quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Contraponto 3063 - "Serra desiste da garupa e parte para o coice"

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19/08/2010
Adalberto Monteiro: Serra desiste da garupa e parte para o coice

Um Serra hidrófobo foi o que se viu,
no dia 17, no debateFolha-Uol

Vermelho - 19/08/2010

A propaganda eleitoral de Serra diz que Dilma está "tentando pegar carona na garupa”de Lula. Só não diz que o tucano bem quem tentou uma beirada dessa garupa com adocicados elogios a Lula. Em queda nas pesquisas e fiel à temática eqüina ele começa a dar coices.

Por Adalberto Monteiro* para o site Grabois.org.br

Um Serra hidrófobo foi o que se viu, no dia 17, no debate Folha – UOL, o primeiro na internet. Na arena, ladeado por duas mulheres, desde o primeiro minuto, abriu fogo em direção à Dilma, mas foi surpreendido com os espinhos desferidos contra ele, pela candidata do verde.

Sempre de dedo em riste, com gestos e palavras tentou de todo modo desqualificar e quebrar o equilíbrio emocional de Dilma. Seu teatro parece que queria dizer algo, como: “Que essa mulher, ponha-se no seu lugar!”. Ela, a menos de um metro dele, nenhuma vez olhou para o parceiro de Índio da Costa. Manteve a altivez e demonstrou que progrediu bem na arte do ataque e da defesa, atributos importantes neste tipo de pugilato. Pugilato que Marina condenou, mas que também, ao seu modo, praticou.

Serra voltou a satanizar o PT e sempre que pode destilou sua ira contra o movimento sindical dos trabalhadores. Coisa que é música para a direita que sua candidatura representa. Voltou com a velha cantilena do “mensalão”. Mas foi pego no contrapé ao ser lembrado que tem o apoio de Roberto Jefferson. Evidentemente, não atacou o presidente Lula, mas para golpear Dilma teve que ir para cima do governo dele. E, desse modo, a contragosto, o pretenso “pós-Lula” vai se revelando o que de fato é: o “anti-Lula”.

As perguntas dos internautas foram escolhidas pela produção com o seguinte critério: pimenta-malagueta para Dilma, pimenta- de- cheiro para Serra. De todo modo, ela se saiu bem de todas elas. Mesmo, na pergunta de um jornalista sobre o câncer, tão ousada quanto tendenciosa, ela aproveitou para dizer aos corvos e urubus que “ela vai muito bem, obrigado”.

Rapidamente, a cada debate, a cada lance da campanha, Dilma emerge com sua feição própria, com sua história, com seus méritos, com suas realizações. Vai firmando, vincando a imagem de que tem estatura para ser a primeira mulher presidente do Brasil.

Serra, puxado pelo cabresto da direita, começa a dar coices. Na linguagem de um correligionário dele já falecido, com isso “apequena-se”. O conservadorismo golpista não sabe perder. Quando sente o cheiro da derrota, parte para o vale-tudo.

Mas, mesmo assim, o tucano ainda não desistiu da garupa, conforme mensagem de sua propaganda eleitoral, em 19 de agosto. No rádio, um personagem com voz semelhante à do presidente Lula, elogiou Serra ao discorrer sobre o currículo do tucano: “Tem que elogiar mesmo, até o presidente já elogiou”.

Convenhamos. Marqueteiro e candidato perderam o senso do ridículo.

*Adalberto Monteiro é jornalista, escritor e presidente da Fundação Maurício Grabois
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