19/07/2010
Sete anos após invasão, EUA retiram última brigada de combate do Iraque
A ONG Iraq Body Count, com sede na Alemanha, calcula que entre 97 mil e 106 mil iraquianos morreram desde a invasão. De acordo com o exército norte-americano, 4.419 membros foram mortos no país.
Efe
Missão cumprida? Após sete anos de ocupação, os EUA começam a retirada do Iraque
"É um momento histórico", disse à rede de televisão americana MSNBC o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, que insistiu que o momento não representa o fim da missão norte-americana no país. "Estamos terminando a guerra, mas não estamos terminando nosso trabalho no Iraque", disse.
"Antes de vir para cá, você acha que é homem, que é adulto. Mas este lugar muda você", disse o sargento Terry Wetzel. "Nós colocamos nosso sangue, suor e lágrimas ao longo desses meses que estivemos aqui. E nós sabemos que fizemos nosso trabalho e que isso não está sendo em vão, mas há muita emoção nesse momento", afirmou o especialista Don Lanpher, pouco antes de partir.
Saída apressada
O presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou ontem (18/8) que está cumprindo sua promessa eleitoral de terminar a guerra no Iraque e completar a retirada de milhares de soldados do país. "Ao final desse mês, teremos tirado 100 mil soldados do Iraque e nossa missão de combate terminará", disse Obama.
Segundo Obama, mediante um acordo com o governo iraquiano, todas as tropas dos EUA "estarão fora do Iraque ao final do ano que vem". Nem o apelo do general Babaker Zebari, do alto escalão do exército iraquiano, serviu para reverter a decisão do governo dos EUA de deixar o país. Na semana passada, ele havia afirmado que a retirada das tropas é "prematura". "Os problemas irão começar em 2011”, afirmou ele na ocasião, salientando que o Iraque não tem condições de assumir o controle das operações de segurança antes 2020.
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No Iraque ainda existe um governo de transição, sem funcionalidade real e que com isso pode favorecer ainda mais o clima de instabilidade, apontam especialistas.
Atualmente, as forças de segurança iraquianas contam com 400 mil policiais e 220 mil soldados e diariamente dezenas de pessoas morrem vítimas de ataques a tiros ou atentados. Na terça-feira (18/8), 61 pessoas – a maioria recrutas e soldados iraquianos – morreram em um atentado suicida diante de um centro de recrutamento em Bagdá.
Sete anos depois
A operação "Liberdade Iraquiana" começou em 20 de março de 2003 durante a Presidência de George W. Bush com a justificativa de que o regime do falecido ditador Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa. Na época, a ONU (Organização das Nações Unidas) não apoiou a invasão norte-americana e grande parte da comunidade internacional condenou a guerra.
O último comboio do Batalhão de Combate da Quarta Brigada Stryker do Exército começou a entrar no Kuwait às 7h30 de hoje (hora de Brasília), segundo a rede de televisão norte-americana NBC.
Nos últimos 18 meses, mais de 90 mil soldados saíram do Iraque.
*Com agências
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PITACO DO ContrapontoPIG
Com base numa grande mentira - a existência de armas de destruição em massa - os Eua:
Invadem um país.
Matam seu presidente e cem mil iraquianos.
Sacrificam quatro mil soldados americanos.
Tomam conta das riquezas do país invadido.
... e depois "desocupam" a terra invadida - deixando ali 50 mil soldados - instalando-se no Kuwait. E se preparam para uma nova guerra, desta vez contra o Irã.
E ainda consideram a "missão cumprida" comemorando o "momento histórico"
Pode haver maior cinismo?
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