JornalGGN - qua, 12/02/2014 - 06:00
- Atualizado em 12/02/2014 - 12:20
A morte do cinegrafista Santiago
Andrade, à qual se somam mortes frequentes de torcedores de futebol,
indica que é hora de uma atuação mais severa em relação às manifestações
populares violentas, de Black Blocs e de torcidas organizadas.
As manifestações de junho passado foram
respiros de cidadania, um mal estar difuso indicando o esgotamento do
modelo institucional atual - tanto dos poderes públicos quanto da
representação midiática. Foi um aviso relevante, devidamente captado por
todos os setores responsáveis do país.
Infelizmente, não geraram ainda políticas continuadas de atendimento das demandas e de discussão de novos modelos.
***
Houve tentativas iniciais de instrumentalizar as manifestações. Todas fracassaram, de partidos políticos a veículos de mídia.
Passada a primeira etapa, difusa, as manifestações foram apossadas por grupos violentos, propondo quebradeira.
Em um primeiro momento, criaram
impasses. Depois de abusos iniciais, as polícias estaduais não souberam
mais separar manifestantes de vândalos, não sabiam quando agir com
dureza, quando permitir o protesto.
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Do lado da opinião pública, observou-se a
aliança improvável entre grupos de ultraesquerda e setores da grande
mídia, empenhados na batalha inglória de desmoralizar a Copa do Mundo.
Intelectuais irresponsáveis trataram de
colocar lenha na fogueira, legitimando a violência sem colocar-se na
reta, iludindo jovens seguidores e comprometendo sua vida adulta - com a
possível criminalização de seus atos.
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Agora, chega-se ao impasse.
O movimento Black Bloc chegou no limite
da guerrilha urbana; as torcidas organizadas, no limite das organizações
criminosas. Enquanto apenas limítrofes, continuarão a arregimentar
jovens que não vêem diferença entre filmes de aventuras, a romatização
da violência e as consequências na vida real. Entram na guerra como se
fosse um game online.
Daí a necessidade de um corte, prévio,
anunciado mas que defina de vez o que é manifestação popular e o que é
crime. Ir para manifestações com rojões e armas de combate é crime.
Quebrar lojas e aparelhos públicos é crime. E traz consequências.
Tem que ficar claro para os rapazes e
para seus pais. Quem persistir na violência, está devidamente informado
das consequências e será responsável por seus atos.
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Que a morte de Santiago traga bom senso
às manifestações sobre a Copa. As críticas aos gastos, às prioridades
devem ficar no âmbito das instituições - Congresso, Ministério Público,
mídia, organizações sociais.
A morte de Santiago traz um novo olhar
da opinião pública sobre as tentativas de transformar as críticas em
manifestações violentas de rua.
Nos últimos dias há uma troca incessante
de acusações sobre as causas da morte de Santiago, se da mídia, se das
redes sociais, se da animosidade entre jornalistas e blogueiros. Pouco
importa. O mal está feito e vale o que acontecer daqui para diante.
Quem teimar em promover os conflitos
responderá perante a opinião pública pelos novos Santiagos que quedarem
vítimas dessa insânia.
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