domingo, 29 de abril de 2012

Contraponto 8001 - "Nordeste em alta: entre letras e cifras"

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29/04/2012

Nordeste em alta: entre letras e cifras

Do Jornal O Povo - 29/04/2012
29/04/2012

Apesar dos avanços tecnológicos e das previsões pessimistas que tanto pregaram o fim das publicações impressas, o livro tem mostrado força no mercado e gerado bilhões de reais às livrarias do País. No entanto, ainda que o livro no papel seja a preferência, os livros digitais começam a ganhar público.

O peso das palavras de um bom livro ainda se faz emoção com o folhear das páginas entre os dedos. A maioria dos leitores destas terras de Alencar, Machado, Lobato e Veríssimo ainda prefere o papel. Ainda se dirige à livraria ou mesmo à internet para comprar livro com cheiro, textura, mancha amarelada do tempo ou folha alvíssima de tão nova.

É por causa desse apego ao livro como objeto e também da melhora da renda dos brasileiros que as editoras mais que dobraram o faturamento de 2002 para 2010. Foram R$ 4,5 bilhões embolsados por quem vende não só livro em papel, é verdade, mas cujo impresso ainda representa a maior parte dos lucros obtidos, segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel).

As grandes livrarias, que representam 80% das vendas de livros no País, têm crescido os lucros de forma vertiginosa: até 20% a cada ano. Uma delas, a Saraiva, que tem duas lojas em Fortaleza, teve faturamento de R$ 1,9 bilhão, no ano passado. Com 13 lojas espalhadas pelo País, uma delas aqui na Capital, a Livraria Cultura faturou outros R$ 340 milhões, em 2011.

Nordeste em alta

O livro impresso tem gerado muito dinheiro, pelo menos por enquanto, a despeito das previsões mais negativas (por vezes, apocalípticas) de que o suporte que existe desde o Código de Hamurabi, de 1.694 a.C., esteja fadado ao fim.

O brasileiro ainda lê pouco – quatro livros por ano – comparado a países como a França, que lê 11. Mas um dado que impressiona é ter a região que mais cresce no Brasil, o Nordeste, uma média de leitura acima da nacional e concentrar 22% dos leitores digitais do País. (Grifo do ContrapontoPIG)

Esse, aliás, é um filão que, apesar de ainda preterido, já tem encontrado adeptos. São 9,5 milhões os brasileiros que também leem em suporte digital. Para muitos autores e editores entrevistados nas páginas a seguir, como a escritora cearense Tércia Montenegro, essa é a tendência e será o livro digital, mais barato, que vai ajudar a disseminar a leitura no Brasil

“Não que o livro digital vá eliminar o livro em papel, embora este será minoria no futuro”, afirma a escritora. Ela aposta em uma década para que isso aconteça. E você?

NÚMEROS

4,5

bilhões de reais foi quanto faturou o mercado editorial em 2010

20%

são os lucros das grandes redes de livrarias a cada ano

22%

é o percentual de leitores digitais no Nordeste em relação ao País
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