segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Contraponto 1024 - Serra sob pressão

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21/12/2009
Candidatura de Serra sob pressão


Dias depois de Aécio Neves desistir de ser candidato à Presidência, pesquisa Datafolha mostra crescimento da petista Dilma Rousseff. Os fatos jogam pressão sobre Serra, dividido entre ir para a reeleição em São Paulo ou tentar a Presidência

O Povo 21 Dez 2009 - 00h32min

Em menos de uma semana, dois fatos lançaram pressão sobre a decisão que tomará sobre seu destino político o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), pré-candidato à Presidência em 2010. Primeiro, o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), desistiu de tentar disputar a Presidência, deixando Serra como única opção dos tucanos. Dois dias depois, pesquisa divulgada pelo Datafolha, no último sábado, mostrou crescimento considerável da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT, principal adversária dos tucanos. Resultado que, em tese, poderia empurrar Serra para a reeleição em São Paulo.

Serra continua liderando as pesquisas, com 37%, mas o tucano passou 2009 praticamente estagnado nos números e termina o ano com menos intenções de voto do que tinha no início.

Dilma, pelo contrário, na esteira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dobrou suas intenções de voto, estabeleceu-se como segunda colocada, diminuiu sua rejeição e lidera todos os cenários projetados sem a presença do governador de São Paulo.

A estratégia de Serra era não assumir compromisso com o PSDB para poder avaliar o que seria mais vantajoso para ele: disputar a Presidência ou tentar reeleição em São Paulo. Enquanto isso, realiza viagens estratégicas pelo Nordeste, região onde ele encontra maior rejeição. No fim de novembro, visitou o Ceará, onde, pela última pesquisa, atinge rejeição de 23% - a maior do Nordeste e a terceiro maior do País.

A saída de Aécio da disputa interna foi uma forma de obrigar o PSDB a tomar uma decisão sobre os rumos de sua candidatura e jogar para Serra essa responsabilidade. Mesmo depois de o mineiro abrir mão, Serra mantém-se reticente quanto à decisão.

Cenários

A última semana traçou um cenário mais definitivo das eleições de 2010. Aécio confirmou sua candidatura ao Senado e descartou a possibilidade de sair como vice de Serra. "Vou agora trabalhar por Minas e reacender o sentimento de esperança", disse Aécio, garantindo que o candidato do PSDB terá palanque forte em Minas Gerais.

A última semana também mexeu com o deputado federal Ciro Gomes (PSB). Apesar de sua entrada na sucessão presidencial ser ainda uma incógnita, o PSB avalia que Aécio fora da corrida sucessória fortalece sua candidatura. Além disso, antes mesmo da saída de Aécio do páreo, Ciro fez críticas ao Governo, no que foi interpretado como um início de distanciamento em relação aos governistas.

Já a senadora Marina Silva (PV), no último sábado, lançou-se pré-candidata oficial. A ex-petista disse que a saída de Aécio da disputa não afeta os planos do PV - para ela era algo previsível. Mas não se esperava ter sido ainda este ano. (Tiago Coutinho - tiagocoutinho@opovo.com.br)


E MAIS

- Serra entra 2010 estagnado, com intenções de voto abaixo do que havia obtido na primeira pesquisa Datafolha de 2009: o tucano começou o ano com 41% e sai com 37%.

- Dilma foi a grande favorecida em toda a pesquisa. Em oito meses, subiu de 11% para 23%. Em paralelo, os seus adversários só diminuíram.

- A petista também melhorou no índice de rejeição. Ela permanece com a maior rejeição, 21%, mas na margem de erro fica empatada com todos os demais candidatos.

- Pela pesquisa espontânea, Dilma e Serra empatam em 8%, cada. Mas a petista pode ser favorecida pelo fato de 3% terem dito que votariam no candidato de Lula, sem citar um nome. A favor de Serra, a possibilidade de herdar os pontos de Aécio Neves, que também tinha 3%.

- Lula, mais uma vez, goza de uma excelente aceitação popular. A pesquisa registrou que 72% da população avalia seu mandato como ótimo ou bom. É o maior índice desde quando Lula tomou posse em 2003;

- Na projeção de segundo turno, entre Serra e Dilma, o tucano venceria a petista com 49%, enquanto ela ficaria com 34%.
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