quinta-feira, 12 de junho de 2014

Contraponto 14.016 - "Conta de chegar… chegar ao 2° turno, claro"


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12/07/2014

 

Conta de chegar… chegar ao 2° turno, claro

 
Tijolaço - 12 de junho de 2014 | 09:39
inflado1

 Fernando Brito 

Aécio Neves subir a 21, 22 pontos nas pesquisas não é nada de extraordinário.
Nem mesmo a 30 pontos seria.

Ele é, afinal, o candidato da direita e a direita tem isso ou pouco mais de votos neste país.

Que Dilma também já esteve em situação mais confortável, igualmente, não é nada que possa ser passado despercebido, porque temos influindo sobre seu prestígio a selvagem campanha de mídia que se desfechou, um processo inflacionário que – embora ultrapassado – se desenvolveu desde o final do ano passado e, claro, o seu desgaste na classe média ,sobretudo no sudeste.

São fatores reais, que precisam –  e podem, e vão  - ser parcialmente  amenizados justamente porque perderam, com a dissolução dos dois fatores que, essencialmente, os alimentaram, agora que a Copa substitui os boatos sobre a Copa e o processo de elevação de preços – com um custo imenso para o nosso crescimento econômico – foi dominado.

Mas é uma “terceira via” sendo vergonhosamente alimentada em algumas pesquisas que não encontra mais nenhuma base real: os números de Eduardo Campos.

Os 13% que lhe atribuíram na estranhíssima pesquisa Ibope patrocinada pela desconhecida União dos Vereadores de São Paulo – tucana até o miolo – tem toda a pinta de ser a “contrapartida” da adesão do pernambucano a Geraldo Alckmin e uma tentativa de maquiar o que está evidente: a candidatura Campos  ”desmilinguiu-se”.

Por delicadeza, Janio de Freitas chama de “espanto” a “subida” de Eduardo Campos para 13% nesta pesquisa, quando o Datafolha lhe dá 7% (e, acrescento eu, o Vox Populi, 6%).

Não há espanto, claro, sobretudo aos que conhecem os mecanismos das pesquisas.

Este modesto blog, que não tem bola de cristal mas cultiva o insólito hábito de observar a realidade,  já o dizia há quase um mês.

Há, sim, um desavergonhado processo de “inflar” Campos e viabilizar a continuidade de sua pretensão.

E, com isso, tirar alguns pontos que a candidatura Dilma, com a força de Lula, possa conquistar em Pernambuco, essencialmente, e mais algumas “migalhas” nos demais estados nordestinos.

Para o caro leitor comparar o que acontecem e o que dizem as pesquisas, uma lembrança: em 1989, Lula teve 15% dos votos no primeiro turno e Brizola, mesmo com o fenomenal apoio que tinha em dois grandes estados – Rio e Rio Grande do Sul – 14,5%.

Eduardo Campos com 13%?

Se manipulação eleitoral não fosse algo abjeto, seria o caso de rir.

A batalha eleitoral, para a oposição, e isso é claramente lido no enfoque que se dá a um incerto segundo turno, é legar a eleição para uma nova disputa, que dê a Aécio uma “estatura político-eleitoral” que, ao contrário do que acontecia com José Serra, ele não tem.

Eduardo Campos já foi uma estratégia para enfraquecer o Governo.

Agora, porém, passou a existir apenas nas páginas de jornal e nos resultados de pesquisas.

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