sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Contraponto 4069 - "Mimimimi - Ou a dor de cotovelo da Velha Mídia"

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26/11/2010

Mimimimi - Ou a dor de cotovelo da Velha Mídia

Jornalismo chapa branca? Aderi.

Do Blog DoLaDoDeLa - 26/11/2010

Marco Aurélio Mello*


Pouca gente dispõe de duas horas, num dia de semana corrido como é para todos, para assistir, ao vivo, a uma entrevista com um presidente da República em fim de segundo mandato. Mas seis mil pessoas encontraram uma maneira de fazê-lo, na última quarta-feira, pela internet. E dezenas de milhares de outras procuraram tempo para assistir depois, gravada. Não era uma entrevista comum.

No Palácio do Planalto, pela primeira vez na história do país, Lula acomodava em poltronas nobres, um grupo que se dispõe a falar com aqueles que não se sentem compreendidos, nem alcançados pelos meios de comunicação convencionais. O fato em si foi tão importante, que na rede mundial, a repercussão foi assustadora. Pelo tweeter, a "tag" #lulablogs chegou ao topo das citações, não só no Brasil, como em todo mundo. Diante disso, os portais, as redes de rádio e as de televisão se viram obrigados a abrir espaço para um fato que se impôs, independentemente da vontade dos pauteiros e editores das redações pelo país. Tudo isso consagra, na prática, o que empiricamente nós internautas e blogueiros estamos experimentando há algum tempo: o poder de difundir informação com capilaridade, rapidez e credibilidade, portanto, influência.

A velha mídia já percebeu a força desta onda, mas faz de conta que ela ainda é uma "marolinha". Ao partir para o confronto com esses guerrilheiros, como decidiram fazer nos últimos dias, não se esqueçam das lições da Guerra do Vietnã. Vocês podem ter treinamento, arsenal e muito, muito dinheiro.

Nós, do lado de cá, no meio da selva, temos a força de um ideal e conhecemos o território da notícia como poucos. Durante a entrevista, uma frase do presidente chamou a atenção. Lula disse, não com essas palavras, que a velha mídia vê os fatos sempre pelas lentes empoeiradas dos mesmos intérpretes. E isso já experimentei na prática na Corte do Cosme Velho. Economia: fulano e sicrano, Contas Públicas: beltrano, e assim por diante. É esse distanciamento da realidade o maior inimigo deles, não nós.
Marco Aurélio Mello. Vinhedo, São Paulo, Brazil.Jornalista pela Metodista de SBC. Aluno convidado do curso de Comunicação de Massa e Sociedade Moderna da Universidade de La Crosse, Wisconsin, USA. Bolsista do 1º Curso de formação de Governantes da Fundação Escola de Governo. Desde 1987 já trabalhou em imprensa especializada, sindical, produtora de TV e TV aberta (editor do JN da Globo). Atualmente é editor especial do Jornal da Record.
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