quarta-feira, 10 de março de 2010

Contraponto 1586 - "Lula versus FHC"

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10/03/2010
"Lula versus FHC"




Do Blog Cidadania.com

por Eduardo Guimarães

Enquanto ficamos repercutindo o PIG, a edição desta semana da revista Carta Capital traz uma extensa reportagem que está passando batida e que deveria ser muito bem repercutida, pois faz aquela comparação que Lula quer fazer entre o seu governo e o de FHC que tanto atemoriza a José Serra.

A inspiração para a matéria da CC parece ter sido o artigo do ex-presidente tucano publicado em 7 de fevereiro no jornal O Estado de São Paulo, em que ele afirma que não teme comparar seu governo com o de Lula.

A matéria da Carta Capital mostra que FHC deveria ter medo. Os números são arrasadores para ele. E, apesar de que números podem ser manipulados, o que eles dizem se coaduna com o “feel good” (sensação de bem-estar) que permeia a sociedade e que faz com que empreste esse apoio tão expressivo ao atual governo do país.

A resposta da oposição a esses números que a desfavorecem sempre foi a de que à época de FHC houve não sei quantas crises “mundiais” – na verdade, foram crises localizadas exclusivamente em países do Terceiro Mundo. Tal “argumento”, por razões óbvias, virou pó no ano passado.

Aqui, então, termina a minha participação neste post. A partir deste ponto, quem se manifestará serão os números mais gritantes publicados pela revista de Mino Carta, só que interpretados por este blogueiro.



Taxa de juros (dados do Banco Central)



No piso, a era FHC chegou a praticar uma taxa Selic de 15,75%; no teto, os juros chegaram a espantosos 45,67%. O piso ocorreu no penúltimo ano do segundo governo tucano, depois da quebra do Brasil em 1999.

No governo Lula, como herança maldita do governo anterior o teto ocorreu em seu primeiro ano (2003) e não chegou a 24%. De lá para cá, a Selic veio caindo de forma continuada, ainda que com elevações eventuais, até chegar aos 8,75% em que está hoje.



Crescimento do PIB (dados do IBGE e do FMI)



Esse dado precisa ser contextualizado, ainda que seja favorável a Lula. E o contexto é o do crescimento do Brasil em comparação com o crescimento médio mundial. Como disse Delfim Neto certa vez, o Brasil só melhora quando cresce mais do que o mundo.

Neste aspecto, teremos um crescimento muito mais significativo na era Lula.

Durante a era FHC, o crescimento médio do Brasil foi de 2,32 ao ano em comparação com um crescimento mundial médio de 3,53%. Durante os seis primeiros anos do governo Lula, o crescimento médio foi de 4,20%, enquanto que o crescimento mundial ficou em 4,38%.

Daí virão os oposicionistas dizer que, como em 2009 pode ser que se venha a apurar (o PIB do ano passado ainda não saiu) um crescimento próximo de zero, a média do governo Lula cairá.

Sim, é verdade. Só que o crescimento mundial também despencará em 2009 e neste ano cairá ainda mais. O FMI prevê crescimento mundial de 2,5% em 2010 e o Brasil deverá crescer, no mínimo, o dobro disso, ainda que uma corrente de economistas acredite que poderemos crescer até 7%.



Reservas internacionais (Dados do Banco Central)



Este é um dos quesitos em que a comparação é arrasadora para FHC. E haverá outros.

FHC recebeu o país com 38,8 bilhões de dólares de reservas e o entregou a Lula com 37,8 bilhões (100% emprestados pelo FMI). Hoje, o Brasil tem 239,4 bilhões de dólares de reservas e o atual presidente deverá entregar o país ao sucessor com quase 300 bilhões em caixa.



Empregos com carteira assinada (Dados do Ministério do Trabalho)


É aqui que a porca torce o rabo. Nos dados do emprego formal é que se explica melhor o apoio imenso que tem este governo na sociedade.

Entre 1995 e 1999 (primeiro governo FHC), devido à tese tucana de que o emprego com carteira assinada – o emprego de melhor qualidade – estava com os dias contados o Brasil perdeu 1,2 milhão de empregos. Só em 1998, perdemos 581 mil postos de trabalho.

Nos oito anos de governo do PSDB, o Brasil criou míseros 797 mil empregos. Em sete anos de governo Lula, foram criados 8,7 milhões de empregos, ou seja, este governo criou ONZE VEZES mais postos de trabalho com carteira assinada do que o anterior.
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