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27/08/2014
Marina no IBOPE: resultados à espera de uma teoria que os explique
Sergio Saraiva
Com o índice de indecisos retornando a níveis normais para uma eleição e, finalmente, com o sumiço dos nanicos, a pesquisa eleitoral para a presidência da República do IBOPE para Globo-Estadão estabeleceria o teto a que cada candidato poderia chegar neste primeiro turno. Crescer, agora, somente avançando sobre o eleitorado dos adversários.
Porém, que isso já tenha começado e a favor de Marina Silva é algo que, em princípio, foge de um padrão esperado.
O comportamento do eleitor petista teria mudado com a presença de Marina na corrida eleitoral?
O eleitor de Aécio já entregou os pontos e passou a praticar o voto útil?
Se isso não aconteceu, há informações na pesquisa IBOPE que precisam de uma teoria que as explique. Pois, há um dado que soa estranho quando comparado os resultados desta pesquisa IBOPE de 26/08/2014 com os da pesquisa DataFolha de 18/08/2014.
Marina cresceu retirando votos de Dilma e Aécio.
Na pesquisa DataFolha , Marina tinha chegado aos 21% pelos 9% de Eduardo Campos somados a 10 pontos percentuais dos que, até então, votavam branco/nulo ou não sabiam em quem votar – os indecisos. O outro 1 ponto percentual foi tirado dos nanicos, que, agora, desnecessários, sumiram das pesquisas. Aliás, esse é um dado anedótico, a partir de Marina, os nanicos sumiram.
A pesquisa DataFolha trazia, no entanto, resultados coerentes e esperados.
Incoerente é Marina, na pesquisa IBOPE, crescer em uma semana 8 pontos percentuais avançando sobre 4 pontos percentuais de cada um dos dois opositores e somar 29% de intenção de votos. Dilma perdeu quatro pontos percentuais para Marina, e Aécio outros quatro. Isso com a campanha eleitoral na televisão, onde Marina tem uma fração pequena do tempo dos seus adversários diretos.
Marina agregar os votos antipetistas não é novidade, Campos também o fazia, assim como Aécio o faz, ainda que em menor intensidade. Agora, Marina avançar sobre 5 pontos percentuais que já eram de Dilma é outro dado que não se explica somente pelo que conhecemos do comportamento do eleitorado nesta eleições.
Por tudo isso, ainda nos falta uma teoria do porque, na pesquisa IBOPE, com o advento Marina, os eleitores petistas deixaram de sê-lo.
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