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16/12/2010Presidente Lula participa, juntamente com outros chefes de Estado e de Governo do Mercosul e de Países Associados, do encerramento da reunião da Cúpula Social do Mercosul, em Foz do Iguaçu (PR). Foto: Ricardo Stuckert/PR
Do Blog do Planalto - Quinta-feira, 16 de dezembro de 2010 às 22:30Depois de tudo que foi conquistado no Mercosul, governos e sociedade civil não podem recuar, porque ainda falta muito para conquistar. Em seu discurso no encerramento da 10ª Cúpula Social do Mercosul, realizada nesta quinta-feira (16/12) em Foz do Iguaçu (PR), o presidente Lula conclamou os movimentos sociais a continuarem gritando, protestando e levantando suas bandeiras, para que os líderes da América do Sul jamais se esqueçam deles, e pediu para que mantenham sua cooperação com os governos sem perder autonomia. “Os movimentos sociais não podem ser correia de transmissão nem de governo nem de partido, mas dos interesses da sociedade civil que vocês tão bem representam”, afirmou Lula.
Após ler seu discurso institucional, em que elogiou a iniciativa brasileira de reunir presidentes sul-americanos e movimentos sociais – algo que, lembrou, é muito difícil de acontecer em outras cúpulas, como a do G20, por exemplo -, e reafirmou sua vontade de ver o Mercosul cada vez mais “democrático, cidadão e solidário”, o presidente brasileiro pediu licença aos convidados presentes para “dar umas duas palavrinhas” de improviso.
Ouça aqui a íntegra dos discursos (institucional e de improviso) do presidente Lula:
Destacou que muito já foi conquistado pelo bloco econômico, principalmente se não perdermos de vista as coisas como elas eram há oito, dez anos, em que havia muita dependência da região aos países europeus e aos Estados Unidos:
“Somente quando tivemos coragem de dizer que nós queríamos ser donos de nossas decisões, é que conseguimos vencer alguns obstáculos que pareciam intransponíveis.”
Lula lembrou a todos que muitos queriam ver o Mercosul “na lata do lixo”, dando preferência à Alca, que seria a salvação da América do Sul por ter uma potência econômica como os Estados Unidos como referência. Foram poucos que tiveram coragem de levantar a voz contra a Alca na época, apontou Lula, denunciando que o acordo não beneficiaria o conjunto dos países sul-americanos.
O presidente brasileiro exaltou a relação política estabelecida entre os países do Mercosul, faltando apenas que se criem mecanismos de decisões para arbitrar as controvérsias. “Mas avançamos de forma extraordinária”, afirmou. Os números não mentem: em meio à crise econômica mundial, a América do Sul demonstra dinamismo econômico e social, com alto crescimento de suas economias e grande geração de emprego e renda.
“Chegamos ao fim de 2010 com taxas de crescimento especialmente altas para os países membros do Mercosul, que deverão variar, segundo a CEPAL, de 7,7% para o Brasil, até 9,7 % para o Paraguai.
A América Latina e Caribe crescerá 6% em seu conjunto, bem acima da média mundial, que deverá rondar os 3,6%. Estima-se que esse bom desempenho seja mantido nos próximos anos. Ao mesmo tempo, alcançamos nível de maturidade política que nos tem permitido avançar na consolidação da democracia em nossas sociedades. À integração regional — com o Mercosul no centro desse processo — devemos, em grande medida, nossa maior autonomia econômica em relação aos grandes centros capitalistas. Ela nos tem protegido da crise. Mas o bom desempenho econômico estará sempre sujeito às oscilações da conjuntura internacional. Mesmo que seja a face mais visível da integração, não será, necessariamente, a mais duradoura.”
Todas as conquistas do Mercosul só foram possíveis, disse Lula, porque há um “clima de entendimento, de confiança e de verdadeira fraternidade entre nós”. A solidariedade e a justiça social são importantes para que a prosperidade e a liberdade politica promovam novos tempos na região.
“É com esses valores que estamos construindo um novo Mercosul, o Mercosul dos Povos.”
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