quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Contraponto 3004 - " 'Brasil ficará mais dono da Petrobras', afirma Haroldo Lima "

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12/08/2010


"Brasil ficará mais dono da Petrobras", afirma Haroldo Lima

Vermelho - 11 de Agosto de 2010 - 16h58

O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Haroldo Lima, defende que o governo saia “mais dono” da Petrobras após a capitalização da empresa e que o preço das reservas de petróleo que a União usará na operação seja o “mais alto” possível, porque é “bom para os brasileiros”.

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Lima avalia como “baixo” um preço entre US$ 5 e US$ 6 para o barril de petróleo das reservas que a União cederá à estatal como sua parte no aumento de capital - esse valor é citado por analistas de mercado e criticado internamente pelo governo.

Em entrevista à Folha, ele disse que nem minoritários nem Petrobras podem querer “ganhar” à custa da União pressionando por um preço que não seja “vantagem” para os brasileiros. A ANP contratou a Gaffney, Cline & Associates para avaliar o volume e o valor dos 5 bilhões de barris de petróleo que a União dará à Petrobras na capitalização da empresa. Quanto maior o valor, mais ações poderá adquirir.

Apesar de a consultoria considerar o prazo “estreito”, prometeu entregar no final do mês o laudo a ser usado nas negociações entre o governo e a estatal para definir o preço do barril. Leia trechos da entrevista.

Folha – Quando fica pronta a certificação das reservas e do preço dos barris de petróleo que a União usará na capitalização da Petrobras?
Haroldo Lima – Fizemos um cronograma com a certificadora, que foi revisto há poucos dias, e foi reconfirmado para o final de agosto. Não há atraso previsto. Pode ser que aconteça, mas até o presente instante a previsão é de cumprir o prazo.

Folha - Até o final deste mês saem tanto o cálculo das reservas como do preço dos barris?
HL - A certificação é do cálculo volumétrico e uma apreciação de valor. As avaliações estão sendo feitas nos campos de Franco e de Libra [na região do pré-sal]. A lei da capitalização prevê a cessão onerosa à Petrobras de 5 bilhões de barris de petróleo. Se puder ser medido somente em Franco, será uma vantagem para a União.

Folha - Qual a estimativa?
HL - Ainda não temos o número fechado. Estimamos 4,5 bilhões de barris em Franco, antes da certificação.

Folha - No mercado se fala num preço do barril de petróleo entre US$ 5 e US$ 6.
HL - Fica difícil para dizer. A certificação está sendo feita e um dos pontos mais controvertidos é a questão do valor. Eu acho que um preço entre US$ 5 e US$ 6 está baixo. É uma opinião pessoal minha.

Folha - Quanto maior o preço do barril, melhor para a União?
HL - Daí achar que um barril baixo, entre US$ 5 e US$ 6, não é vantagem para a União, para os brasileiros. Um barril mais alto é bom para os brasileiros. Claro que não podem aumentar de forma aleatória, irrealista. Também não podemos baixar e prejudicar o Brasil.

Folha - Qual a sua expectativa com a capitalização? Que o país fique mais dono ou menos dono da Petrobras?
HL - Espero que o Brasil fique mais dono da Petrobras. Toda vez que nós discutíamos isso na antiga comissão, a que discutiu o novo marco regulatório do petróleo, dizia que nós estávamos projetando muitos favorecimentos à Petrobras, como a cessão de 5 bilhões de barris, a condição de operadora única.

Tudo isso se justificava, posto que nós poderíamos sair mais donos da Petrobras.

Fonte: Folha de S. Paulo
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