No colo dos pais, as meninas estavam assustadas com
a movimentação ontem no aeroporto (RAFAEL CAVALCANTE)
Maria Clara e Maria Clarice nasceram em fevereiro do ano passado unidas pelo abdômen. A cirurgia de separação foi realizada em São Paulo. Feliz, a família volta hoje para casa
a movimentação ontem no aeroporto (RAFAEL CAVALCANTE)
Fonte: O POVO Online/OPOVO/Fortaleza
Maria Clara e Maria Clarice nasceram em fevereiro do ano passado unidas pelo abdômen. A cirurgia de separação foi realizada em São Paulo. Feliz, a família volta hoje para casa
Aeroporto é sempre um lugar de emoções. Despedidas, reencontros, idas e vindas se misturam nas áreas de embarque e desembarque. Na tarde de ontem, o cinza do saguão do Pinto Martins, por onde, diariamente, chegam centenas de pessoas ao Ceará, ficou colorido por balões e pela ansiedade dos que esperavam as gêmeas Maria Clara e Maria Clarice.
As meninas de Santa Quitéria, Região Norte do Estado, chegaram renascidas. As lágrimas nos olhos da mãe, a dona de casa Regina Fernandes, 40, denunciaram que o momento vai ficar na memória de toda a família - mesmo que as meninas não tenham entendido muito bem os flashes e os microfones das emissoras de TV.
Maria Clara e Maria Clarice nasceram em fevereiro do ano passado unidas pelo abdômen. Depois de muita luta da família, as gêmeas siamesas foram separadas no mês passado. Como não foi possível realizar a cirurgia no Ceará, mãe, pai e as filhas caçulas viajaram para São Paulo.
A operação foi realizada no Hospital das Clínicas e, segundo seu Jorge e dona Regina, a incerteza fez desse o pior momento dos últimos meses. “Ruim foi entregar as duas antes da cirurgia. Deu aquela insegurança, mas com fé em Deus e a ajuda dos amigos, a cirurgia foi ótima”, comemorava o agricultor de 56 anos, que chegou segurando Clarice. “Esperei muito por esse momento. Elas estão muito bem. É muito bom voltar pra casa”, sorria a mãe, carregando Clara, distraída com os balões.
E a festa da família entrou a noite. Na casa da madrinha Fernanda, moradores de Santa Quitéria se reuniram para uma bênção que celebrou a nova vida das gêmeas. Hoje, uma carreata vai recepcioná-las em Santa Quitéria.
Doações
A família vive com o que seu Jorge ganha como agricultor e conta sempre com doações. Os carrinhos de bagagem que chegaram cheios mostram que a ajuda tem sido grande. “Tem roupa, calçado, brinquedo”, cita a mãe. Segundo a madrinha, doações são sempre bem-vindas. Para ajudar, os telefones são: (85) 9938 3005 e 3257 6317.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
As gêmeas siamesas foram separadas em uma cirurgia que durou quatro horas e foi realizada no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Clara e Clarice passam bem e voltam hoje para Santa Quitéria, na Região Norte, onde nasceram.
ENTENDA O CASO
Maria Clara e Maria Clarice nasceram no dia 3 de fevereiro do ano passado, no Hospital Municipal de Santa Quitéria, Região Norte do Estado. As meninas nasceram unidas pelo abdômen.
Dias depois, as gêmeas foram transferidas para o Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza. A unidade, porém, não oferecia suporte para a cirurgia de separação.
Como a família não tinha condições de operar as meninas em um hospital particular e nenhuma unidade pública do Estado oferecia a cirurgia, foi preciso ingressar na Justiça.
Segundo a decisão judicial, o Governo do Estado ficou responsável por pagar todas as despesas para que o procedimento acontecesse em São Paulo. Passagens aéreas, hospedagem e alimentação de Clara, Clarice e dos pais foram garantidos.
No dia 22 de fevereiro, a família viajou para São Paulo. A cirurgia aconteceu no dia 3 de março, no Hospital das Clínicas.
Mariana Lazari
marianalazari@opovo.com.br
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