segunda-feira, 16 de julho de 2012

Contraponto 8726 - "A entrevista da ex-primeira-dama ao Fantástico

.


Por Vânia

Do Conexão Brasília Maranhão

Globo mira Collor e pode acertar em Perillo

Rogério Tomaz Jr.

Boa parte do Brasil parou na noite deste domingo, 15 de julho, para ver a supostamente bombástica entrevista de Rosane Brandão Malta (ex-Rosane Collor) ao Fantástico, a “revista eletrônica” da Rede Globo.

Todos esperavam revelações “fortes” – prometidas nas chamadas do programa – da ex-primeira dama da República. Para usar uma metáfora gasta, a Globo prometeu a lua, mas entregou a seus telespectadores uma paisagem lunar: só crateras vazias e nenhuma substância consistente.

Os rituais de magia negra, a relação com PC Farias, as memórias sobre o processo de impeachment… tudo que Rosane falou e o Fantástico exibiu hoje já era de conhecimento até do reino mineralexpressão de Nelson Rodrigues, não de Mino Carta, como pensam alguns.

Nada, absolutamente nada se salva da entrevista, em termos de novidade. Em termos jornalísticos, a “reportagem” foi um fracasso total. É de se perguntar, aliás, qual o critério jornalístico que levou a Globo a produzir tal entrevista. Não há qualquer fato novo – poderia ser o livro de Rosane, mas não se sabe nada dele, tanto que foi citado apenas superficialmente* – que justifique toda a mobilização da maior emissora do Brasil para tal empreitada com tanto destaque.

Coube à simpática Renata Ceribelli fazer a “matéria” com Rosane Collor

O que justifica a reportagem, na verdade, não é nada mais do que a necessidade de atacar o agora inimigo Fernando Collor de Mello.

A eleição de Collor foi uma fraude. Não pelos votos em si, mas pelo candidato, que não passava de um produto midiático preparado e apoiado com todo o poder dos grandes meios de comunicação para ser o anti-Lula de 1989.

Agora, passados vinte anos, Collor deixou de ser aliado e passou a ser inimigo, por compor a base de apoio do governo petista. Para a Globo e para a Veja, a primeira que ungiu Collor como um verdadeiro Messias em 89, é o que basta para ele ser colocado na alça de mira.

Lamentável é ver que profissionais – vou poupá-los de citação nominal – tão respeitados na TV brasileira se prestem a cumprir um papel vexatório como o dessa “matéria”. Aliás, para fingir que o assunto se tratava mesmo de jornalismo, os apresentadores do Fantástico fizeram questão de informar que tentaram ouvir Collor durante toda a semana, mas o senador, que de besta não tem nada, se recusou a falar.

Ótimo seria se Collor publicasse um livro contando como atuavam os donos, diretores e lobbistas da Rede Globo durante o seu governo.

Para ver a entrevista completa, clique no link abaixo:

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1681379-15605,00.html

Marconi Perillo

O governador tucano de Goiás, que não tem nada a ver com a briga Globo x Collor, deve ter sentido muito incômodo com as referências tão detalhadas do processo que levou à deposição do então presidente.

O Fantástico mirou Collor, mas poderá acabar acertando Perillo, pois colocou em evidência denúncias que derrubaram o presidente e hoje acossam o tucano.

Perillo provavelmente se viu na “reportagem” quando esta falou da CPI que investigou Collor e descobriu cheques-fantasmas, esquemas de caixa 2, um tesoureiro de campanha influenciando no governo (no caso do tucano, este atende por Lúcio Fiúza Gouthier, que foi convocado à CPMI do Cachoeira, mas ficou calado).

A CPMI do Cachoeira está sendo tratada pelos grandes meios de comunicação como se fosse uma novela. Heróis, vilões, figuras exóticas, tramas urdidas nas sombras e outros ingredientes são utilizados para cobrir o cotidiano do órgão.

Para o azar de Perillo, a matéria do Fantástico faz a CPMI do Cachoeira parecer uma “Vale a pena ver de novo”, com o tucano no centro do trama.

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista