Ibope: 5 pontos a favor
Vermelho - 07/08/2010candidata Dilma Rousseff manteve uma vantagem de cinco pontos percentuais sobre o tucano José Serra na última pesquisa do Ibope, realizada entre os dias 2 e 5 de agosto (antes do debate na Bandeirantes) e divulgada na noite desta sexta (6) pelo Jornal Nacional da Globo.
Dilma tem 39% contra 34% do ex-governador paulista, índices idênticos ao do levantamento anterior. Marina, do PV, ficou com 8% e os demais candidatos não pontuaram. Brancos e nulos somam 7% e indecisos, 12%.
A diferença indica uma vantagem técnica insofismável, pois está além da chamada margem de erro admitida pelo instituto, de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. A candidata petista também bate o concorrente demo-tucano no 2º turno, por 44% a 39%. No caso, brancos e nulos somam 8% enquanto 9% permanecem indecisos.
Campeão da rejeição
Serra é o mais rejeitado entre os candidatos à Presidência: 25% (ante 24% da pesquisa anterior). Já Dilma registra 18% de rejeição (ante 19%) e Marina, 12% (ante 13%). O Ibope também questionou os eleitores quanto à crença na vitória. 46% dos eleitores acreditam que Dilma vencerá a disputa, contra 31% que creem numa vitória de Serra e 2%, na vitória de Marina.
Dilma também lidera na pesquisa espontânea - quando nenhum cartão de resposta é apresentado e o eleitor indica espontaneamente sua preferência. Ela já tem 25%, Serra aparece bem atrás, com 17% e Marina com 4%. Outros nomes citados somam 4% enquanto brancos e nulos são 6%. 44% não souberam responder. A pesquisa espontânea é considerada mais consistente do que a estimulada, uma vez que esta última acaba induzindo o entrevistado a apontar um nome.
Dilma tem 46% no NE
A região Sul é a única onde Serra lidera, com 42% contra 34% de Dilma. Marina tem 5%. No Sudeste já há empate entre os dois: 35% cada um. Marina fica com 8%. Já o Nordeste é a região que apresenta a mais ampla liderança da petista: 46% contra 27% do tucano e 7% de Marina. No Norte/Centro-Oeste, Dilma registra 40% contra 33% de Serra e 8% de Marina. As regiões com maior número de indecisos são Norte/Centro-Oeste e o Sul, ambas com 14%.
Na divisão por renda, Dilma aparece melhor entre os mais pobres. O placar entre os que ganham até 1 salário mínimo é de 44% contra 30% de Serra e 4% de Marina. Entre quem ganha de 1 a 2 mínimos, há empate entre Dilma e Serra: 36% para cada. Marina aparece com 7% nesse grupo. Na faixa que vai de 2 a 5 mínimos, Dilma tem 41%, Serra, 30% e Marina, 10%. Já Serra lidera entre quem ganha mais de 5 salários mínimos: 40% contra 36% de Dilma e 9% de Marina. As maiores porcentagens de indecisos estão entre quem ganha até 1 mínimo (15%) e entre 1 e 2 mínimos(14%).
Empate entre as mulheres
No detalhamento por sexo, Dilma lidera entre os homens por 10 pontos de vantagem: 43% a 33%. Entre as mulheres, a situação é de empate técnico: a petista aparece com 35% e Serra com 34%. Já a candidata Marina Silva tem 7% entre os homens e 8% entre as mulheres. A maior parte dos indecisos está entre as mulheres: 14% a 9%.
Na análise por idade, Dilma lidera em todas as faixas etárias, tendo seu melhor desempenho entre os eleitores que têm de 25 a 29 anos (44%). Está é também a faixa onde Marina aparece melhor (10%). Entre estes eleitores, Serra registra 33% das intenções de voto.
Já Serra vai melhor ente os eleitores que têm de 16 a 24 anos e acima de 50 anos (36%), grupo em que Dilma registra 39% e Marina, 4%. Ainda na faixa etária dos 16 aos 24, Dilma tem 39% e Marina, 8%. No grupo de 30 a 39 anos, Dilma tem 39%, contra 34% de Serra e 8% de Marina. Entre os eleitores que têm de 40 a 49 anos, Dilma lidera com 34%, Serra tem 30% e Marina, 9%.
Governo Lula
No quesito escolaridade, Dilma tem seu melhor desempenho entre os eleitores que têm até a quarta série do ensino fundamental e entre a quinta e a oitava série: 40% em ambas. Já Serra aparece com 35 e 37%, respectivamente, e Marina com 2% e 5%. O grupo que tem até a quarta série também apresenta a maior porcentagem de indecisos: 16%. Dilma também lidera entre os eleitores com ensino médio: 39% a 33% de Serra e 10% de Marina. Entre os que têm curso superior, há empate técnico: 32% de Dilma contra 31% de Serra. É nessa faixa também que Marina aparece melhor: 18%.
O Ibope também pesquisou a popularidade do atual governo. Para 75% dos entrevistados, o governo Lula é ótimo ou bom - houve uma pequena oscilação em relação à pesquisa anterior, quando esse índice atingiu 77%; 19% avaliam o governo como regular e apenas 4% como ruim ou péssimo. 85% dos eleitores disseram aprovar a maneira como Lula governa o Brasil, mesmo índice da pesquisa anterior. A nota média continua em 7,9.
O Ibope realizou 2506 entrevistas com eleitores de 173 municípios de todo o País. O intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro estimada é de 2%. A pesquisa está registrada no TSE sob o número 21697/2010.
O que dirá o Datafolha?
Todos os institutos de pesquisa (Vox Populi, Ibope e Sensus) sinalizam a crescente vantagem de Dilma. A exceção é do Datafolha, ligado ao jornal Folha de São Paulo, da família Frias, que está seriamente engajada na campanha demo-tucana e já não consegue mascarar tal fato.
O contraste entre os números do Datafolha em relação aos outros institutos não encontra explicação plausível na ciência, uma vez que foge consideravelmente à margem de erro. Isto justifica as dúvidas sobre a idoneidade do levantamento e as insinuações de manipulação. Parece claro que o jornalão dos Frias tem o rabo preso com o candidato da direita.
Cresce, com isto, a curiosidade sobre a próxima pesquisa Datafolha, que deve ser divulgada na semana que vem. Parece provável, conforme observou o jornalista Mino Carta, que o instituto dos Frias vai se dobrar à realidade dos fatos.
“Não me surpreenderei se o Datafolha começar uma operação de pouso em proveito de sua credibilidade”, afirmou o editor da revista Carta Capital em comentário reproduzido pelo Vermelho. Pois é do conhecimento até do mundo mineral que a candidatura de Dilma Rousseff continua em ascensão e a de José Serra em queda. As próximas pesquisas devem confirmar a tendência [o que já ocorreu com o Ibope]. Será possível que a discrepância entre o Datafolha e os demais institutos não comece a encolher?”
É o que veremos.
Da redação, com agências
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