segunda-feira, 28 de maio de 2012

Contraponto 8277 - Jobim revela mentira da Veja

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28/05/2012


Na Zero Hora

ZH – Veja disse que o senhor não negou o teor da suposta conversa. Por que o senhor não negou antes?

Jobim – Como não neguei? Me ligaram e eu disse que não. Eu disse para a Veja que não houve conversa nenhuma.

Na Veja (matéria de Rodrigo Rangel e Otávio Cabral)

"O ex-Ministro Nelson Jobim confirma que agendou o encontro entre Lula e Gilmar, mas que não ouviu tudo o que foi conversado.

Por Jorge Furtado

Do Zero Hora

ENTREVISTA

“Não houve conversa nenhuma”

Nelson Jobim, ex-ministro da Defesa

Anfitrião do encontro entre o ex-presidente Lula e o ministro Gilmar Mendes, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou a Zero Hora que em algum momento o petista tenha pedido o adiamento do julgamento do mensalão. Segundo Jobim, a conversa entre eles durou cerca de uma hora, na manhã do dia 26 de abril, em seu escritório em Brasília. O ex-ministro foi enfático ao afirmar que o ex-presidente jamais fez qualquer proposta a Mendes envolvendo o mensalão e disse que negou à revista Veja que esse tenha sido o teor da conversa. Jobim falou com ZH ontem à tarde, por telefone, enquanto se dirigia ao aeroporto, no Rio, de onde regressaria a Brasília.

ZH – Lula pediu ao ministro Gilmar Mendes o adiamento do julgamento do mensalão?

Nelson Jobim – Não. Não houve nenhuma conversa nesse sentido. Eu estava junto, foi no meu escritório, e não houve nenhum diálogo nesse sentido.

ZH – Sobre o que foi a conversa?

Jobim – Foi uma conversa institucional. Lula queria me visitar porque eu havia saído do governo e ele queria conversar comigo. Ele também tem muita consideração com o Gilmar, pelo desempenho dele no Supremo. Foi uma conversa institucional, não teve nada nesses termos que a Veja está se referindo.

ZH – Por quanto tempo vocês conversaram?

Jobim – Em torno de uma hora. Ele (Lula) foi ao meu escritório, que fica perto do aeroporto.

ZH – Em algum momento, Lula e Mendes ficaram a sós?

Jobim – Não, não, não. Foi na minha sala, no meu escritório. Gilmar chegou antes, depois chegou Lula. Aí, saiu Lula e Gilmar continuou. Ficamos discutindo sobre uma pesquisa que está sendo feita pelo Instituto de Direito Público, do Gilmar. Foi isso.

ZH – Depois que Lula saiu, o ministro fez algum comentário com o senhor sobre o teor da conversa?

Jobim – Não. Não disse nada. Só conversamos sobre a pesquisa, para marcar as datas de uma pesquisa sobre a Constituinte.

ZH – Lula pediu para o senhor marcar um encontro com Mendes?

Jobim – Sim. Ele queria me visitar há muito tempo. E aí pediu que eu chamasse o Gilmar, porque gostava muito dele e porque o ministro sempre o havia tratado muito bem. Queria agradecer a gentileza do Gilmar. Aí, virou essa celeuma toda.

ZH – Há quanto tempo o encontro estava marcado?

Jobim - Foi Clara Ant, secretária do Lula, quem marcou. Lula tinha me dito que queria me visitar há um tempo atrás. Um dia me liga a secretária, dizendo que ele iria a Brasília numa quarta-feira (25 de abril) e que, na quinta, queria me visitar e ao ministro Gilmar. Ele apareceu lá por volta das 9h30min, 10h. Foi isso.

ZH – Se não houve esse pedido de Lula ao ministro, como se criou toda essa história?

Jobim – Isso você tem de perguntar a ele (Gilmar), e não a mim.

ZH – O senhor acha que Mendes pode estar mentindo?

Jobim – Não. Não tenho nenhum juízo sobre o assunto. Estou fora disso. Estou te dizendo o que eu assisti.

ZH – Veja disse que o senhor não negou o teor da suposta conversa. Por que o senhor não negou antes?

Jobim – Como não neguei? Me ligaram e eu disse que não. Eu disse para a Veja que não houve conversa nenhuma.

fabio.schaffner@zerohora.com.br

FÁBIO SCHAFFNER | BRASÍLIA

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