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14/10/2014
Aécio é o retrocesso e o atraso — Marina é o Prometeu da política
Blog Palavra Livre -14/10/2014
Por Davis Sena Filho
A campanha à
Presidência da República de Aécio Neves, senador e candidato do PSDB, partido à
direita do espectro ideológico, resumi-se a uma coletânea de mentiras e meias
verdades, que, seguramente assombram as pessoas que conhecem seu passado
político e a forma como ele administrou o Estado de Minas Gerais, o terceiro
Estado mais poderoso da Federação.
Se não, vejamos: se
Aécio fosse um político em que atualmente a população mineira confiasse, teria,
evidentemente, votado em seu candidato Pimenta da Veiga. O tucano foi derrotado
pelo petista Fernando Pimentel, que venceu as eleições ainda no primeiro turno,
a fazer com que os marqueteiros de sua campanha apelassem fortemente para a
veiculação do caso da Petrobras, com a intenção de engessar o debate político e
se dedicar somente a um assunto: a corrupção.
Certamente que esta
“canção” de uma nota só é o que apenas interessa a um grupo político que não
tem proposta de governo e muito menos projeto de País. Isto acontece porque a
direita não se preocupa com o social, com as condições de vida das pessoas,
além de se recusar a pensar o País.
Os grupos
economicamente conservadores, e, politicamente reacionários, tem aversão em
pensar sobre as questões brasileiras, simplesmente porque o propósito deles se
resume a apenas ter lucros, seja como e aonde for.
Certamente, quem
acredita em Aécio são as pessoas de fora, que não conhecem a administração fracassada
do atual governador, Antonio Anastasia, homem de confiança do senador tucano e
que governou para os ricos, a tal ponto de os mineiros lhes darem um retumbante
não, o que demonstra o quanto as pessoas que o conhecem
Que negócio é esse
de nova política, que a candidata derrotada do PSB/Rede, Marina Silva, tanto
propaga? Política é política. Ponto! Política se faz com partidos, a respeitar
o jogo democrático e a Constituição, bem como se constroem e se concretizam
alianças e blocos partidários, cujo propósito das candidaturas, no caso das
eleições presidenciais, é formar uma bancada forte para que a maioria dos
deputados e senadores eleitos aprovem, no Congresso, os projetos e programas
apresentados pelo presidente da República, em nome dos eleitores que,
soberanamente, o elegeu.
O resto é palhaçada(!),
como diziam alguns colegas dos meus tempos de segundo grau e universidade
quando consideravam alguma ação ou conduta insensata, surreal ou irracional. Marina,
aquela que troca de partido como troca de camisa, é pródiga em dar uma de
joão-sem-braço. Que nova política é essa que Marina Silva tanto apregoa, sendo
que seu programa de Governo apresentado aos brasileiros não passa de uma cópia
dos programas neoliberais da época do PSDB no poder?
Os tempos terríveis,
lúgubres e sem esperança de Fernando Henrique Cardoso — o Príncipe Neoliberal I
—, aquele que vendeu o Brasil e mesmo assim foi ao FMI três vezes, de joelhos,
humilhado e com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes. O FHC que
deseja retornar ao poder por intermédio de seu alter ego, o playboy do high
society carioca,
Aécio Neves que,
certamente, vai implementar a política econômica liberalizante para os
estrangeiros, os grandes empresários, os banqueiros, e, por sua vez, limitar
fortemente os investimentos em programas sociais, bem como minguar as obras de
infraestrutura. Construções que garantem os empregos, a obedecer às receitas do
FMI, conhecidíssimas dos brasileiros e dos latinos americanos.
Receitas
vampirescas que sugam o esforço laboral dos trabalhadores de todas as nações e
que neste momento arrebentam com as economias de mais da metade da Europa, bem
como estigmatizam seus povos, que tem de procurar a sobrevivência por meio da
imigração, às centenas de milhares de pessoas. Não há nada mais doloroso e
humilhante quando um cidadão tem de sair de sua terra, do seu país por
necessidade e não por opção.
Voltemos à Marina.
A Sonhática matou seu passado de lutas. Não satisfeita, realizou o velório;
depois acompanhou o féretro, e, logo a seguir, o enterrou a sete palmos da
superfície da terra. Agora, como tal o é sua personalidade dúbia e quase
histriônica, Marina volta a dissimular e mal consegue explicar sua guinada
espetacular à direita e por isso, esperta que é, recorre à sua retórica
barroca, mas estéril, pois desprovida de conteúdo e significado.
Marina Silva sucumbiu
ao canto da sereia e ao seu rancor, mágoa e raiva, porque foi cooptada pelos
conservadores, sem volta e, com efeito, definitivamente. A Sonhática nunca
aceitou ser preterida por Lula, que optou pela candidatura de Dilma Rousseff à
Presidência da República.
O líder trabalhista
percebeu que Marina, no cargo de ministra do Meio Ambiente, mudou de lado e
abraçou teses e causas contrárias aos programas de Governo do PT ratificados
pelas urnas. Marina se aliou a partidos de direita, a ONGs e a governos
estrangeiros e prejudicou, o quanto pôde, os interesses do Brasil, muitos deles
estratégicos. Ao perceber que poderia ser demitida, Marina se antecipou e saiu
do Governo e, logo após, do PT.
Ela se transformou em o Prometeu da política
brasileira, cujo fígado pertence à ave de rapina, ou seja, à direita — ao
establishment. A Sonhática deu vazão ao seu livre arbítrio de trair, não
somente seus antigos correligionários, mas, sobretudo, à sua ideologia, aos
seus valores e princípios políticos edificados desde os tempos do seringueiro e
sindicalista Chico Mendes, cuja memória ela traiu também nessas eleições.
Aécio é outro que
tenta convencer a população brasileira como se ele fosse o novo, o moderno e, o
mais incrível, a “mudança”. Surreal! Como um político tucano que fala em choque
de gestão e tem como principal conselheiro o banqueiro Armínio Fraga, que, ao
sair do Governo FHC, os juros atingiram os incríveis 45%.
Fraga já deu
inúmeras declarações que, no poder, vai efetivar medidas amargas e impopulares,
com a aquiescência, é claro, da Aécio Neves. O burocrata chegou dizer que o
salário mínimo era alto. Seria cômico se não fossem trágicos e ridículos seus
pronunciamentos. Ele disse tudo o que os banqueiros e os rentistas querem
ouvir.
Aliás, tudo o que o
FMI e o Bird querem ouvir. E esta é a política econômica, financeira e contábil
do senhor Armínio Fraga, ou seja, a política dedicada e favorável aos negócios
privados e aos interesses dos países desenvolvidos, os mesmos que promovem e
patrocinam as guerras.
Aécio Neves é o
“neolibelê” mais novo, cara pálida! Porque o mais velho é sempre escondido dos
programas eleitorais do PSDB. Talvez FHC até apareça na televisão no fim da
campanha. Fernando Henrique passou e seus áulicos passaram dos limites e
governar a lesar a Pátria Brasil.
Somente quem saiu
de um coma profundo; ou é um ser alienado e sem a compreensão da história e das
realidades que se apresentam; ou é cínico ao tempo que hipócrita e não percebe
que o sistema de capitais, em âmbito mundial, quer o modelo de rapina e
exploração de volta, por meio da vitória dos tucanos, aposta e acredita que um
político, que comanda a oligarquia mineira, uma das mais atrasadas e
reacionárias do mundo, possa dar continuidade às conquistas materiais e sociais
do povo brasileiro nos últimos 12 anos.
Não tem como o PSDB
dar continuidade aos modelos desenvolvimentistas efetivados pelo PT e que mudou
o Brasil para sempre ao melhorar nitidamente as condições de vida dos cidadãos.
O povo sabe disso. Compreende, pois sofrido, tornou-se sábio e prudente. Quem
não sabe dessas coisas da vida é a classe média, que adere aos ricos, sem,
contudo, participar ou ser convidada para seus regabofes, comezainas e
patuscadas.
A classe média foi
muito beneficiada pelos governos petistas de essências trabalhistas, pois dedicados
aos interesses mais legítimos do Brasil, a exemplo da lei que dispõe sobre o
modelo de partilha para o pré-sal, dentre muitas outras questões estratégicas e
de interesse dos brasileiros. A desconstrução de Aécio Neves se dá por ele
mesmo. E por quê? Porque o tucano representa o passado terrível que o PSDB e os
governos de FHC impuseram à brava gente brasileira.
Aécio Neves — o
Neoliberal II — é o alter ego do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso — o
Príncipe Neoliberal I — e representa o retrocesso e o atraso. Marina Silva — a
Sonhática — significa a morte de seu passado político e o desejo irresistível e
deslumbrado de ingressar no clube privê dos burgueses. Vamos ver, com o tempo,
se eles, de fato, a aceitam. É isso aí.
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