domingo, 5 de dezembro de 2010

Contraponto 4128 - "Palestinos esperam onda de reconhecimento após decisão de Lula"

.
05/12/2010


Palestinos esperam onda de reconhecimento após decisão de Lula

Amigos do Presidente - por Zé Augusto - sábado, 4 de dezembro de 2010

A Autoridade Palestina afirma esperar que a decisão do governo brasileiro de reconhecer o Estado palestino nas fronteiras de 1967 gere uma onda de reconhecimentos semelhantes.

O diretor do departamento de América Latina do Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Munjed Saleh, destacou que o Brasil é o primeiro país ocidental a reconhecer o Estado Palestino, e disse esperar que os países da América Latina sigam o exemplo do Brasil.

Ele vê também a decisão brasileira como incentivo a retomada das negociações de paz entre israelenses e palestinos.

Para o diplomata também lembrou que "A partir de agora, a relação [Brasil-Palestina] passa a ser uma relação simétrica, entre dois Estados. Nossa representação em Brasília passará a ser reconhecida como uma embaixada e será muito mais fácil fazer acordos bilaterais", afirmou.

A decisão brasileira foi criticada pelo governo israelense, que se disse “decepcionado”.

Porém o tratamento do à Israel e Palestina pelo governo brasileiro tem sido de simetria.

Em março deste ano, o presidente Lula já havia indicado uma visão de simetria em relação a Israel e a Autoridade Palestina, pois ao visitar a região, dividiu seu tempo de maneira igual entre os dois lados e, depois de pernoitar em Jerusalém, onde se encontrou com os principais líderes de Israel, também passou uma noite na cidade palestina de Belém.

O presidente Lula, em todos seus encontros defende o reconhecimento dos dois estados, conforme resoluções da ONU após a II Guerra Mundial (O Hamas, organizado em partido político e em grupo armado nacionalista palestino, não admite ainda reconhecer como legítimos nenhum dos territórios do estado de Israel).

Contrariedade

A diretora do departamento de América Latina do ministério das Relações Exteriores de Israel, embaixadora Dorit Shavit, disse à BBC Brasil que "ficou surpresa" com a decisão de Lula.

"O reconhecimento do Estado Palestino, independentemente das negociações, poderá diminuir a motivação dos palestinos para negociar... Se podem conseguir um Estado sem negociar, para que negociar?", afirmou a diplomata israelense, dizendo que a decisão do presidente do Brasil "prejudica as negociações de paz".

"Não está claro por que o presidente Lula resolveu tomar essa medida um mês antes de deixar o cargo. Nosso embaixador em Brasilia provavelmente irá pedir esclarecimentos ao Itamaraty", acrescentou Dorit Shavit.

Comentário: quando decisões estão amadurecidas para serem tomadas, não há porque adiá-las para um próximo governo. O presidente governa e é o chefe de Estado até o último dia. Politicamente, é óbvio que a decisão no fim do governo Lula causa menos polêmica do que início do governo Dilma. O presidente Lula exercitou intensa atividade diplomática em seu governo junto aos dois lados para chegar a esta decisão. A presidente eleita Dilma, mesmo que todos saibam que dará sequência à atual política externa do Itamaraty, ficaria em situação delicada para tomar tal decisão sem conversar de novo com as partes.

Bom relacionamento com Israel continua

Na semana passada, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, assinou um acordo de segurança de informação com o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak.

O acordo indica uma aproximação e uma confiança crescente entre os dois países, que, segundo o governo brasileiro, não será afetada pela decisão do presidente Lula. (Com informações da BBC Brasil)
.

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista