20/04/2011
O alumínio da Albras agora é norueguês: a despedida do Sr. Agnelli
“A Vale não vai alterar sua rota. O presidente mudou, mas os acionistas controladores são os mesmos.”
A frase aí de cima está no Estadão de hoje e é do sr. Renato Cruz, representante do Bradesco na Valepar, controladora da Vale. Foi dita, segundo os jornais, para “tranquilizar investidores preocupados com uma possível ingerência política na companhia”.
O sr. Renato está certo. Os controladores são os mesmos. E o Estado, via fundos de pensão das estatais e BNDES é o maior deles.
E vai fazer a Vale dar lucro econômico, mas também social. Porque o Estado não é só para botar o capital, não.
Vai investir, como já se anuncia no mercado, em projetos de geração de energia, como Belo Monte, que são muito bons para ela – o processamento de alumínio, por exemplo, é grande consumidor de eletricidade e fica lá no Norte do país.
Aliás, uma das últimas “obras” de Agnelli foi vender boa parte da fabricante de alumínio Albras, da produtora de alumina Alunorte e da Companhia de Alumina do Pará (CAP), refinaria ainda em desenvolvimento para os noruegueses da Norsk Hydro, em troca de uma sociedade de 22% na multi.
A Vale vai mudar e pensar no médio prazo, porque nenhuma companhia moderna vive se sua estratégia foi cavar tudo rapidamente, vender e embolsar os lucros.
Este negócio de “missão, visão e valores” não são frases bonitinhas para escrever nos balanços sociais em papel couché, não. São práticas de sustentabilidade empresarial e responsabilidade social que uma empresa – sobretudo as que têm como acionistas controladores os gestores públicos – das quais não se pode fugir pelo lucro rápido e predatório.
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