11/10/2018
Mino Carta: “Não há como maneirar. Devemos pensar o que pode ser do Brasil se Bolsonaro vencer”
Do NOCAUTE - 11/10/2018
Em seu comentário semanal, Mino Carta, diretor de redação da Carta Capital, apresenta e comenta a mais recente capa da revista, que defende a criação de uma frente ampla e democrática contra a ameaça da eleição do presidenciável Jair Bolsonaro. Além disso, relembrou os tempos dos Partigiani, heróis da resistência antifascista na Itália, e também o impedimento de sua visita ao ex-presidente Lula em Curitiba, que será repetida nesta quinta-feira 11.
“Estamos vivendo um momento trágico na história brasileira. Eu acredito que é o pior de todos daquele que vivi desde que aqui aportei, em agosto de 1946. Do alto desta minha idade provecta, garanto que nunca vi nada de similar na história do país”, analisa.
“Parece que o que está ocorrendo é o inescapável desfecho de uma história terrível de 518 anos. A história de um país, único a seu modo, em relação aos que saíram da idade média já faz séculos. E que, no entanto, permanece medieval graças a presença inescapável, evidente e opressiva da casa grande e da senzala”, completa.
“A senzala, neste momento, divide-se entre quem vota Bolsonaro e quem vota PT. A polarização está aí. Mas no fundo essa briga de pobres contra pobres é o que Bolsonaro, caso eleito, promete. É o futuro do país, se cair na mão dessa figura monstruosa, que é típica e altamente representativa da ignorância e da confusão brasileiras, no meu modesto modo de ver as coisas.”
“Só uma frente democrática, aberta inclusive a golpistas arrependidos, a emedebistas conscientes, a tucanos praticantes da razão, a eleitores do governador Marcio França em SP, chamado a enfrentar o rei dos oportunistas, João Dória. Aberta a todos aqueles que ainda mantiveram os neurônios em dia. E, a partir daí, se for possível, caberá ter uma centelha de esperança”, finalizou.
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