16/12/2009
Blog do Planalto na COP15 - Quarta-feira, 16 de dezembro de 2009 às 16:00
Uma conta de US$ 166 bilhões. Esta é a avaliação do governo brasileiro de quanto o País vai precisar para mitigar suas emissões de gases do efeito estufa até 2020. O número foi divulgado nesta quarta-feira (16/12) pelos ministos Dilma Roussef (Casa Civil) e Carlos Minc (Meio Ambiente) em entrevista coletiva no hotel D’Angleterre, onde se reuniram mais cedo com o presidente Lula e outros integrantes da delegação brasileira presente à 15ª Conferência da ONU sobre Clima, em Copenhague (Dinamarca).
Após o encontro com jornalistas, os dois ministros seguiram para o plenário da Conferência da ONU sobre o Clima (COP15) onde as discussões prosseguirão madrugada adentro.
Boa parte do recurso estimado para o Brasil deverá ser usado no setor de energia, para a construção de usinas hidrelétricas por exemplo. Outra parte será destinada para se evitar o desmatamento e a agricultura.
Os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente) e Dilma Rousseff (Casa Civil) durante entrevista coletiva (foto: Ricardo Stuckert/PR)
Os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente) e Dilma Rousseff (Casa Civil) durante entrevista coletiva (foto: Ricardo Stuckert/PR)
Dilma e Minc voltaram a defender que os recursos do fundo de financiamento à mitigação em países em desenvolvimento devem ser majoritariamente públicos – o dinheiro captado no mercado tem que ser complementar, e não o principal como alguns países desenvolvidos vêm propondo na COP 15. Na questão das florestas (Redd), por exemplo, o limite defendido é de 10%, e essa posição brasileira é apoiada por ONGs brasileiras e os governadores do estados da Amazônia.
O acesso a financiamentos externos é importante, afirmou Dilma, para que os paises em desenvolvimento possam ter metas mais ambiciosas. No caso do Brasil, por exemplo, ninguém ajuda o País a financiar setores como agricultura, regularização fundiária, combate ao desmatamento e geração de energia. Com mais dinheiro disponível, seria possível fazer ainda mais do que o governo brasileiro já vem fazendo, com resultados ainda melhores.
O gerenciamento desse fundo de mitigação deve ficar, segundo afirmou a ministra Dilma Roussef, sob gerência da ONU, sendo executado preferencialmente por alguma instituição já constituída, como o Banco Mundial. Criar um novo órgão para isso seria contraproducente no curto prazo, mas é até possível no médio e longo prazos.
Sobre a possibilidade do Brasil vir a contribuir com US$ 1 bilhão para o fundo, Dilma e Minc afirmaram que nos próximos 10 anos o País vai investir pelo menos cinco vezes mais recursos em ações voluntárias e solidárias em países da América Latina e África de cooperação para o desenvolvimento de agricultura sustentável e produtiva, combate ao desmatamento, financiamento para construção de hidrelétricas e produção de biocombustível (etanol). Enquanto isso, os países desenvolvidos relutam em apresentar seus números concretamente e ainda fazem exigências as nações em desenvolvimento, tentando tirar de seus ombros a responsabilidade histórica que têm com o financiamento da mitigação dos países mais pobres.
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