segunda-feira, 25 de junho de 2018

Nº 24.455 - "Entrega despudorada do petróleo"

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25/06/2018


Entrega despudorada do petróleo


Do Jornal O Povo - 24/06/2018


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Valdemar MenezesEnquanto as atenções do País estavam voltadas para a Copa do Mundo e os principais meios de comunicação social davam destaque ao vergonhoso espetáculo de machismo, traduzido na “curra virtual” de mulheres russas, por manifestoches brasileiros, o Brasil registrava a maior investida de corsários estrangeiros contra o principal ativo nacional: o petróleo do pré-sal. O seu filé mignon – a área da Concessão Onerosa - foi entregue, traiçoeiramente, às petrolíferas multinacionais, na sessão de quarta-feira à noite da Câmara dos Deputados. Na ocasião, uma maioria de 217 votos a 57 e 4 abstenções, aprovou o PL 8.939/17, do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), com substitutivo global do deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE) derrubando a legislação que proibia a Petrobras de repassar às petroleiras estrangeiras um patrimônio (correspondente a 650 bilhões de reais) que lhe fora cedido onerosamente pela União para ser revertido, exclusivamente, em recursos para a Saúde e a Educação. MÃO BEIJADA

“Por que só no Brasil existe um Parlamento que dá bilhões de barris de petróleo de mão beijada e quase ninguém se importa? ” – questionou indignado, o cientista Miguel Nicolelis, no twitter. No mesmo tom foi o protesto da geóloga Ana Patrícia Laier, da Petrobrás, que há 18 anos estuda formações geológicas de reservatórios de petróleo: “Como pode um Congresso ameaçar saquear seu próprio país?! Reage, brasileiro! ” – escreveu em artigo publicado no site “Clube de Engenharia”:  http://bit.do/enKwC. No entanto, esse escândalo sequer reverberou na grande mídia. Nem mesmo provocou um murmúrio minimamente comparável à indignação (justa) contra o vexame dos brasileiros na Rússia, embora o crime perpetrado pelos congressistas fosse esmagadoramente mais lesivo aos interesses e à imagem do Brasil. É o que explica, em detalhes, o especialista Paulo César Lima em entrevista ao “Brasil de Fato”:  http://bit.do/enKy6

RAZOABILIDADE

Para quem vem acompanhando a situação de perto, não há surpresas (a não ser com o cinismo despudorado), já que esse era o desfecho previsível de um roteiro de destruição nacional que começou a ganhar corpo com o esdrúxulo julgamento do Mensalão, prosseguiu com a demolição da economia nacional por uma Lava Jato descomprometida com os interesses estratégicos do Estado brasileiro, e teleguiada de fora, e teve seus últimos lances traduzidos no golpe que destituiu o governo nacionalista de Dilma Rousseff e tenta impedir previamente a eleição do líder desejado pela maioria dos entrevistados nas pesquisas pré-eleitorais. A corrupção na Petrobrás (que já proliferava antes da ditadura) é um traque diante do rombo abissal causado pela bomba-atômica do entreguismo sabujo, que afundou a economia nacional e pôs o Brasil de joelhos diante de Tio Sam, numa prestação escandalosa de vassalagem.

 SUICÍDIO


O espantoso foi ver a elite produtiva nacional optar por uma via suicida, preferindo ver o País ser desmontado e entregue ao rentismo internacional (mesmo ao custo de ser prejudicada em seus interesses próprios) a ter um governo que não fizesse todas as suas vontades. Caiu sobre sua cabeça (mas, principalmente na do povo) a recessão, a retração do mercado interno e a redução drástica do poder aquisitivo dos consumidores - tudo como parte da estratégia de retirar do poder, ardilosamente um governo que se recusara a seguir o padrão tradicional de incluir apenas 35% da população. Em seu imediatismo, a elite econômica preferiu desmontar o pacto social de 1988 que estabelecera, como regra de ouro política, o respeito à soberania popular e ao compromisso de só resolver eventuais dissensos de poder através das urnas. Hoje, o País está dividido, prostrado e ameaçado de desaguar num regime totalitário do qual dificilmente sairia inteiro. 


LEGITIMIDADE


Os últimos detalhes da pesquisa DataFolha, publicados na última sexta feira, apontam os caminhos para a reversão desse quadro tétrico: a eleição de um governo legítimo, acatado por uma maioria explícita, sem casuísmos, conforme intui a sabedoria popular. Na pesquisa, o ex-presidente Lula foi considerado por 32% dos entrevistados, o pré-candidato ao Planalto mais preparado para acelerar o crescimento da economia do país. Contudo, vem sendo mantido como preso político há mais de dois meses justamente para não disputar as eleições presidenciais de 2018, cujos prognósticos lhe são totalmente favoráveis. 


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