Jornal GGN - sab, 14/06/2014 - 15:54
- Atualizado em 14/06/2014 - 17:32
Por Sergio Saraiva
Até agora a Copa do Mundo no Brasil é um sucesso. Mas não seria por isso que o complexo de vira-latas disseminado por nossa imprensa deixaria de estar presente. Um breve passeio por textos da Folha de São Paulo.
A abertura da Copa foi pobre, não tinha carro alegórico nem gente pelada.
“Sobre um pano bege tão mal costurado quanto as coreografias, bailarinos zanzavam descoordenados e fora de ritmo, mais em clima de ensaio que de produto final.
Dos berimbaus e reco-recos gigantes espalhados pelo campo às fantasias que não passariam pelo crivo de qualquer escola de samba, tudo teve ares de 25 de Março, a famosa rua de comércio popular do centro paulistano.
Numa apresentação insossa, que privilegiou indícios da cultura nacional em vez da própria cultura, prevaleceu a sensação de obra inacabada, como o tal legado da Copa.
Esse Brasil padrão Fifa teve até índios no gramado vestindo roupas cor de pele, em vez de ter o corpo à mostra”.
Silas Marti - Na FolhaOnline - 12/06/2014. Se no gramado iria ocorrer um jogo de futebol logo em seguida, isso é um detalhe.
O exoesqueleto pode ser uma fraude, gastou muito dinheiro público e não serve para nada.
“O exoesqueleto, supostamente comandado por sinais do cérebro, oferece promessas futuras de mais conforto, mais mobilidade e mais independência para pessoas com deficiência física.
Dito isso, o cutuque na bola --visto por alguns superatentos--, que consumiu R$ 33 milhões de dinheiro público, traz consigo elementos controversos para um arrazoado respeito e aceitação.
A realidade é brutalmente mais complexa. Ficar em pé e dar uns passinhos, a Rede Sarah de Reabilitação já consegue com êxito há décadas, e de forma mais clara do que o que foi exibido”.
Jairo Marques - Na Folha – 14/06/2014. Faltou lembrar que, dois mil anos antes, sem gastar nem um tostão, tanto Jesus quanto Pedro já curavam paralíticos com apenas um “Levanta-te e anda”.
Os estádios não ficaram prontos, assim como os aeroportos e as obras de mobilidade urbana.
“Finalize-se com o que já se sabe: dentre as obras prometidas e iniciadas com vistas à Copa do Mundo, parte significativa chega a 2014 incompleta, quando não abandonada. Dissipado o triunfalismo, resta torcer por um bom desfecho, dentro e fora dos campos de futebol”.
Sem triunfalismo – Editorial da Folha de 14/06/14, onde, por incrível que pareça, o jornal reconhece que havia preconceito em relação a um fracasso da Copa, que há empolgação popular com o evento e que parte da torcida, a área VIP, foi grosseira quando ofendeu a Presidente.
Lula é culpado, ou Mãe Dinah deveria ter sido Ministra dos Esportes.
Apenas para não perder a viajem, é assaz interessante o comentário de Juca Kfouri na Folha de 14/06/2014, onde também denuncia a intolerância e falta de civilidade de nossa plutocracia.
“Ao trazer a Copa para o Brasil em 2007, num momento em que o país bombava e tudo dava certo, o ex-presidente Lula não calculou que, sete anos depois, as coisas poderiam estar diferentes”.
Realmente, Lula não é visionário a esse tanto. Também não é Malba Tahan. Fosse e poderia calcular o valor dos nos novos estádios em ouro. Usando para isso a balança do Kfouri, aquela onde, se não puder pender para o lado certo, então, o ponteiro fica no meio.
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