quinta-feira, 7 de abril de 2011

Contraponto 5143 - Lula "Inspirando a Próxima Geração de Líderes Governamentais"


07/04/2011

Lula "Inspirando a Próxima Geração de Líderes Governamentais"
- quinta-feira, 7 de abril de 2011




O presidente Lula fez palestra sobre educação no Brasil e no mundo, no Fórum de Líderes do Setor Público da América Latina e Caribe – "Inspirando a Próxima Geração de Líderes Governamentais".

O evento foi em Washington, promovido pela empresa Microsoft.

Lula falou durante 40 minutos sobre a experiência do Brasil no setor de educação. Muito aplaudido, contou também um pouco de sua própria trajetória, desde quando foi o primeiro dos oito irmãos a conseguir diploma primário até chegar à Presidência. Logo após a palestra, o ex-presidente ainda debateu alguns temas com a plateia.

Ele falou dos programas educacionais e de inclusão digital em curso no Brasil:

"Quem for ao Rio hoje visitar uma escola pública vai perceber que os alunos estudam em uma sala com ar condicionado e cada um tem o seu computador. As crianças têm também laboratórios de informática. Ou seja, nós estamos trabalhando para formar cidadãos de primeira categoria e não cidadãos de segunda classe, como habitualmente fomos tratados nos últimos anos".

Ele afirmou que o Brasil vive um momento extraordinário e que “o Brasil estará entre as cinco maiores economias do mundo nos próximos 10 anos”, além de realizar com sucesso a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016:

- O investimento na educação precisa ser grande, é preciso aperfeiçoar a inclusão digital da nossa sociedade. Todos têm consciência disso: governadores e, sobretudo, a presidenta Dilma.

Lula citou como exemplo de inclusão digital a cidade de Piraí, no Rio de Janeiro, uma da primeiras contempladas com um notebook para cada aluno, e uma das primeiras cidades com projeto de internet gratis para toda a população:

- Fui ver aquelas crianças todas com computador. Eu não tinha a dimensão da revolução que faz um pequeno computador na mão de uma criança. Vou também no Complexo do Alemão ver uma escola por lá. Aliás, quero aproveitar e andar no teleférico – brincou.

Outros trechos do discurso:

"Eu e o José Alencar fomos os primeiros presidente e vice-presidente do Brasil sem diploma universitário, mas fomos os que mais criaram universidades no País...

...Criamos um programa que atendeu, entre 2005 e 2010, cerca de 850 mil jovens de famílias pobres que mereceram bolsas de estudo em universidades particulares...

...A presidente Dilma Rousseff assumiu o compromisso de ampliar o investimento em educação progressivamente até atingir 7% do PIB...

...Não queremos ficar exportando minério de ferro e soja a vida inteira", afirmou, salientando a importância da formação de mão de obra técnica e especializada em tecnologia de ponta.

Ao falar sobre a crise economia que assolou o mundo, Lula ironizou: "o Deus mercado se escondeu" e que os Estados se tornaram o principal suporte das economias para superar a situação.

“A Europa sabia resolver todos os problemas quando eles (os problemas) eram na América Latina. O Banco Mundial e o FMI tinham todas as soluções para a América Latina... Mas, quando as crises acontecem na Europa, não sabem, não têm explicação.... Demoraram três meses em correr para atender o problema da Grécia".

Ele defendeu o modelo democrático dos países latino-americanos: "a Bolívia não teria um Evo Morales se não tivesse democracia, e Fernando Lugo não seria presidente do Paraguai". Disse que os países da região dão um “exemplo extraordinário” para o Oriente Médio. Ele saiu também em defesa da Venezuela do presidente Hugo Chávez, uma das principais vozes opositoras aos EUA dentro da América Latina. “A Venezuela tem tudo para se um país extraordinário”.

Afirmou ainda que a presidenta Dilma está dando continuidade aos seus projetos. Ele disse estimar que o país crescerá a um ritmo de 5% anual nos próximos anos para poder consolidar as conquistas educativas e econômicas.

Troca de comando na Vale

Fora da palestra, perguntado por jornalistas, Lula comentou:

“Todo mundo sabe que eu tinha uma divergência pública com o Roger, que era de fazer investimentos no Brasil...

...Quando ele comprou navios na China, eu fiquei muito chateado. A teoria dele de que não poderia construir siderúrgica para não competir com os clientes era equivocada, porque a gente vendia minério de ferro com a China e depois a gente importava aço da China. Então era melhor que a gente produzisse o aço e exportasse para a China...

... Eu vejo com uma certa naturalidade [a troca de Roger Agnelli]. Porque eu já disse que ninguém é imprescindível nem insubstituível. Aliás eu tive a oportunidade de dizer ao amigo Roger isso há uns 10 dias atrás.”

Mas foi diplomático e generoso ao brincar: “Hoje, o Roger é tão bom que eu acho que vou levá-lo para o instituto para trabalhar comigo”.

100 dias do governo Dilma

"Em cem dias a gente está aprendendo os corredores, as cadeiras, abrir gaveta. Ninguém pode assumir compromisso de que, em cem dias, vai fazer tal coisa. Eu lembro que nós assumimos isso quando a Erundina foi eleita prefeita de São Paulo e em cem dias foi um desastre. A Dilma tem o compromisso com o povo brasileiro de um mandato de quatro anos, com direito a mais quatro de reeleição. Ela será julgada em 2014 pelo que fez. Acho que ela vai ser um governo de sucesso extraordinário."

Conflito na Líbia

Questionado se teria poderia atuar como mediador no conflito da Líbia, respondeu:

- É muito difícil eu falar porque ninguém me chamou. Se a minha presidenta ou alguém achasse necessário e falasse que o Lula pode contribuir, eu contribuiria tranquilamente.

Jornalistas do PIG só pensam naquilo ...

Questionado a respeito do relatório final da Polícia Federal sobre o chamado "mensalão", Lula disse:

“Tem uma peça que dizem que foi o relatório produzido pela PF, não se sabe se o ministro Joaquim (Barbosa, do Supremo Tribunal Federal) vai receber ou não, se aquilo vai entrar nos autos do processo. Se entrar, todos os advogados de defesa vão pedir prazo para julgar. Então, vai ser julgado em 2050. Então, não sei se vai acontecer. Não tive chance de dar uma olhada no relatório, nem vou olhar. Não sou advogado.”

Sobre passaportes diplomáticos para seus filhos, Lula resumiu:

- Isso é com o Itamaraty.

(Com informações das Agências e da BBC)

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