segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Contraponto 15.349 - "Janot prevê mais delações e, no fim, reforma política"

O primeiro, imediato, será a realização de novas delações premiadas. "Isso é um rastilho de pólvora. Quando um começa a falar, o outro diz: Vai sobrar só para mim?', e aí eles começam a falar mesmo. Todos vão negociar. Se um abrir a boca, abre todo mundo", disse ele.

Janot afirma que os empreiteiros podem ser enquadrados em diversos crimes. "Em principio é fraude em licitação, lavagem de dinheiro, crime contra o mercado e corrupção ativa", diz ele. "As empreiteiras diziam que eram alvo de concussão: Eu sou obrigado a dar, senão eu não consigo participar desse negócio e eu morro à míngua'. Se puder me explicar como a fraude à licitação decorre de concussão, eu concordaria com a tese. Como a concussão te obriga a fazer um cartel, fraudar uma licitação e ganhar um dinheirão? Está sendo extorquido para ganhar dinheiro? Para ter que botar US$ 100 milhões no bolso? Vamos combinar, não é. A delação quebrou com essa ponte", afirma.

O procurador-geral, no entanto, vê um efeito benéfico para a sociedade brasileira ao fim do processo: a reforma política. "O sistema republicano e a Justiça começam a mudar de paradigma. A Justiça de três, quatro anos para cá, não é mais uma justiça dos três Ps, de puta, de preto, de pobre. Ela está indo em cima de agente político e de corruptor. Essas prisões serão o grande propulsor da reforma política.
 
E esse sistema é corruptor mesmo, se continuar esse sistema não vai mudar nada, pois vamos derrubar essas pessoas e outros virão ocupar esses espaços. O efeito que estou apostando é a reforma política."
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