Aécio Neves subir a 21, 22 pontos nas pesquisas não é nada de extraordinário.
Nem mesmo a 30 pontos seria.
Ele é, afinal, o candidato da direita e a direita tem isso ou pouco mais de votos neste país.
Que Dilma também já esteve em situação mais confortável, igualmente, não é nada que possa ser passado despercebido, porque temos influindo sobre seu prestígio a selvagem campanha de mídia que se desfechou, um processo inflacionário que – embora ultrapassado – se desenvolveu desde o final do ano passado e, claro, o seu desgaste na classe média ,sobretudo no sudeste.
São fatores reais, que precisam – e podem, e vão - ser parcialmente amenizados justamente porque perderam, com a dissolução dos dois fatores que, essencialmente, os alimentaram, agora que a Copa substitui os boatos sobre a Copa e o processo de elevação de preços – com um custo imenso para o nosso crescimento econômico – foi dominado.
Mas é uma “terceira via” sendo vergonhosamente alimentada em algumas pesquisas que não encontra mais nenhuma base real: os números de Eduardo Campos.
Os 13% que lhe atribuíram na estranhíssima pesquisa Ibope patrocinada pela desconhecida União dos Vereadores de São Paulo – tucana até o miolo – tem toda a pinta de ser a “contrapartida” da adesão do pernambucano a Geraldo Alckmin e uma tentativa de maquiar o que está evidente: a candidatura Campos ”desmilinguiu-se”.
Por delicadeza, Janio de Freitas chama de “espanto” a “subida” de Eduardo Campos para 13% nesta pesquisa, quando o Datafolha lhe dá 7% (e, acrescento eu, o Vox Populi, 6%).
Não há espanto, claro, sobretudo aos que conhecem os mecanismos das pesquisas.
Este modesto blog, que não tem bola de cristal mas cultiva o insólito hábito de observar a realidade, já o dizia há quase um mês.
Há, sim, um desavergonhado processo de “inflar” Campos e viabilizar a continuidade de sua pretensão.
E, com isso, tirar alguns pontos que a candidatura Dilma, com a força de Lula, possa conquistar em Pernambuco, essencialmente, e mais algumas “migalhas” nos demais estados nordestinos.
Para o caro leitor comparar o que acontecem e o que dizem as pesquisas, uma lembrança: em 1989, Lula teve 15% dos votos no primeiro turno e Brizola, mesmo com o fenomenal apoio que tinha em dois grandes estados – Rio e Rio Grande do Sul – 14,5%.
Eduardo Campos com 13%?
Se manipulação eleitoral não fosse algo abjeto, seria o caso de rir.
A batalha eleitoral, para a oposição, e isso é claramente lido no enfoque que se dá a um incerto segundo turno, é legar a eleição para uma nova disputa, que dê a Aécio uma “estatura político-eleitoral” que, ao contrário do que acontecia com José Serra, ele não tem.
Eduardo Campos já foi uma estratégia para enfraquecer o Governo.
Agora, porém, passou a existir apenas nas páginas de jornal e nos resultados de pesquisas.
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