quinta-feira, 20 de maio de 2010

Contraponto 2260 - Ceará construirá navios

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20/5/2010

Estaleiro à vista
Diario do Nordeste 20/05/2010

O prenúncio da possível localização do estaleiro Promar no bairro do Pirambu, aproveitando dois espigões de contenção existentes na área, acende uma luz verde no debate travado em torno desse projeto de indústria de base, previsto para Fortaleza, mas submetido a chuvas e trovoadas por conta de sua melhor localização: a área do Titanzinho, no entorno do Porto do Mucuripe. Percorrida toda a faixa litorânea norte, o prognóstico do dia aponta para aquele bairro.

Este é apenas mais um capítulo da história controvertida desse projeto industrial, vencedor de concorrência da Transpetro, objetivando construir, inicialmente, oito navios gaseiros para transporte de petróleo, com possibilidades de diversificar sua produção com novas embarcações. A alternativa de inserir o Ceará na reconstrução da indústria naval brasileira não pode ser descartada por hipótese nenhuma.

Os embaraços iniciais, criados em torno da faixa atlântica sem utilidade, na ponta do Mucuripe, faz lembrar o tratamento dispensado pelo Rio Grande do Sul, há algum tempo, ao levantar barreiras para a implantação da montadora da Ford Motor Company naquele Estado. As objeções gaúchas motivaram o Estado da Bahia a conseguir, em tempo recorde, a migração do empreendimento para a área industrial de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.

Em apenas seis anos de produção, a planta do Complexo Industrial Ford Nordeste festejou a montagem do seu milionésimo veículo. A empresa, contando com a cesta de incentivos fiscais para indústrias pioneiras e a receptividade do povo da Boa Terra, vem contribuindo para transformar a economia baiana, atraindo um vasto leque de fornecedores constituídos por indústrias de menor porte, para qualificar a mão-de-obra empregada nas suas linhas de produção e para elevar a arrecadação tributária do Estado.

Papel assemelhado poderá ser cumprido pelo estaleiro Promar, à semelhança dos avanços proporcionados ao Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Pernambuco, pelo estaleiro Atlântico Sul. Gestores e legisladores cearenses conheceram, de perto, essas transformações e as projeções feitas para os próximos anos, em razão do impulso proporcionado à indústria naval pelas encomendas originadas na Petrobras e suas subsidiárias.

Essa hipótese de base física para o empreendimento, prevista para o Pirambu, se confirmada, deve merecer as atenções e o máximo de boa vontade dos organismos encarregados do oferecimento dos pareceres para sua concretização. A prefeita Luizianne Lins está convencida de que o Ceará não pode se dar o luxo de perder esse empreendimento produtivo, etapa pioneira de outras encomendas de um mercado crescente.

A essa indústria, como às demais, devem ser disponibilizados os meios instrucionais para a preparação da mão-de-obra necessária às linhas de produção, sob forte exigência de trabalhadores especializados. Quando a empresa estiver lançando suas embarcações ao mar, governantes e governados terão a certeza do quanto valeu o esforço para torná-la realidade. Projeto dessa magnitude é uma raridade.
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