segunda-feira, 25 de junho de 2018

Nº 24.458 - "A memória é o que não podem tirar do povo"

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25/06/2018


A memória é o que não podem tirar do povo


Do Tijolaço · 24/06/2018


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Por FERNANDO BRITO

Uma nota da coluna de Ancelmo Goes, em O Globo, dá conta que pesquisa feita com 1.200 pessoas, sob coordenação do cientista político Antonio Carlos Almeida, diz que dois terços dos brasileiros (65%) classificam como bom ou ótimo o período de governo de Lula, percentual muito semelhante ao que era registrado no início de seus mandatos.

Logo em seguida, é claro, Almeida apressa-se a dizer que “que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.

“A avaliação que o eleitor tem do governo Lula não tem relação alguma com as dificuldades que o ex-presidente tem passado, como a condenação e prisão. O eleitorado separa as duas coisas. Mas a melhoria de vida durante o governo Lula permanece na memória”.

O doutor que me perdoe, mas uma coisa não é uma coisa sem ser também outra coisa.

Na sua simplicidade, o povão percebe que o que foi feito a Lula e não foi feito a político nenhum  tem relação com Lula ter feito o que não foi feito por político nenhum: dar ao povo brasileiro e a este país um mínimo de dignidade já e um olhar esperançoso sobre o futuro.

Tanto é assim que outra pesquisa a do Datafolha, diz que Lula é considerado, longe, quem tem mais condições de tirar o país da crise.

Almeida sabe que não é mero “recuerdo” o fato de que “a melhoria de vida durante o governo Lula permanece na memória” popular.

E a memória popular é combustível capaz de gerar comportamentos muito, muito tempo depois de ter sido criada.

Recomenda-se, a quem não acredita, que revisite o fenômeno Getúlio, que saiu da vida e permaneceu como bandeira.

É por isso que se faz tanto esforço para que Lula “não exista” nas eleições presidenciais.

Não exista como candidato, em primeiro lugar mas, também, para que permaneça reduzido ao silêncio de uma cela, como demonstrou a sorrateira manobra para evitar o “risco” de que sua detenção fosse amenizada para uma prisão domiciliar, quebrando sua, na prática, incomunicabilidade.


Enquanto muitos querem o “Lula Livre”, eles querem o “Lula Mudo”.ola de Sociologia e Política (FESPSP).

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