30/11/2010
Não é sobre drogas. É sobre território e armas, estúpido
Do Conversa Afiada - Publicado em 29/11/2010
Uma conversa com o excelente policial delegado Beltrame neste sábado à tarde, na Secretaria de Segurança, no prédio da Central do Brasil, no Rio, deixa muito claro o que está por trás da vitoriosa estratégia dele.
Ele combate o tráfico de drogas, sim.
Mas, isso é secundário.
Sempre haverá consumo de drogas e sempre haverá uma forma ilícita de atender a esse consumo.
O problema do Rio, diz Beltrame, é que uma parte do território nacional – o complexo do Alemão – não podia ficar mais sob o controle do terror e da ditadura dos traficantes.
Não se pode imaginar que o Estado brasileiro entrasse ou controlasse a integridade de seu território – menos o complexo do Alemão.
Trata-se de uma questão de Segurança Nacional, que transcende os hábitos dos mauricinhos da classe média.
Esse pessoal que agride homossexual com lâmpada fosforescente.
Sempre haverá alguém para levar droga a esse tipo de consumidor.
O consumidor de crack é outra questão.
É uma questão de política social agressiva, como a que o Padim Pade Cerra jamais montou.
E, do centro de São Paulo, em direção à Av. Paulista, as ruas se tornaram um espetáculo degradante de miseráveis que se destroem com as pedras de crack e se deitam na primeira pilastra que encontram.
E os mauricinhos seguem em frente, protegidos pelo vidro fumê do automóvel.
A batalha contra o crack começa na UPP.
Clique aqui para ler no G1: “Alemão terá UPP até primeiro semestre de 2011, diz Cabral”.
Clique aqui para ler no UOL: “Exército ficará no Alemão até UPP chegar, diz Cabral”.
O Padim Pade Cerra jamais entendeu isso.
Como o Fernando Henrique jamais entendeu quando era presidente: lavou as mãos.
Ele dizia que o crime é problema dos Estados e não do Governo Federal.
Foi preciso o Lula botar o Jobim para trabalhar e entregar os anfíbios da Marinha e os blindados do Exercito no Alemão, para desmoralizar o “Estado Mínimo” do FHC e do Serra.
A prioridade do Beltrame e do Sérgio Cabral é o Estado.
A integridade do território nacional.
E, com isso, levar cidadania aos bairros pobres: escola, saúde, habitação, transporte.
Agência de banco.
Energia elétrica que não seja gato.
Esgoto sanitário.
É tomar conta do pedaço.
Clique aqui para ler “Beltrame passa com um anfíbio por cima do PiG de São Paulo”.
Clique aqui para ler “Beltrame para diretor geral da Polícia Federal – é uma forma de a PF voltar a ser Republicana”.
Clique aqui para ler “Beltrame para diretor geral da Polícia Federal – é uma forma de a PF voltar a ser Republicana”.
Três anos atrás esse ordinário blogueiro foi fazer uma reportagem no Alemão.
Viu que os caveirões não podiam subir por causa das barricadas de concreto, e porque os traficantes derramavam gasolina no asfalto: os caveirões derrapavam e não seguiam adiante.
E, há três anos, viu também as obras de alguns projetos do PAC.
O PAC estava empacado, como diz o PiG (*).
Neste último fim de semana encontrei lá, prontos e em uso.
Prédios de apartamentos do Minha Casa Minha Vida.
A escola “Jornalista Tim Lopes”.
E uma Unidade de Pronto Atendimento de Saúde.
O PAC devidamente desempacado, para desespero do PiG (*).
Também vi no alto do morro, uma laje azul: o teleférico, que se inaugura ainda no Governo Lula.
Que vai levar o morador do alto do morro à estação de metrô.
O trabalhador vai dormir duas horas a mais, por dia.
São cinco estações de teleférico dentro do Alemão.
Como já existe no Pavão-Pavãozinho.
Um horror !
Prioridade do Beltrame também é desarmar o tráfico.
Não deixar o tráfico subjugar os moradores.
Ameaçar a cidade.
Fechar os túneis.
Matar inocentes.
Arma, só nas mãos do Estado ou daqueles que a Lei considera aptos a portá-las.
Um problema é a Lei de Execuções Penais.
O crime vem de fora do Estado do Rio, me disse o Beltrame.
Sim, das mulheres e advogados que vão visitar criminosos nos presídios de segurança máxima e, sob a proteção da Lei de Execuções Penais, trazem mensagens para os morros.
Ordens para atacar a Polícia.
O Obama manda no Bronx.
No Bronx não tem traficante armado, pronto para enfrentar a polícia e Nova York.
Mas, tem muito mauricinho que cheira.
Como em todo lugar do mundo.
Só na elite branca de São Paulo é que ninguém cheira nem faz aborto.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista. .
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