A semana termina com três forças cambaleantes, depois do surpreendente acordo expresso do Governo com o “conservadorismo” do “não chacoalhem minha galinha dos ovos de ouro”.
Eduardo Cunha não apenas se vê em situação complicada com a iminência do oferecimento de denúncia pela acusação de achaque de fornecedores da Petrobras como perdeu sua espada para reagir a Rodrigo Janot, que poderia ser Renan Calheiros, a quem compete colocar a voto a recondução do Procurador-Geral da República.
Como perdeu sua espada contra Dilma ao ver determinado pelo Supremo Tribunal Federal que é no Congresso, cuja presidência é de Renan Calheiros e não na “sua” Câmara que se devem votar as contas presidenciais e, portanto, não é ele quem pode dizer se a votação de correria, para criar fatos consumados, vá ocorrer com um seu estalar de dedos.
O outro estropiado é Aécio Neves, que está procurando algum programa para o final de semana que o possa fazer “ir sem estar” ou “faltar com presença” na manifestação coxinha de domingo. O pobre menino ficou pendurado no pincel, logo depois de ter partido para o tudo ou nada.
Aécio pode ter, ainda, maioria formal dentro da bancada do PSDB, sobretudo na Câmara, onde os tucanos são os mais fiéis “cunhistas” do momento, malgrado a contradição entre se apresentarem como “campeões da moralidade” e serem áulicos de alguém que, neste campeonato, está na “zona de rebaixamento”.
E a terceira força declinante é o próprio movimento “coxinha”, que só se havia tornado importante enquanto as forças políticas institucionais e a mídia o puderam utilizar como ferramenta para atingir o Governo.
Agora, disse bem o Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, “os protestos tenderão a ser coisa de lunáticos, gente como Lobão, Kim Kataguiri, Reinaldo Azevedo, Batman do Leblon, Bolsonaro e, à distância, Olavo de Carvalho”.
A dinâmica deste processo indica o surgimento de um partido de extrema direita no Brasil, sem as afetações tucanas e com um candidato à altura (por menor que esta seja) da mediocridade mental que os move, muito provavelmente Jair Bolsonaro.
O movimento dos que ficaram sem golpe já não requer os arroubos de se falar em “exércitos legalistas”, “entrincheirados” ou “em armas” pela defesa da legalidade institucional.
Acontece com eles o que dizia de certos guris o “Tio Ivo”, um “coroa” cardíaco que, para desespero do seu filho Sérgio, teimava em jogar de “beque parado” nas peladas de futebol naquela vila do Lins de Vasconcellos onde passei a adolescência . Lá de trás, entre o poste e a parede que nos serviam de “gol”, gritava, quando pegavam a bola:
– Larga, deixa sozinho que a natureza marca!
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Sábio Tio Ivo.
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