quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Contraponto 4062 - Dói o fígado de “O Globo”

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25/11/2010

Dói o fígado de “O Globo”

De braços dados com a ditadura:
a família Marinho sempre escolheu um lado

Do Escrivinhador - publicada quinta-feira, 25/11/2010 às 13:49 e atualizada quinta-feira, 25/11/2010 às 13:49

Rodrigo Vianna


O jornal da família Marinho publicou chamada na capa sobre a entrevista de Lula aos blogueiros. E, numa página interna, estampou matéria de alto de página sobre a coletiva no Palácio do Planalto. O objetivo, evidentemente, era esculhambar os blogueiros e o presidente da República.

Achei muito engraçado: a turma de Ali Kamel está perdida. Passar recibo dessa forma a meia dúzia de blogueiros? Isso mostra o que? Que eles temem a blogosfera. Já não falam sozinhas. O fígado dos que dirigem as “Organizações Globo” dói por dois motivos:

- já não formam opinião como antes, e não decidem eleição (por mais que eu seja o primeiro a reconhecer que a velha mídia segue a concentrar algum poder; erra quem menospreza esse poder hoje cadente);

- já não falam sozinhos no Brasil.

Alguns amigos escreveram pra perguntar se não seria necessária uma “resposta” a “O Globo”. Outro bom amigo, o Beto Pandini, ligou logo cedo pra avisar: “você não pode deixar de ler O Globo, a cobertura deles sobre a entrevista com Lula é de rolar de rir”.

Concordo com o Beto. É engraçado”O Globo” chamar os blogueiros de “chapa-branca”.

He, he.

As “Organizações Globo” cresceram sob a ditadura, de braços dados com os militares. Depois, nomearam ACM para Ministro das Comunicações de Sarney. Na sequência, elegeram Collor. E ajudaram o país a vender suas estatais na era FHC. Essa é a história da Globo e de “O Globo”. Conheço bem, até porque lá trabalhei por 12 anos.

A história é autoexplicativa.

Globo, Folha, Abril e outros estão esperneando contra os blogueiros. É o ódio de quem já não pode ditar os rumos do país, sentado na varanda da Casa-Grande – esse tempo se foi. Ódio a Lula, ódio à mudança. Sentem ódio do país que, pouco a pouco, se torna mais democrático.

Alguns dos que estávamos sentados na sala do Palácio, a entrevistar Lula, no passado éramos vistos apenas como possíveis “empregados” da velha mídia. Hoje, podemos também ser concorrentes. Ainda que de forma modesta. Isso, eles não perdoam!

De minha parte, digo sempre: tenho lado e me orgulho disso. Sou de esquerda, e defendo as ações do governo Lula que considero favorecer a justiça social e o avanço do Brasil. Resguardo, no entanto, o direito de criticar tudo aquilo que achar necessário. E procuro não brigar com os fatos. Mas tenho lado.

“O Globo” também tem lado. Finge que não tem. E assim se torna ainda mais ridículo.

O lado em que está “O Globo” vive hoje na defensiva. Maior sinal disso é que tenha passado esse recibo gigantesco: o velho jornal carioca gastou papel, manchetes e mentiras para atacar meia dúzia de blogueiros “sujos”.

He, he. Como diz o Beto, é até engraçado. E como eu disse ontem no primeiro texto sobre a entrevista com Lula: algo se moveu no mundo das comunicações do Brasil. E “O Globo” – sem querer – ajudou a deixar isso mais claro!
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