21/08/2014
Marina causa 1º racha em núcleo do PSB: “grosseira”
Militante histórico e secretário-geral do PSB,
Carlos Siqueira deixa, furioso, a coordenação nacional da campanha da
legenda; "Pela maneira grosseira como ela me tratou", disse,
justificando a atitude; segundo Siqueira, a substituta de Eduardo Campos
foi "muito deselegante" com ele na reunião de ontem; "Se ela comete uma
deselegância no dia em que está sendo anunciada candidata, imagine no
resto. Com ela não quero conversa", rebateu; "Não estou e não estarei em
hipótese alguma na campanha desta senhora", acrescentou; deputado
Walter Feldman, homem de confiança da ex-senadora, assume a coordenação;
Marina Silva vai impondo estilo sobre o presidente da sigla, Roberto
Amaral
247 – A ex-senadora Marina Silva acaba de provocar o primeiro grande racha no PSB depois de entrar no lugar de Eduardo Campos como candidata a presidente da República. Carlos Siqueira, secretário-geral e militante histórico da legenda, deixou a coordenação nacional da campanha que agora é de Marina. "Pela maneira grosseira como ela me tratou", disse ele ao jornal Folha de S. Paulo, justificando a atitude.
Siqueira contou que a nova candidata, que era vice de Campos, o tratou de maneira "muito deselegante" na reunião ocorrida entre lideranças do partido nesta quarta-feira 20. Marina teria dito a Siqueira que ele não precisaria mais se preocupar com a coordenação do projeto político. Na avaliação dele, se ela "comete uma deselegância no dia em que está sendo anunciada candidata, imagine no resto". "Com ela não quero conversa", ressaltou. E prosseguiu:
- Eu havia anunciado que minha função estava encerrada com a morte do meu amigo. Na reunião ela foi muito deselegante comigo. Eu disse que não aceitaria aquilo e afirmei: 'a senhora está cortada das minhas relações pessoais' ", disse Siqueira. "Não houve engano nenhum. Não estou e não estarei em hipótese alguma na campanha desta senhora."
A saída do coordenador da campanha é um sinal de como será espinhosa a relação entre a ex-senadora e militantes pessebistas e mostra o quão era limitada a Eduardo Campos, ex-presidente do partido e morto num trágico acidente aéreo na semana passada, a aliança com a líder da Rede. "Perdemos a eleição hoje", disse ontem um auxiliar do PSB, logo após Marina ser oficializada candidata, segundo relato do jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília (leia aqui).
O PSL, que fazia parte da coligação da campanha de Campos, também já anunciou sua saída depois da oficialização do nome de Marina. O partido, presidido por Luciano Bivar, anunciou que está liberando seus diretórios para apoiarem os candidatos que julgarem melhor. Em Pernambuco, o deputado federal Mendonça Filho, líder do DEM na Câmara, também mandou o recado de que não estará mais no palanque da ex-senadora.
Abaixo, reportagem da Reuters:
Marina deve escolher novo coordenador de campanha, diz socialista que trabalhava para Campos
BRASÍLIA (Reuters) - O socialista Carlos Siqueira, que coordenava a campanha de Eduardo Campos, afirmou nesta quinta-feira que a ex-senadora Marina Silva, que encabeça a candidatura do PSB à Presidência, deve escolher outra pessoa para coordenar a corrida pela disputa presidencial.
Marina, oficializada candidata pelo partido na quarta-feira após a trágica morte de Campos na semana passada, assumiu a liderança da chapa em meio a intensas negociações e teria se desentendido com Siqueira.
Ao chegar à sede do PSB nesta quinta-feira, Siqueira disse a jornalistas que com a nova candidata inicia-se uma nova fase.
"Eu estava numa coordenação de uma pessoa que era do meu partido e que eu tinha restrita confiança e agora terminou essa fase", afirmou, referindo-se a Campos.
"Vai continuar a campanha com uma nova candidata e daí que essa nova candidata deve escolher o seu novo coordenador."
Muito próximo à ex-senadora, Bazileu Margarido, que passa a comandar o comitê financeiro da campanha, confirmou nesta quinta que durante as negociações, a ex-senadora pediu algumas mudanças na estrutura da campanha.
Dentre elas, havia o pedido de que Walter Feldman, então porta-voz do partido ainda pendente de oficialização Rede Sustentabilidade, assumisse a coordenação-executiva na campanha, ao lado de um nome indicado pelo PSB.
Segundo Margarido, isso foi interpretado por Siqueira como uma maneira "elegante" de destituí-lo do cargo, embora não tenha sido essa a intenção de Marina, segundo o novo coordenador do comitê financeiro.
"Ele entendeu como um desprestígio, nas palavras dele", disse Margarido ao chegar à sede do PSB em Brasília, onde Marina terá reunião com dirigentes dos partidos que compõem a coligação.
Marina filiou-se ao PSB em outubro do ano passado, no último dia permitido por lei para que candidatos que pretendiam disputar a eleição deste ano se filiassem a algum partido.
Ela decidiu se aliar a Campos após não conseguir viabilizar junto à Justiça Eleitoral a criação de seu próprio partido, a Rede Sustentabilidade.
Após sua entrada e de boa parte de seu grupo político no PSB, Marina disse que ela e seus partidários tinham data para sair do partido e que pretendia se dedicar à oficialização da Rede.
A ex-senadora se opôs a algumas das alianças regionais firmadas pelo PSB, como a feita em São Paulo com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e a fechada no Rio de Janeiro, com o candidato do PT ao governo do Estado, Lindbergh Farias.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
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