segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Contraponto 17.556 - "Aécio, Gilmar, Cunha e Paulinho: o justo pelo injusto e o golpe em toda sua ilegalidade"

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24/08/2015

Aécio, Gilmar, Cunha e Paulinho: o justo pelo injusto e o golpe em toda sua ilegalidade


Palavra Livre - 24/08/2015


Por Davis Sena Filho 


A imprensa dos magnatas bilionários, a meramente de negócios privados, é elitista e golpista. Todos os terráqueos e os seres extraterrestres estão carecas de saber disso, menos a classe média coxinha paneleira, certos juízes de primeira instância, promotores dualistas, delegados da PF aecistas e tucanos hipócritas, que, quando se olham no espelho, gracejam sobre o próprio cinismo e sordidez ao insistirem no impeachment de uma presidenta que não cometeu crimes comuns e de responsabilidade.

Todos esses atores que fazem ode ao golpe e vociferam a alardear sobre a corrupção, na verdade não estão nem aí para a corrupção, porque o que eles querem mesmo é tomar o poder, mesmo após perderem a quarta eleição para o PT de Dilma Rousseff, em outubro de 2014. A verdade é que esses grupos inconformados com a derrota eleitoral radicalizaram suas ações e discursos e ainda não desceram do palanque, pois estão em campanha. Surreal, mas é a mais pura verdade.

Agora estamos a vivenciar uma nova “moda” por parte dos derrotados, que hoje se alicerçam em um quarteto de alma púmblea e arbitrária, a fazer pantomimas políticas, porque o propósito é confundir para desestabilizar o País e desqualificar a presidenta Dilma Rousseff, como se ela fosse incompetente ou simplesmente isolada politicamente, quando a verdade é que esses dois fatos são superdimensionados, porque Dilma tem canais de diálogo no Congresso, nos tribunais superiores, no mundo empresarial e nos movimentos sociais — urbanos e rurais —, a base histórica do PT, que pode estar quieta e até mesmo insatisfeita, mas não o abandonou. Equivoca-se plenamente a oposição se pensar nesses termos quase politicamente amadores.

De outro modo e antes de ser a principal política do País, Dilma Rousseff era uma técnica, executiva de ponta, de vasto conhecimento, que cooperou, e muito, ao servir à Nação na condição de ministra das Minas e Energia e chefe da Casa Civil, no Governo Lula. Eleita presidente da República, a exercer agora seu segundo mandato, a mandatária trabalhista está a enfrentar o maior processo de achincalhamento pessoal e de desconstrução de imagem de um governo, que se observa nos últimos 40 anos, juntamente com a campanha contra o Lula, seu parceiro e aliado político do PT.

Para quem se esqueceu ou sofre de amnésia crônica, o primeiro mandato da governante terminou com alto índice de aprovação. Além do mais, o segundo mandato ainda está no primeiro ano, e, consequentemente, muita água ainda vai passar por debaixo da ponte. É só dar tempo ao tempo e depois verificar que o Brasil vai continuar a avançar seu processo de desenvolvimento e consolidar as conquistas sociais dos últimos 13 anos de governos trabalhistas.

Não tem volta, apesar da burguesia. E sabe por quê? Porque o pobre, o preto, o nordestino, o trabalhador, os preteridos pelo Estado e pela sociedade jamais esquecerão que nos governos de Lula e de Dilma que suas vidas melhoraram — e muito. Não é à toa que as gerações pós Getúlio e Jango jamais se esqueceram dos benefícios sociais e das conquistas trabalhistas, apesar da propaganda capciosa, mequetrefe e mentirosa das mídias dos magnatas bilionários golpistas, dos professores universitários reacionários, dos empresários predadores e dos políticos entreguistas, que tentaram, ridiculamente, apagar Getúlio e Jango da história e da memória de um povo que não sofre de amnésia...

Então, a direita dos tempos de hoje que se prepare: o povo brasileiro nunca mais vai esquecer Lula e Dilma, porque não haverá como não se lembrar do quanto sua vida melhorou e o Brasil cresceu economicamente, como nunca tinha acontecido neste País.  Provou-se, definitivamente, que é possível o desenvolvimento da economia com a inclusão de todas as camadas sociais, bem como é possível afastar o FMI como tutor de nossas contas. Ponto.

O quarteto da desesperança e do golpe é composto pelo juiz Gilmar Mendes, a herança maldita de Fernando Henrique Cardoso; o deputado Paulinho da Força, o “operário” direitista, ou seja, o Lech Walesa sem cartaz internacional; o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o sionista e fundamentalista da política; e Aécio Neves, o playboy surtado, que a cada dia que passa se alimenta de mentiras e destemperança, por não aceitar sua primeira derrota eleitoral, pois, vaidoso e autoritário, perder a Presidência é como um menino perder seu brinquedo mais legal. Quem beleza!

Entretanto, essa gente não desiste nunca, até que Dilma Rousseff seja derrubada, não importa como, e Lula, a sangrar, não tenha força política e partidária para ser o candidato do PT a presidente, em 2018. Por isso, Gilmar Mendes, o juiz que trata o Brasil como uma de suas fazendas do Mato Grosso, não se importa se a sua péssima biografia fique pior do que já é.

Considero até que o condestável togado se orgulhe de seus maus atos, contanto, que sua fama de capitão do mato dos interesses da casa grande seja levada à posteridade, porque, realmente, não interessa a Gilmar a vida como ela é, mas, sim, a vida como ele quer. E o juiz quer a queda e a prisão de mandatários trabalhistas, a tomada do poder pela direita brasileira, que o Brasil seja eternamente um País subalterno, a reboque das vontades e dos interesses da plutocracia e dos governos de países imperialistas, a exemplo dos Estados Unidos. Se Gilmar Mendes tivesse nascido no século XIX, certamente ele seria um escravagista.

Esses quatro personagens apocalípticos não importam com a estabilidade política e econômica, e lutam para ocupar o poder, sem se preocupar com as consequências, geralmente devastadoras, de um mandatário eleito legitimamente e que, apesar da queda de avaliação do PT em algumas capitais, ainda o é um partido orgânico, possuidor de base popular e inserido no contexto de atuação de movimentos sociais de esquerda, que, mesmo questionadores do PT, posicionaram-se, sem dúvida, contra um golpe de direita, como deixou claro o MST, a Une, a CUT, a OAB, os partidos trabalhistas e socialistas, bem como inúmeras entidades e grupos, que jamais seriam cúmplices de um banditismo político, que visa a tomada do poder por simplesmente não aceitar o jogo democrático, bem como a derrota eleitoral.

Golpista para mim é igual a bandido. Golpe é bandidagem. Ponto. Não existe como tergiversar sobre estas questões. Derrubar governante eleito não deveria, de forma alguma, ser assunto no Brasil, que luta para ser um País civilizado. Esses grupos reacionários, que bancam o retrocesso e consideram dar golpes em mandatários legalmente eleitos, que não comentaram crimes geralmente são admiradores dos países desenvolvidos, bem como são capazes de lamber as latrinas da gringada e se orgulharem disso. Trata-se da subalternidade, da subserviência, do inenarrável e incomensurável complexo de vira-lata em seus DNA.

Contudo, odeiam o Brasil e acham que o País não é merecedor de suas pessoas tão “civilizadas” e “educadas”, mas que, paradoxalmente e estupidamente, são fascistas, racistas, elitistas, sectários e intolerantes, porque odeiam as classes populares, os brasileiros pobres, negros, nordestinos ou simplesmente trabalhadores. Não há mais como esconder sentimentos tão sórdidos, pérfidos e, com efeito, desumanos.

Desde as manifestações de junho e julho de 2013, as suas boçalidades e perversidades estão registradas na internet como tatuagens em suas peles. Os ricos e a classe média coxinha saíram definitivamente do armário e mostraram o quão são nebulosos seus pensamentos e sórdidos os seus atos e ações, princípios e valores.



Gilmar Mendes sabe que as contas da campanha de Dilma Roussef foram aprovadas pelo TSE, de forma unânime, inclusive por ele. Aécio Neves sabe que perdeu a eleição porque teve menos votos do que a petista, bem como perdeu em seus dois territórios para a presidenta reeleita, os estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

Paulinho da Força age como um brucutu, pois extremamente agressivo, além de se mostrar a antítese do trabalhador, porque pratica um sindicalismo apenas de resultados, à moda de Lech Walesa, operário polonês, que depois se tornou presidente da Polônia na década de 1980, além de ter, posteriormente, baixa aprovação popular, porque governou para as elites, submeteu-se às receitas draconianas do FMI, bem como foi acusado de ser um fantoche da CIA, no período do governo direitista de Ronald Reagan, assim como aliado do papa conservador, João Paulo II.

Eduardo Cunha é o político que os brasileiros não merecem como presidente da Câmara. Radical à direita e portador de um temperamento explosivo, no que diz respeito às suas ações políticas e aos seus atos administrativos. Cunha é um perigo, porque luta pelo poder sem se limitar às regras do jogo democrático, pois avança o sinal e impõe sua agenda política, ideológica e partidária, a sabotar quaisquer civilidades entre os poderes da República.

O deputado fluminense atropela as negociações, rasga os acordos e desrespeita as votações que perdeu com seus aliados no plenário. Além disso, aprova ou coloca para votar as pautas bombas que causam prejuízos econômicos e financeiros ao Governo Federal, em um tempo de reajuste fiscal, que tem o objetivo de equacionar as contas, para que depois se possa retomar o crescimento, por intermédio de investimentos, como o fez o presidente Lula, a partir de 2005, evidentemente, que em condições melhores do que as de hoje.

Lula realizou um forte e rígido contingenciamento, logo após assumir o poder em 2003. A partir de 2006, deu-se o início a uma série de investimentos, de modo que o Brasil começou a crescer exponencialmente em todos os sentidos, no que é relativo à sociedade e aos segmentos da economia, o que levou o País a ser um dos campeões de criação de empregos em plena crise mundial, que começou no ano de 2008.

A verdade é que o quarteto do impeachment está fora da realidade das condições políticas que se apresentam, porque impedir a presidenta Dilma é insustentável, além de uma forçação de barra tão visível, que somente pessoas como o juiz Gilmar Mendes embarcam nessa tramoia inconsequente, antidemocrática e que apena ratifica que os porta-vozes da casa grande brasileira são completamente divorciados do povo brasileiro e totalmente alienados no que é referente a preservar o desenvolvimento do Brasil e ao bem-estar de sua população.

O impeachment, como se apresenta e da forma que desejam, é dolo e ilegalidade. Gilmar Mendes, Aécio Neves, Paulinho da Força e Eduardo Cunha são golpistas declarados e não sentem vergonha disso. Aproveitam quaisquer oportunidades para criar um disse me disse sem fim e quizumbas no Brasil. Eles são quizumbeiros! Não se fazem de rogados... Como é que pode um juiz do STF, um senador e ex-candidato (derrotado) a presidente da República, um deputado e presidente de central sindical e um deputado e presidente da Câmara cometerem tantas leviandades, bem como serem providos de tanta irresponsabilidade? Com a resposta os membros de suas próprias instituições.

A impressão que passam a milhões de brasileiros é que eles simplesmente não aceitaram os resultados das urnas. E querem o golpe. Participam de conspirações a favor do golpe. Por seu turno, não apresentam uma única solução, proposta, projeto e programa para desenvolver o País e emancipar o povo brasileiro. Dedicam-se apenas à quizumba, à fofoca, à maledicência, à conspiração e ao golpe. São antidemocráticos tais quais às elites que representam, e, sendo uma amostra delas, apostam contra o Brasil e na sua rendição como País que luta para ser desenvolvido.

É o fim da picada esse papo de impeachment. Um verdadeiro absurdo quixotesco. Não consigo compreender o ódio à flor da pele dos representantes da burguesia. Afinal, ela ganha rios de dinheiro no Brasil e seus filhos se divertem a valer, com direito de estudar, passar férias e morar no exterior tão amado por essa gente de mentalidade curta e alma provinciana. São verdadeiros rábulas do golpe e realizadores de pantomimas de si mesmos.

Aécio Neves se entregou de vez às suas tentações de golpista furioso e inconformado e se esbaldou na imprudência, porque literalmente cedeu à tentação de subir em trios elétricos, como tática política em busca de concretizar o isolamento da presidenta da República. É uma loucura. Isolar um mandatário que não cometeu crimes e que ainda tem mais de três anos de mandato. Como pode um senador se deixar levar por tanto ódio e inconsequência, pois Dilma Rousseff não vai aceitar um golpe em pleno século XXI, porque um representante da burguesia quer governar no lugar dela.

Todo mundo sabe que o Brasil nunca viveu em plena democracia. E por quê? Respondo: a casa grande, a classe dominante deste País, herdeira da escravidão, nunca permitiu, sem reagir, sem bater o pé, que se fosse realizada qualquer tentativa de distribuir renda e riqueza. Muito pior do que o inimigo externo o é a burguesia brasileira, que boicota e sabota os governantes, do passado e do presente, que ousaram incluir o povo brasileiro.

As elites vivem da riqueza proveniente do trabalho dos trabalhadores. Elas não dividem, no máximo deixam sobras para a classe média coxinha, em forma de vagas em universidades, shoppings, casas em bairros médios, viagens e quiçá cursos no exterior — e olhe lá... Em contrapartida, fazem uma lavagem cerebral, ao ponto de os coxinhas reaças se tornarem mais radicais do que os membros da casa grande, quando defendem seus interesses, que não são os mesmos dos coxinhas. É incrível e surreal, mas acontece. Eles são patéticos!

Contudo e apesar de tudo, Dilma reagiu quanto a Gilmar Mendes, um juiz polêmico, que tem lado político e partidário, cor ideológica e não esconde suas preferências. Trata-se de um magistrado que opina fora dos autos e atua politicamente, porque verbaliza seu pensamento ao tempo que vai julgar os casos pertinentes às suas opiniões. É uma lástima o Brasil ter um juiz como este. Tal magistrado deveria ser cassado pelo Senado, porque sua atuação nos últimos 13 anos é tenebrosa e macula de vez o Direito e a confiança do Brasil civilizado na Justiça.

Este quarteto mais se parece com a trilogia da Idade Média: fome, peste e guerra. O Brasil não suporta mais tanta iniquidade e desfaçatez. Não é civilizado. Esta, pois, é a verdadeira questão. São bárbaros de essência medieval que desejam rasgar a Constituição e colocar para escanteio o Estado de Direito. São visíveis suas ações e atos em direção desses desejos que não significam, terminantemente, o que a maioria dos brasileiros quer e acredita.

Setores de poder deste País são antidemocráticos e déspotas. Eles não querem a democracia e o desenvolvimento econômico com inclusão social. Não conseguem viver no regime democrático, pois autoritários e medievais. O quarteto antidemocrático deveria calar as trombetas do golpe e subir nos trios elétricos para assoprar as trombetas da legalidade e da democracia.

O impeachment da presidente, Dilma Rousseff, é a única e ridícula proposta para o País da direita brasileira, quatro vezes derrotada nas urnas. Essa gente não tem projeto e programas para a Nação. A direita, inexoravelmente, não pensa o Brasil. Aécio, Gilmar, Cunha e Paulinho significam a troca do justo pelo o que é injusto. O golpismo em toda sua ilegalidade. Impeachment é golpe! É isso aí.

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