06/04/2012
Charles Carmo: Por que Ministério da Justiça,OAB e ABI silenciam?
Do Viomundo - 06 de abril de 2012 às 14:36
por Charles Carmo, de Cruz das Almas (BA) para o Viomundo
O editorial da Carta Capital esta semana tem a marca da coragem, num edição antológica.
O jornalista Mino Carta, no alto de sua competência, faz a ferida sentir a pressão do dedo e a todos nós propõe o debate sobre a pornográfica relação da mídia brasileira, tão bem representada pela Veja, com Carlinhos Cachoeira a tiracolo.
Estamos a presenciar uma relação que transpõe o jornalismo e se aproxima do crime de forma imprópria numa democracia, ao arrepio da lei e da ética, como o escândalo sugere e, por isso mesmo, precisa ser investigado.
Mino Carta também não deixa de explicar aos incautos, e mais ainda aos demagógicos, a diferença entre independência e imparcialidade. E entre fato e opinião.
O Ministério da Justiça, bem como instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), estão a assistir, em ensurdecedor silêncio, uma abjeta ofensa às liberdades civis e democráticas, perpetrada por uma associação criminosa capaz de fazer grampos e “arapongagens” enquanto, ao mesmo tempo, lança-os nas capas de veículos de imprensa, ao sabor dos interesses dos associados ao esquema. Este silêncio agasalha com o manto do consentimento a participação de parte da imprensa brasileira em esquemas criminosos. Sobrou o vazio institucional. A partir daí, pode tudo. E tudo pode.
Quanto liberalismo, diria Rupert Murdoch. Com tais juros, melhore seria aplicar no Brasil.
É compreensível que alguns veículos assoviem diante de todas as evidências. Todo cuidado é pouco, afinal, ninguém é obrigado a formular provas contra si mesmo.
Agora, o que dizer do Ministério da Justiça, da OAB e ABI?
O que dizer da vergonha? Até aqui, somente que Mino Carta e muitos outros, não deram a mão a ela.
Há, portanto, homens e mulheres no Brasil. O Ministério Público, fiel depositário de nossas esperanças, tem, por sua vez, conhecimento do caso Veja & Cachoeira.
Que não se cale.
Ou não teremos instituições, tampouco saberemos a diferença entre crime e jornalismo.
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