argentina, Estados Unidos e Venezuela, só para exemplificar.

O grande temor das famílias Marinho, Frias, Civita e Mesquita é o de que o Brasil faça o mesmo que todas as grandes democracias da contemporaneidade fazem e, assim, impeça a nefasta “propriedade cruzada”, ou seja, que uma família, por exemplo, detenha a propriedade, simultaneamente, de rádios, televisões, jornais, revistas e portais de internet.

Seja através do Federal Communication Comission (FCC), o órgão regulador da mídia nos Estados Unidos, ou da Ley de Medios argentina, nenhuma nação admite mais que uma família, uma pessoa ou um grupo empresarial controlem todas as modalidades de mídia. Com o avanço tecnológico das comunicações, esse é um poder que pode se tornar maior do que o poder de Estado.

Na Argentina, por exemplo, o grupo Clarín terá que se desfazer de alguns de seus tentáculos – seja no rádio, na tevê, na imprensa escrita ou na internet – para preservar outros. Exatamente como nos países industrializados.

Eis aí um problema que, ironicamente, pode trazer as famílias midiáticas supracitadas para o debate sobre o controle social da mídia. Por incrível que pareça. Muitos, entretanto, irão se surpreender com esta afirmação. A mídia querendo impor limites à mídia? Como? Quando? Onde? Por que?

É simples: as empresas de telefonia – as ditas “teles” – vêm aí querendo produzir conteúdo. Vêm montadas em faturamentos dez, vinte vezes maiores do que os dessas famílias que viram baixar drasticamente o nível dos rios de dinheiro que o Estado canalizava para elas até a era FHC – recursos públicos que passaram a ser divididos com milhares de veículos de menor porte.

As famílias midiáticas, agora, estão prestes a bater às portas do Estado, do Legislativo e até da Justiça para pedirem, justamente, regulação, intimidadas pelas mega corporações que ameaçam disputar mercado consigo. Contudo, estão querendo barrar o avanço de empresas transnacionais poderosíssimas, detentoras de argumento$ difíceis de ser rebatidos.

Eis, aí, a discussão de limites e controles da comunicação de massas que o velho oligopólio midiático já começa a pedir. E o governo Dilma terá como fazer escolhas que poderão ter conseqüências desastrosas para os oligopólios midiáticos tradicionais. A estratégia da intimidação pode se tornar um tiro no pé das famílias midiáticas.

Por outro lado, existem amplos setores da sociedade civil que também têm anseios sobre controle social da mídia. Muitos desses setores, porém, não entendem bem o conceito de liberdade de imprensa.

O signatário deste blog participou da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) em dezembro do ano passado, na condição de delegado por São Paulo, e bem sabe que entre os setores que participaram dos debates havia empresários e até movimentos sociais sensatos e realistas, mas também havia gente cogitando fechar um jornal ou uma tevê que contrariassem interesses sectários.

No entender deste blog, o controle social da mídia deve ter pilares de sustentação como vedação absoluta à propriedade cruzada, direito de resposta, distribuição de verbas públicas e juizados especiais para decidir sobre punições a calúnias de meios de comunicação de forma a agilizar esse tipo de julgamento, pois quando demora a ocorrer o prejuízo ao atingido torna-se irreversível independentemente da decisão judicial.

O direito de resposta, aliás, talvez devesse liderar as preocupações da sociedade civil no que concerne ao controle social da mídia. Boa parte dos grupos empresariais que dominam a comunicação de massas no Brasil pratica, abertamente, censura a opiniões divergentes, manipulando o debate através da supressão do direito de manifestação dos contrários.

Tente alguém publicar na revista Veja uma carta de leitor em que discorde da linha editorial da revista e entenderá do que se está falando. Não é por outra razão que o lema do Movimento dos Sem Mídia é “Que a mídia fale, mas não nos cale”. Ou seja: não se quer impedir que a mídia diga o que pensa, mas exige-se que permita o contraditório sem manipulações.

A discussão do papel da mídia e de limites ao seu poder, assim como diz o ministro Franklin Martins, é uma realidade da qual nenhum dos lados poderá fugir nos próximos anos. Esse debate, aliás, contará com o apoio parcial até das famílias midiáticas, apesar de que elas ainda nutrem a ilusão de que poderão discutir só o que lhes interessa.
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sábado, 20 de novembro de 2010

Contraponto 4010 - "Folha força a barra para envolver Dilma com ações armadas"


20/11/2010


Folha força a barra para envolver Dilma com ações armadas

Vermelho - 20 de Novembro de 2010 - 18h13

Bem que, há quatro dias, eu antecipei: depois de tanto haver lutado para obter o processo a que Dilma Rousseff respondeu durante o regime militar em tempo de produzir algum factóide capaz de influir na eleição presidencial, a Folha de S. Paulo seria agora "obrigada a soltar alguma reportagem" baseada no entulho ditatorial que tardiamente desencavou.

por Celso Lungaretti, em seu blog
O Náufrago da Utopia




Com o processo de Dilma em mãos, a "Folha" pariu um rato

A matéria Dilma tinha código de acesso a arsenal usado por guerrilha, da edição deste sábado (20), confirma tal previsão e também a que fiz em seguida: "Pela qualidade atual do jornalismo da Folha, canto a bola desde já: vai ser imensamente inferior à da Época".

Ou seja, a revista Época publicou em agosto uma matéria de capa sobre Dilma que, se não foi perfeita, pelo menos tentou manter tanto equilíbrio e isenção quanto são possíveis em nossa grande imprensa.

Os questionamentos dos partidários de Dilma foram muito mais quanto ao momento escolhido para se dar tamanho destaque a seu passado de resistente e presa política, do que à forma como ele foi abordado.

Bem diferente da Folha, que produziu texto tão malicioso quanto aquele com o qual tentou vincular Dilma a um mirabolante plano de sequestro, nem sequer tentado; ou quanto o ridículo e rapidamente desmoralizado artigo de um seu colunista, tomando ao pé da letra uma piada de mau gosto do Lula sobre estupro.

Desta vez, o jornal intriguento força a barra para dar a impressão de que Dilma estava envolvida com as ações armadas da VAR-Palmares, embora as informações que encontrou no inquérito sem a mais remota credibilidade dos órgãos repressivos da ditadura só permitam depreender que ela era a militante a quem caberia cuidar da transferência do arsenal da Organização para outro local caso fossem presos os companheiros incumbidos das operações militares.

Enfim, o que o jornal quis foi martelar na cabeça dos leitores uma mensagem subliminar: a de que Dilma pertencia a uma organização da pesada, que enfrentava policiais com metralhadoras e bombas caseiras.

Para despistar, faz alusões às torturas contra resistentes, mas elas não chocam tanto, já até hoje continuam sendo largamente utilizadas contra suspeitos de ocorrências policiais.

Ficou faltando, claro, a caracterização do inimigo combatido pela VAR-Palmares como a mais bestial ditadura que o Brasil já conheceu, responsável não só por sevícias as mais violentas e degradantes, como também por centenas de assassinatos (incluindo a execução a sangue frio de prisioneiros que deveriam estar sob a proteção do Estado), estupros, ocultação de cadáveres e outras abominações.

Sem tal contextualização, o que prevalece e transparece é a visão dos esbirros da ditadura sobre aqueles que os combatiam, pois a isto se resumiam os Inquéritos Policiais Militares do regime de exceção: peças de propaganda enganosa concebidas para causar impacto na opinião pública, seguindo a orientação dos serviços de guerra psicológica das Forças Armadas.

Que podemos dizer, p. ex., de quem, quando eu tinha 18 anos, espalhou cartazes no Brasil inteiro, com meu nome e minha foto, acusando-me falsamente de haver assaltado e matado pais de família?!

Rodoviárias, estações ferroviárias, aeroportos, correios e outras repartições, e até restaurantes exibiam tal acusação, cujos autores sabiam muito bem ser falaciosa: minhas funções eram organizativas e, quando enfim me processaram e condenaram, não me imputaram nada desse gênero.

A verdade e a verossimilhança eram o que menos importava nesses papeluchos ensanguentados -- síntese deturpada e tendenciosa do que os prisioneiros confessavam ou inventavam sob brutais torturas.

Tratando-se do jornal da ditabranda - que, nos anos de chumbo, cedia suas viaturas para a captura de resistentes e outros serviços sujos da repressão política -- faz todo sentido que a Folha esteja até hoje trombeteando a versão dos déspotas.

É apenas uma nova forma de tentar justificar seu passado vergonhoso: ora afirma que a ditadura era amena, ora carrega nas tintas para que os resistentes fiquemos parecendo muito mais violentos do que éramos.

E, aliás, tínhamos todo direito de ser, já que enfrentávamos uma tirania -- a de usurpadores do poder que recorriam ilimitadamente ao terrorismo de estado para manter subjugado o povo brasileiro.
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domingo, 5 de setembro de 2010

Contraponto 3208 - "Caso da Receita fracassou. Quem diz é a Folha"

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05/09/2010
Caso da Receita fracassou. Quem diz é a Folha


Tijolaço - 04/09/2010

Brizola Neto

Se o Datafolha ainda insiste em possibilidades sinistras de recuperação de Serra, alimentadas sempre por casos policialescos, o colunista da Folha de S.Paulo, Fernando Rodrigues, afirma categoricamente em seu blog que o “Receitagate”, como batizou o caso dos vazamentos de dados da Receita Federal, não funcionou eleitoralmente.

Discordo radicalmente da expressão “Receitagate”, que tenta equivaler um caso ainda muito mal explicado e com possibilidades de estar restrito à disputas internas do próprio tucanato, ao famoso “Watergate”, que levou o presidente Nixon à renúncia, mas o reproduzo com a certeza de que a mídia o assumirá de agora em diante para estabelecer as devidas ressalvas.

Mas o que é importante é que o colunista da Folha reconhece que o assunto foi “bombardeado” na cabeça do eleitor, inclusive com a prestimosa contribuição do jornal em que ele escreve, mas que a pesquisa do Datafolha mostrou que isso não serviu para nada, já que Dilma subiu um ponto, e Serra caiu outro, aumentando a diferença entre os dois de 20 para 22 pontos.

O colunista vai além ao indagar se a “estratégia serrista” ainda pode funcionar até 3 de outubro. Ele considera que o fato de um petista de “baixíssimo escalão” ter requerido fradulentamente a delcaração de IR da filha de Serra não atinge diretamente a Dilma. A colocação do colunista é interessante, pois ele reduz o tal contador ao que ele realmente é, um nada, o que contraria a manchete do seu jornal, justamente destinada a proclamara que o dito cujo foi militante do PT. Como influente jornalista da Folha, ele deveria dizer ao comando da redação que manchtes não se destinam a personagens de “baixíssimo escalão”.

O colunista da Folha argumenta a sua análise com o fato, provado pela pesquisa do Datafolha, de que a “massa” mais interessada no processo eleitoral já está a par do tema explorado a exaustão por Serra e não se indignou. Ou seja, 51% já assistiram a propaganda eleitoral, não cairam no trololó de Serra e consideram que Dilma está se saindo muito melhor.

Juntando esta parcela aos que viram sua vida melhorar durante o governo Lula e sabem que Dilma é quem vai dar continuidade a esta política o cenário se fecha. É lógico que a disputa não está encerrada. O próprio colunista da Folha ressalta o pouco efeito do episódio da Receita se ele “continuar circunscrito ao que já se sabe”. Assim como Datafolha, deixa sempre um espaço aberto para novas campanhas sórdidas.

Mas continuamos com a verdade ao nosso lado e ela nos levará a vitória em 3 de outubro.
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