quarta-feira, 11 de junho de 2014

Contraponto 14.011 - "Aécio e Armínio — a dupla A.A. — são divorciados dos interesses do povo brasileiro"



Brasil 247
A volta dos tucanos ao poder, na pessoa de Aécio Neves, coloca em risco o projeto trabalhista do PT, que há 12 anos luta para distribuir renda e riqueza, por intermédio dos programas sociais e da melhoria efetiva da infraestrutura

DAVIS SENA FILHO

Davis Sena FilhoAs notícias provenientes da lavra de ações e pronunciamentos do candidato do PSDB a presidente da República, senador Aécio Neves (MG), causam dois sentimentos às pessoas que têm a compreensão e o discernimento do que significa a volta dos tucanos à Presidência: repulsa ao tempo que uma vontade incontrolável de rir quando, não, gargalhar. Até mesmo os coxinhas reacionários de classe média e os “bem-nascidos” das consideradas classes “dominantes” sabem que o Aécio Neves não tem programa de governo e muito menos projeto de País.

Aliás, nunca o terá, porque os tucanos não têm propostas para os brasileiros, a não ser tentar voltar a um passado sem eira nem beira, alicerçado em um neoliberalismo que fracassou de forma retumbante, como todos sabem nos quatro cantos do mundo. E não é necessário explicar os motivos, não é? Afinal, a Europa e os Estados Unidos até hoje comem o pão que o diabo amassou por causa das irresponsabilidades dos governos, da indústria imobiliária e dos banqueiros, que ficaram livres para cometer crimes, sandices e desatinos. Isto tudo com a cumplicidade de governantes que hoje deveriam estar presos, porque alguns ainda estão soltos e a deitar falação como se tivessem liderança política e moral junto às sociedades.

Aécio Neves é um aventureiro, mesmo a ser neto de Tancredo Neves, político legalista e importante na história recente do País. Contudo, Aécio, seu herdeiro, escolheu caminhos antagônicos aos de seu avô, porque, hoje, representa o atraso e o retrocesso na política brasileira. O tucano mineiro de alma carioca se transformou no principal representante e candidato das oligarquias brasileiras, que apostam suas fichas em um político que não conseguiu aprovar um único projeto relevante no Senado, que votou, sistematicamente, contra os interesses dos trabalhadores, além de ter privatizado as estatais mineiras e endividado o estado de tal forma que seu sucessor vai ter enorme trabalho para equilibrar as contas do estado mineiro.

Aécio Neves já deixou claro que está disposto — palavras dele — a efetivar medidas impopulares.

Evidentemente, o tucano pretende seguir as receitas neoliberais implantadas a fórceps no Brasil pelo FMI e Bird, instituições de exploração e pirataria até hoje sob o controle do FED norte-americano.

Medidas que já provaram serem nocivas à humanidade e fomentadoras de desemprego em massa, como atualmente ocorre com os europeus, japoneses e norte-americanos, além de terem levado, no decorrer de décadas, as economias latino-americanas, africanas e asiáticas à bancarrota, a tal ponto de os políticos neoliberais perderem eleições em série, pois o modelo de exploração e roubalheira estava exaurido, e, consequentemente, políticos do campo da esquerda passaram a vencer eleições presidenciais, principalmente na América Latina.

Nada é à toa. Nada se move sem motivo. Aécio Neves e sua trupe sabem disso. Compreendem as razões para as seguidas derrotas dos tucanos e de seus congêneres nas Américas do Sul e Central. A imprensa-empresa que lhe dá sustentação e interfere indevidamente no processo político brasileiro compreende os motivos dos reveses da direita, mas afiança o que não deu certo e o que causou dor às sociedades e às nações.

Trata-se da doutrina econômica neoliberal imposta ao planeta, a partir do Consenso de Washington, de 1989, mas que desde a primeira metade da década de 1970 estava a ser implantada, a ter o Chile como cobaia, país andino que hoje enfrenta sérias questões sociais, pois o estado foi praticamente desmantelado e afastado de setores estratégicos, como a saúde e a educação, o que fez com que os pobres e os remediados passassem a ter sérias dificuldades para sobreviver quanto mais conseguir ascender socialmente.

A volta dos tucanos ao poder, na pessoa de Aécio Neves, coloca em risco o projeto trabalhista do PT, que há 12 anos luta para distribuir renda e riqueza, por intermédio dos programas sociais e da melhoria efetiva da infraestrutura, o que fez do Brasil se transformar em um gigantesco canteiro de obras, o que o levou a ser campeão mundial de criação de empregos, bem como se transformar na sétima economia do mundo, além de ser tornar um País independente e autônomo, pois sua política externa não é mais alinhada aos EUA e a países europeus ocidentais de passado colonizador e imperialista, a exemplo de França, Inglaterra, Alemanha e Itália.

Nos governos trabalhistas de Lula e Dilma o Brasil fortaleceu as relações Sul-Sul, no concerne ao hemisfério e, por sua vez, abriu novas fronteiras econômicas, financeiras, culturais e geográficas com os africanos, os árabes, os asiáticos e, principalmente, com os sul-americanos. O Brasil durante séculos virou as costas para seus vizinhos de continente, a não compreender os anseios e os desejos de Simon Bolívar quanto a se ter uma América do Sul unificada para defender seus interesses e independência.

Os trabalhistas tiraram definitivamente o Brasil de seu provincianismo anacrônico, que os burgueses e os pequenos burgueses (classe média) confundiam e ainda confundem com cosmopolitismo, pois consideram que o ato de admirar e de viajar às “suas” cortes, que colonizam suas mentes, valores e princípios desde os tempos de seus ancestrais, é o suficiente para se sentirem integrados a um mundo desenvolvido do qual, efetivamente, na pertencem e jamais pertencerão, porque sempre vão ser tratados como estrangeiros em quaisquer países que vierem a visitar ou morar.

Você tem de lutar para desenvolver seu País e brigar por este sonho se preciso for. Por isto e por causa disto ficam a viver de migalhas do que essa gente considera “corte”, e, quando temerosos ou aturdidos com a esquerda no poder, clamam por intervenção aos moldes colonizadores, pois, ignorantes e entreguistas, não se importam com o próprio país onde nasceram e vivem, como demonstraram, de forma oportunista, nas manifestações de junho de 2013. Coxinha é coxinha! Ponto!

Pode se formar em quinhentos cursos universitários, mas a cabeça é colonizada, subserviente, subalterna e os preconceitos, de todos os tipos, estão enraizados em sua alma e verve. São esses fatores que o transforma em um pensador medíocre e em um ser humano passível de ser questionado. Sem contar com a burrice, o que é uma redundância.

Aécio Neves é o protótipo do coxinha que se fez playboy. Não tenho nada contra o candidato dos tucanos. Tudo o que eu escrevo não é pessoal, mas, por seu turno, político e ideológico. Quando Aécio Neves e seus coordenador sobre assuntos econômicos, Armínio Fraga, falam ao público pela imprensa de negócios privados ou em encontros com empresários e banqueiros no Brasil e no exterior nunca se ouve as palavras povo, desenvolvimento social, cuidado com as pessoas, mais cidadania, empregos, distribuição de renda e riqueza, conquistas e avanços para os trabalhadores brasileiros. Nunca! Esses burgueses não conseguem pronunciar a palavra “Nação”.

Eles são completamente divorciados das questões brasileiras, dos sofrimentos e dos sonhos do povo brasileiro. Não falam porque não querem. Que isto seja frisado. Não falam porque não sentem, desconhecem a vida do povo, porque não vivem desde que nasceram entre ele. A ausência de sentimento de brasilidade, de nação, os transformam em pessoas frias e distantes, acostumadas a freqüentar um nível social tão alto e longe das ruas e dos lares populares que praticamente os desobriga a pensar em coletividade e na defesa dos interesses e dos direitos mais justos do povo brasileiro.

Aécio e Armínio — a dupla A.A. — não são maus. São apenas animais políticos de seu meio. Freqüentadores do espaço da escala social dos mais fortes, dos que podem mais, dos mais ricos e dos compromissados com o establishment e o status quo, em âmbitos nacionais e internacionais.

Contudo, iguais aos coxinhas, pois não são cosmopolitas, porque pensam pequeno e sendo assim querem um País VIP, ou seja, que atenda aos interesses de poucos e para poucos se locupletarem e se divertirem. Afinal, eles são do campo da direita. E o que a direita sabe fazer, em todos os tempos e eras, é exatamente o que até agora foi dito neste espaço democrático — a minha coluna no Brasil 247.

A verdade é a seguinte: O PSDB, o DEM, o PPS e a direita em geral não quer distribuir renda e riqueza e muito menos permitir a ascensão social dos pobres, que são maioria. A direita, cujo principal articulador político é hoje o senador Aécio Neves, defende a absoluta liberdade de mercado e a não intervenção do estado na economia. Ou seja: querem muito para poucos; e pouco para muitos. É o que eu chamo de economia da Casa Grande, que se resume ao seguinte: eu tenho tudo, e você nada. Eu trabalho pouco e você muito. Eu sou o dono dos meios de produção e você é meu escravo. Só falta dizer "favorito".

Mas, mesmo assim o inquilino da Casa Grande acha pouco, porque para ele é inaceitável ficar sem controlar parte do estado, que está nas mãos dos trabalhistas e dos socialistas do PT há 12 anos. A burguesia quer o retorno da Era FHC mesmo tendo ganhado muito mais dinheiro na Era Lula, governo que fez uma revolução silenciosa, não violenta e colocou o Brasil no mapa mundi. A volta dos neoliberais do PSDB é retrocesso econômico e atraso social. É isto aí e nada mais.

.

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista