07/07/2011
Otan faz mulheres e crianças vítimas em ataque no Afeganistão
Do Vermelho - 07 de Julho de 2011 - 13h02
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) admitiu nesta quinta-feira (7) a morte de civis em mais um bombardeio aéreo em Shamal, na província de Khost, no Afeganistão. Segundo confirmações de uma autoridade da região, que faz fronteira com o Paquistão, um total de 13 afegãos morreram no ataque realizado na noite desta terça-feira (5).
Mas o número pode ser ainda maior. O porta-voz do governador provincial, Mubraz Mohammed Zadran, afirma que entre as vítimas estavam quatro meninas, quatro meninos e duas mulheres.
A morte de civis em ataques de tropas internacionais é a maior fonte de atrito entre o presidente afegão, Hamid Karzai, e seus parceiros ocidentais. Karzai denunciou inúmeras vezes a morte de civis nos ataques aliados e, em 31 de maio, chegou a dizer que as tropas estrangeiras serão consideradas "invasoras" se continuarem com os bombardeios contra imóveis da população civil em suas operações.
Um porta-voz das forças da Otan no país admitiu que o ataque aéreo matou insurgentes, mas também "um número de familiares". "Na hora, as forças de segurança não sabiam que estes insurgentes estavam operando entre mulheres e crianças", disse o porta-voz, que não soube precisar os mortos.
Na versão da Otan, as tropas estavam procurando o líder de um grupo terrorista (com base no Paquistão) quando foram atacados por insurgentes escondidos em meio a árvores. E justificam que o ataque teria sido uma retaliação.
O ataque aéreo enfureceu a população local. Centenas de pessoas foram às ruas nesta quinta-feira (7) para protestar contra a Otan e queimaram uma efígie na vila de Sayed Khel.
Este não é o único fato relacionado com civis conhecido nesta quinta-feira (7). Poucas horas antes, as forças da Otan no Afeganistão (Isaf) anunciaram a abertura de uma investigação conjunta para identificar se ocorreram mais mortes em um bombardeio ocorrido na província sudeste de Ghazni.
A Otan afirma que soldados observaram um homem colocando uma bomba na estrada e avisaram as forças aéreas que lançaram explosivos e mataram o suposto insurgente.
Mais tarde, no entanto, chegaram denúncias da morte de civis. Tropas internacionais e afegãs ordenaram a abertura de uma investigação sobre os fatos.
No Afeganistão estão atualmente 150 mil soldados das tropas internacionais, que fixaram para este mês o início da retirada do país, um processo que acabará em 2014.
Com informações das agências
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