terça-feira, 27 de abril de 2010

Contraponto 2048 - "Amorim visita Irã e reitera direito à indústria nuclear pacífica"

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27/04/2010


Amorim visita Irã e reitera direito à indústria nuclear pacífica

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Portal Vermelho 26 de Abril de 2010 - 13h54

Por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, se reúne amanhã (27) com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. O objetivo é reiterar o apoio do governo do Brasil aos esforços por um acordo negociado para evitar sanções aos iranianos em decorrência de seu programa nuclear.
Diplomatas que acompanham as conversas de Amorim em Teerã informaram à Agência Brasil que foram positivas e fundamentais as reuniões das quais Amorim participou hoje (26) com presidente do Parlamento, Ali Larijani, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, o secretário-geral do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Said Jalili.

Na semana passada, Lula definiu como estratégia a visita de Amorim à Turquia, à Rússia e ao Irã. No próximo dia 15, o presidente irá a Teerã. Porém, ele considera fundamental manter antecipadamente uma série de reuniões diplomáticas em favor de negociações que impeçam sanções contra o Irã por causa de seu programa nuclear.

No fim de semana, Amorim conversou com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davotoglu. Ao final da conversa, o chanceler brasileiro afirmou que: “É muito importante alcançar uma solução pacífica e negociada para esse tema. Ainda acredito que isso seja possível. Não é fácil, mas é possível”.

No último dia 19, Davotoglu ao visitar Teerã reafirmou o objetivo de seu governo em contribuir com um acordo que evite sanções ao Irã. Na conversa com Amorim, ambos discutiram as alternativas possíveis que visam a aumentar a confiança das partes em torno da proposta de troca de urânio enriquecido por combustível para o reator de pesquisa de Teerã e sobre formas de reativar o processo negociador sobre o tema.

Porém, aumentam as pressões internacionais lideradas pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para aprovar, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), medidas punitivas contra o Irã. De acordo com integrantes do governo Obama, o programa nuclear do Irã mantém de forma secreta a fabricação de armas atômicas. O presidente Ahmadinejad nega as suspeitas.

A campanha capitaneada pelos Estados Unidos conta com o apoio da Inglaterra, França e Alemanha. Recentemente, a Rússia demonstrou ser favorável ao que chamou de sanções inteligentes. A China resiste. Os cinco países são membros permanentes do conselho e têm direito a voto. A expectativa é de que as discussões no órgão ocorram em maio.

Irã louva mediação brasileira

Após o encontro com Amorim, o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, deu as boas-vindas a uma eventual mediação do Brasil na questão do programa nuclear de Teerã. O parlamentar, citado pela agência de notícias local "Mehr", não ofereceu, no entanto, detalhes sobre o papel que o Brasil poderia desempenhar para solucionar a polêmica.

Amorim, por sua vez, manteve a postura do Governo brasileiro e insistiu que Brasília apóia o programa nuclear iraniano, desde que seja voltado para fins pacíficos.

O ministro já havia anunciado há dois meses a vontade do Brasil de atuar como mediador do conflito. "O que queremos para o povo brasileiro é o que queremos para o povo iraniano, ou seja, a expansão das atividades nucleares pacíficas", disse Amorim, depois de se reunir também com o negociador nuclear iraniano na questão, Saeed Jalili.

Neste ano, o Brasil assumiu uma das 15 cadeiras do Conselho de Segurança da ONU, órgão responsável pelas possíveis sanções ao regime iraniano. A este respeito, o presidente do Parlamento iraniano voltou hoje a culpar as grandes potências pela falta de acordo e insistiu que chegar a uma solução é "simples". "Polemizar com dados irreais não terá efeito algum sobre a vontade do povo iraniano. As grandes potências tentam complicar este assunto para favorecer assim seus próprios interesses políticos", criticou.

Durante a reunião, Larijani e Amorim expressaram a necessidade de ampliar as relações bilaterais em diversos campos, disseram à Agência Efe fontes diplomáticas brasileiras.

Com agências
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