Eram pouco mais de 10h em Londres quando o presidente Lula iniciou um tour pelo centro de eventos The O2, um dos principais complexos de shows e atividades esportivas da cidade, localizado na região leste. Antes, ele dera uma palestra para investidores e acionistas do Grupo Telefonica num auditório do local.
Ao ser informado sobre a presença de uma churrascaria brasileira na arena, o petista decidiu visitá-la, acompanhado de sua comitiva, que incluía o embaixador brasileiro no Reino Unido, Roberto Jaguaribe, e o ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Luiz Fernando Furlan.
A chegada repentina do grupo com cerca de 20 pessoas assustou os cinco funcionários brasileiros que preparavam o restaurante para o almoço. "Pensei que era batida da imigração. Aqui todos estão trabalhando legalmente, mas a gente se assustou", disse a brasileira Adriana Caseiro, que nasceu em Divinópolis de Goiás e está na Inglaterra há três anos.
Lula conversou por cerca de 15 minutos com os empregados da churrascaria e brincou ao saber que a cozinheira do restaurante é de Minas Gerais. "Quem sabe fazer churrasco é gaúcho, não mineiro", disse. Os brasileiros perguntaram sobre o atual governo de Dilma Rousseff e ouviram do ex-presidente que "ela está indo muito bem" e que encontrariam "um país ótimo quando voltarem para casa".
O imigrante Valdir Fernandes, de Trindade, também em Goiás, não escondeu a emoção, e chegou a chorar após ser fotografado ao lado de Lula. "Tentei ligar para a minha esposa para ela ouvir a voz dele, mas ela não estava em casa", afirmou com ar de decepção. "Já choramos muito juntos as derrotas do Lula. Por isso, sei que ela gostaria de estar aqui. Sou de família muito humilde e nunca estive assim tão perto de uma pessoa famosa", completou.
Economia
Na sequência, Lula conversou rapidamente com a imprensa e falou sobre a situação da economia brasileira, um dos temas abordados em sua palestra nesta manhã. Sobre a escalada do real, o petista afirmou que o controle do câmbio depende menos das medidas de governo e culpou mais uma vez os americanos pela desvalorização do dólar.
"Com a redução do dólar, os Estados Unidos querem resolver seu problema fiscal interno. E isso não pode continuar assim. Eu sou favorável, e talvez esse tenha sido um motivo de discussão da presidenta no encontro dos Brics, de que a gente não pode ficar dependendo do dólar. Podemos criar uma cesta de moedas com os países que a gente negocia", disse.
Lula comentou ainda seu plano de ajudar no desenvolvimento das nações africanas, debatido ontem em Londres com a presidente da ONG britânica Oxfam, Barbara Stocking. O ex-presidente disse que pretende levar as experiências de sucesso no Brasil para os países do continente, começando pelas regiões de língua portuguesa. (Do portal Terra) Enviar por email
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