08/12/2010
Cara nova
O Globo - Publicada em 07/12/2010 às 23h34m
Maria Elisa Alves
RIO - As favelas que serão beneficiadas pelo projeto Morar Carioca, que pretende urbanizar 215 comunidades, divididas em 40 grupos, até 2020, num investimento de R$ 8 bilhões, terão a "cara" dos escritórios de arquitetura escolhidos segunda-feira por um concurso promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ) e pela Secretaria municipal de Habitação. Os 40 vencedores, dos 86 inscritos, apresentaram ideias e conceitos de como deve ser a urbanização das comunidades. Em comum entre quase todos, estão a necessidade de integrar cada vez mais as favelas à cidade formal, reduzir o adensamento, garantir saneamento básico e áreas de convivência para os moradores. Outras ideias recorrentes foram o plantio de árvores, a construção de ciclovias nas comunidades planas e de teleféricos ou planos inclinados nas que ficam em encostas.
As equipes - que, além de arquitetos, contam com sociólogos, engenheiros e outros profissionais - ainda não sabem em quais locais vão atuar. A decisão deve ser tomada a partir da semana que vem, pela Secretaria de Habitação. A diversidade marcou a escolha dos escritórios escolhidos para elaborar os projetos de urbanização: há desde grupos de jovens até profissionais com a experiência de que atuou no Programa Favela Bairro.
Cinco arquitetos apresentaram trabalhos mais conceituais e foram os únicos escolhidos por unanimidade. Jacira Farias, por exemplo, propôs diminuir a extensão das quadras e abrir vias públicas de pedestres e veículos, inclusive algumas exclusivas, além de espaços de convivência. Gilson Santos apostou em largos, praças, áreas para esportes e na integração da malha viária local com o entorno. Fred Paione concebeu uma unidade de moradia a partir de um sistema modular de 2,65 por 2,65 metros, que possibilita diferentes configurações. Para Jonathas Magalhães, o interessante é tratar a favela e seu entorno, inclusive regularizando a questão fundiária. Para João Calafate, soluções simples, como tornar as escadas das favelas íngremes mais prazerosas, com a inserção de bancos, pequenas paradas com comércio local, são valiosas. Pablo Benetti, que trabalha com ele, enxerga um leque de possibilidades:
- As favelas têm que ter toda a diversidade da cidade, com cultura, esporte, lazer. A diversidade estava limitada por causa dos traficantes. Mas, agora, com a pacificação, está sendo aberta uma avenida para nosso trabalho.
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