23/11/2010
Dilma acelera consultas para definir time coeso na área econômica
Do Vermelho - 22 de Novembro de 2010 - 18h38
A presidente eleita Dilma Rousseff passou esta segunda-feira (22) em encontros com técnicos do governo na Granja do Torto de quem recebeu informações sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida. Os dados dos programas foram discutidos com o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, e com Miriam Belchior, coordenadora do PAC na Casa Civil. Os dois estão cotados para assumir um posto no novo governo.
"Foi uma reunião com a presidente eleita para apresentar a evolução do PAC e do Minha Casa, Minha Vida", resumiu Barbosa ao chegar ao Ministério da Fazenda, após o encontro. Guido Mantega, que deve permanecer na Fazenda, segundo especulações da imprensa, também esteve reunido com Dilma, mas o teor da conversa não foi divulgado.
Está prevista para os próximos dias a divulgação da equipe econômica do próximo governo, que inclui a Fazenda, o Banco Central e o Planejamento, principalmente. Na última semana, Dilma disse ao vice-presidente eleito, Michel Temer, que até o dia 15 de dezembro quer divulgar todos nomes dos ministros se seu governo.
Crescem especulações sobre a saída de Meirelles
Na imprensa, cresce a cada dia as especulações sobre a provável saída de Henrique Meirelles da presidência do Banco Central.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, Dilma teria ficado contrariada com as informações de que ele teria imposto condições para continuar. A reportagem diz que a presidente eleita não convidou nem pretende convidar Meirelles a permanecer no cargo.
Dilma, por sinal, já indicou que pretende tirar do presidente do BC o status de ministro, dando ao cargo mais um caráter técnico. Por isso, todas as apostas são de que o sucessor de Meirelles será um funcionário de carreira do BC.
Economia no centro do poder
A definição da equipe econômica que fará parte do governo a partir do ano que vem tem demandado esforços prioritários na agenda do grupo de transição da presidente eleita. A pressa e dedicação em fechar os nomes são justificáveis. Desde o discurso proferido após a confirmação da vitória nas urnas, a primeira chefe de Estado com formação econômica a assumir o Palácio do Planalto em 18 anos deu indicações claras de que se dedicará pessoalmente à matéria em sua gestão.
Ao incluir entre suas prioridades questões como a redução da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), dos atuais 40% para 30%, a queda da taxa real de juros (que desconta a inflação) para 2% até 2014, o reajuste e ampliação do Bolsa-Família e o financiamento da saúde por meio de novos impostos, Dilma passa a mensagem de que, ao contrário do que ocorreu nos oito anos da era Lula — gestão marcada pela polarização entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central —, o direcionamento econômico será centralizado no Palácio do Planalto, mais precisamente em seu gabinete.
Os contornos da intenção de Dilma ficam mais evidentes na confirmação de Guido Mantega como ministro da Fazenda e na resistência de aceitar a continuidade de Henrique Meirelles à frente do BC. Além de ser um executor competente das orientações palacianas, sem questionar nada, Mantega estava alinhado a Dilma já no governo Lula, reforçando o coro de críticas ao Banco Central.
A provável nova orientação da política econômica já começa a incomodar setores do "mercado", que temem perder facilidades e lucros. Entre os temores dos financistas e especuladores está a eventual perda de autonomia do Banco Central na definição da taxa básica de juros (Selic). Eles temem a queda dos juros pois é com base na política de juros altos da atual direção do BC que o "mercado" engorda seus lucros com o dinheiro fácil da especulação financeira.
Da redação,
com agências
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