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20/01/2018
Juízes e procuradores sem voto não podem mandar no Brasil
Blog do Bepe Dasmasco - Jan 19, 2018

Por Bepe Damasco
Se tiverem coragem para tentar a presidência da República, mesmo sabendo que serão surrados nas urnas, tudo bem, o problema é deles. Disputar o voto popular devia ser o caminho natural para quem usa a magistratura ou o MP para expressar suas preferências político-partidárias, para posar de comentarista político ou se manifestar fora dos autos sobre assuntos relevantes para o país, mas que nada tem a ver com o cargo que ocupam.
É interessante notar que esses altos funcionários do Estado, embora sejam protagonistas da campanha de demonização e desmoralização da política e dos políticos - especialmente se eles pertencerem ao Partido dos Trabalhadores-, não se pejam em politizar suas condutas, seja direcionando processos criminais contra militantes, dirigentes e figuras públicas de esquerda, além de empresários cuja criminalização pode ajudar a comprometê-los, ou protegendo aliados, quase sempre tucanos e assemelhados.
Desde o julgamento da Ação Penal 470, o conhecido processo do mensalão, o Judiciário tomou gosto pelo ativismo político. Suas excelências descobriram ali o caminho para atalhar a soberania popular e pôr um ponto final na longa hegemonia petista no governo da República : a condenação sem provas. Sim, porque com a inversão do ônus da prova, a dispensa do ato de ofício para incriminar agente público por corrupção e o cerceamento do direito à ampla defesa (tudo amparado pelo cartel mafioso da mídia), ficou fácil carimbar a pecha de corrupto e ladrão na testa dos adversários da elite mais retrógrada e antidemocrática do planeta.
A Lava Jato radicalizou e aprofundou o atropelo das garantias fundamentais, em flagrante violação da Constituição. Então, hoje, quando uma parcela considerável da sociedade já enxerga com nitidez a seletividade e a parcialidade de juízes e procuradores, que têm na perseguição sórdida ao maior líder popular da história do país e ao seu partido sua face mais mais escandalosa, é hora de lançar o seguinte desafio a esses servidores privilegiados, quase todos filhos das classes média e alta: dispam-se de suas togas, abandonem seus cargos e supersalários acima do teto constitucional e venham para a raia da disputa eleitoral.
Vocês não se dizem imbuídos da missão de "combater a corrupção e a roubalheira?" Não se julgam portadores da virtude e paladinos da moralidade ? Nada mais adequado para que deem vazão a tão "nobres" propósitos, portanto, do que a carreira política. Nos regimes democráticos e republicanos é assim que funciona. Mas é claro que tudo isso é puro devaneio. Duvido que sejam capazes de gesto de tamanho desprendimento e espírito público . Até porque o estado de exceção vivido pelo país lhes assegura o melhor dos mundos, que é prestar serviços aos grupos monopolistas de mídia, aos banqueiros e aos demais rentistas nacionais e internacionais a partir de suas trincheiras invioláveis no serviço público.
De Porto Alegre, a multidão em defesa da democracia e do direito de Lula ser candidato deve gritar para o Brasil e o mundo : juízes e procuradores não têm voto e por isso não podem mandar no Brasil.
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